Eu Sou O Escolhido

Capitulo III- Destinado a Destruição II

Eu acordei em um local escuro, tão escuro que não via minhas mãos,tatei cegamente até que dei de cara com uma parede. Em meu nariz, além do cheiro de sangue que começava a escorrer, entrava o cheiro de umidade e de mofo, estava com frio, muito frio, olhei pela janela com aquelas grossas barras de metal e percebi que a lua começava a se tornar rubra. Ainda não acreditava que em pleno 2090 tínhamos que lidar com julgamentos tipo as bruxas de salém. Bom não podia culpar os humanos por agirem assim, afinal de contas o jeito que tudo ocorreu e como tivemos que mudar para Azadium foi algo traumatizante para todos. Tivemos que mudar para cá por uma série de fatores em cadeia.

Em 2012,os seres humanos descobriram sobre os seres sobrenaturais e que eles viviam entre os humanos,em 2015 um feiticeiro e cientista realizou um experimento biogenético que acabou gerando os shifters em geral.Em 2020 o sol se apagou,em 2021 começou o Grande expurgo,onde todos os maus elementos foram caçados e mortos.E somente 3% da população humana continuou viva e foram teletransportados junto com os seres sobrenaturais,shifters, animais e plantas para o planeta conhecido como Azadium. Os humanos que aqui vivem,são separados em uma aldeia em cada continente,sem nunca poderem se juntar por risco de serem todos mortos.Eu sou um híbrido, sou parte lobisomem e parte feiticeiro e sou descendente de uma fada por conta da família da minha avó materna, por isso sou mais forte e mais rápido do que outros seres sobrenaturais e minha magia é mais poderosa.

Enquanto minha mente viajava a milhares de quilômetros por hora, mudando tão rápido de pensamentos que parecia tão desconexa, minha mente sempre foi um caos, tantos pensamentos que não sabia em que focar.

Foi quando me lembrei que hoje é meu aniversário de maioridade, poderia realizar o ritual antes de ser morto.

Fechei os olhos , peguei meu dedo e o mordi até sair uma gota de sangue, derramei ela na terra, imaginei minha energia se conectando ao ambiente, o vento lá fora começou a uivar como uma fera ferida,onde a minha gota de sangue cairá uma luz verde brilhante começou a sair da terra, pontinhos brilhantes como vagalumes iluminam a cela em que estava preso.

Me concentrei e sussurrei baixinho.

Gaia notum fer meum, pium custodem, te voco ultra caliginem tenebrarum, veni parvulum meum

Senti algo como se houvesse borboletas elétricas em meu peito

Decidi fazer a invocação elemental para saber a qual elemento sou destinado.

Elementa te voco, age terram quae vitam gignis, ignis corpora nostra hiemem calefaciens, aqua veni sanat, aer reficit. Ostende mihi quis ex vobis sum destinatus.

E esperei por alguns segundos mas tudo que podia era ouvir o som de minha respiração, nem uma faísca saiu de minhas mãos, nem uma gotinha de água, ou torrão de terra, nenhum dos elementos me respondeu.

Pronto eu era um feiticeiro que não tinha elemento, tinha sido rejeitado pela natureza, não sabia nem se podia ser chamado de feiticeiro...

E com o coração partido esperei pela minha sentença de morte. Até que me cansei de esperar.

Arrastei-me até a porta da cela e berrei a plenos pulmões como uma donzela indefesa, berrei e implorei que acabassem logo com meu sofrimento, pois não tinha sentido viver com a certeza de que não teria a conexão elemental.

Quando já tinha gasto toda minha voz e estava ao nível da Ana Carolina naquela música que dizia assim minha garganta arranha a tinta e os azulejos, enfim chegaram para acabar com meu sofrimento.

Me amarraram novamente e me arrastaram até uma sala que aparentava ser uma sala de tortura, cheia de bolas de espinhos , facas serrilhadas manchadas de sangue, um item peculiar que lembrava uma genitalia masculina mas ela estava cheia de pequenos espinhos que provavelmente rasgariam alguém de dentro para fora e varios outros itens de tortura um dos guardas que me arrastavam, percebeu que eu encarava todos os itens na sala e percebeu quando meu olhar focou naquele item em especifico.