Capitulo VIII- Segredos Revelados

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Ela olhou para mim e em seus olhos percebi o tamanho da magia que ela carregava, a magia forte e poderosa pulsava em torno dela.

Um dedo ossudo foi desferido em minha direção e uma voz gutural ecoou das cavernas de seu ser.

Para se ter a cura de sua mente,alma e corpo,você daria tudo o que você tem para mim?

Seus olhos faiscavam de ansiedade.

E sem pensar assinei um pacto com aquela bruxa,e o preço que eu paguei,foi alto,muito alto,eu simplesmente abri mão da minha liberdade,me tornando servo dela,um peão nas mãos esqueléticas daquela senhora, uma peça de xadrez que era agora somente um assassino que obedeceria a qualquer ordem dela.

Me sentia vazio, oco e solitário como uma casca vazia.

Ao tomar aquela poção que havia em um pequeno frasco eu agora carregava grilhões em minha alma, que me forçavam a agir como ela queria.

Desde aquele dia em que ingeri aquela poção que a bruxa me deu, não vi mais a luz do dia, só saia quando ela mandava.

A partir daquele dia eu não recebi mais permissão para sair daquela caverna,que por ironia do destino outrora havia pertencido a um druida...e foi nessa mesma caverna que eu encontrei um tesouro inimaginável vários pergaminhos de magia,artefatos e 4 cajados de druida.

Não é incrível como poderia existir algo assim, vários artefatos de magia escondidos em uma caverna aleatória e eu ter ido parar justamente nela.

Um dos cajados eu peguei para mim,o segundo eu ofertei a Stappaekkag Rorthraxer,o terceiro está em posse do líder dos feiticeiros e o quarto eu guardei para lhe dar.

Não me entenda mal, não estou fazendo disso um prêmio de consolação, mas sim como uma forma de te manter seguro, lembre se esse cajado é uma arma e deve ser tratada como tal, ela é poderosa demais tome cuidado com ela.

Mas um dia tudo mudou e a bruxa começou a me mandar sair da caverna e sempre era para matar alguém, já matei crianças inocentes que toda vez que olhava para elas, elas me lembravam a você e o seu irmão, adultos imploraram por piedade com os rostos escorrendo lágrimas e ranho,bebês tão pequenos que cabiam em minha mão e idosos que tinham família como nós,homens e mulheres pereceram por minhas mãos porque não havia como quebrar a maldição, tentamos de tudo mas nada funcionava, então decidi que se a maldição não podia ser quebrada, eu morreria. Assim a maldição seria desfeita junto com a minha vida que se esvairia em fumaça, foi por isso que Atosh Rorthraxer,o pai de Stappaekkag acabou me matando,porque eu pedi, pois já não aguentava mais matar pessoas e ser controlado por aquele ser repulsivo, sinto muito por não poder te acompanhar em sua jornada, mas saiba que estarei te observando dos céus de Thratahael.

Você só deve confiar no Stappaekkag ,no Nuthiel (seu irmão gêmeo ) e no líder dos feiticeiros, e em mais ninguém!

O que mais me arrependo em meus últimos dias de vida é não estar presente durante esses anos,todos os aniversários seus que eu perdi,todos os dentinhos de leite que eu não o vi perder,todos os risos que eu não o vi dar,todos os beijos e boa noite que eu não pude lhe dar. Se eu tivesse sido mais forte, seu irmão e sua mãe estariam conosco, estaríamos juntos ao redor de uma mesa em nossa casa, juntos ...

Tchau filho!

Eu te amo, e te amarei até depois do fim dos tempos!

Afetuosamente Papai!

Depois de ler a carta,eu senti meus olhos marejarem e minhas pernas se tornaram moles, com lágrimas peroladas escorrendo por meu rosto,meu peito apertou e eu comecei a chorar compulsivamente, sentia simplesmente como se houvessem arrancado o meu coração,o grito que se encontrava preso em minha garganta finalmente saiu. Meu grito de dor ecoou junto com os trovões trazendo a tona a tempestade que estava escondida em meu peito, meus olhos violetas se tornaram cinzentos e os demônios de cada um foram revelados, a escuridão em seus corações estavam se mostrando externamente. Trovões e ventos ribomboavam como o bradar dos guerreiros caídos na batalha de Azeroth, estava furioso, estava triste... estava sozinho novamente.

Um grito bestial escapou de minha garganta, tão inumano quanto possível, rasgando o véu das dimensões, do tempo espaço e chegando até onde estava meu irmão.

Rompendo-lhe o véu do esquecimento e trazendo as memórias esquecidas à tona .Agora lembrava de mim, de nossa mãe e de nosso pai. Em todas as dimensões todos os que haviam escutado o meu grito,já sabiam que o escolhido havia despertado,e que todos os inocentes nunca mais seriam feridos ou mortos,que enfim o equilíbrio do mundo seria restaurado,o mal e o bem estariam unidos por toda eternidade.

Stappaekkag se agachou em minha frente e secou minhas lágrimas.

Não chores mais ,pequeno.Seus pais fizeram isso para te proteger e para proteger o seu irmão, e saiba que independentemente da situação, eles sempre estarão contigo em seu coração!

Eu olhei para Stappae com a visão borrada pelas lágrimas que insistiam em cair, não acreditava que alguém poderia ser tão fofo e tão adorável ao consolar alguém. Sua voz suave, só me acalmava cada vez mais. Lentamente a tempestade ia se acalmando e em meus ouvidos cessava as vozes deprimentes que sussurravam palavras de ódio. Olhei para aquele rosto singelamente preocupado comigo.

Você me ajuda a levantar?

Ele olhou de sobrolho para mim como se eu houvesse feito uma pergunta idiota. Enquanto estendia sua mão em minha direção, aceitei relutantemente. Sua mão era quente e aconchegante, enquanto a minha era fria por natureza e tendia a afastar os outros, mas ele aparentava não ter frescura, com um impulso ele me puxou em sua direção.

Foi tudo tão rápido, ele me puxou tão forte que quando vi estava em cima dele, minha mão repousava em seu peito, de alguma forma ela havia parado dentro de suas roupas, estavam pele contra pele. Sua pele suada era tão boa de se tocar. Alguns segundos se passaram até que ele pigarreou chamando minha atenção.

Com um salto me afastei dele com o rosto extremamente corado.

-Er Stappae... eu tenho que ir, preciso salvar a vila e um certo Alpha rancoroso, você quer ir comigo?

-Sempre irei com você, não importa se irá para o céu ou o inferno estarei sempre ao seu lado meu príncipe e porquê você acha que eu te esperei esse tempo todo meu príncipe? Estive esperando para andar junto a ti. Independente das escolhas que faça irei te apoiar em cada uma delas.

Depois dessa resposta que me fez ficar muito corado, aish como alguém poderia ficar corado por apenas algumas palavras, não era como se ele tivesse me tocado. Muito pelo contrário, eu tinha tocado naquele peitoral esculpido pelos deuses.

Ajudei ela a juntar algumas coisas como o meu cajado,o cajado de Stappae, a jóia do cajado de meu pai, o diário que eu havia herdado de meu pai,um bestiário e um grimório,que havíamos encontrado na caverna,além de levarmos uma mochila com ingredientes de poções e de feitiços, e alguns mantimentos. Depois de pegarmos tudo deixamos aquela caverna que Stappae por muito tempo tinha chamado de lar.

Eu Sou O EscolhidoOnde histórias criam vida. Descubra agora