Eu Sou O Escolhido

Capitulo X- O Primeiro Contato

A primeira coisa que pude perceber, conforme lidava com a falta de ar e o meu coração disparado era que estávamos perdendo, e perdendo feio parecia que nada poderia mudar o resultado de uma derrota iminente.

Mas foi como se os céus decidissem pregar uma peça em mim, e imensos portais coloridos começaram a se abrir e deles saíam pessoas que se uniam à batalha.

Um homem saiu de um dos portais que estava mais próximo de mim,e esse cara possuía uma aura azulada e de outro portal saiu uma menina com uma aura marrom e em cada portal saia uma pessoa diferente.

O homem de aura azul, colocou as mãos no solo e dele saiu um turbilhão de água de aquíferos subterrâneos, que formaram uma onda varrendo todos os esqueletos em um raio de 10 metros de onde estávamos. A garota de aura marrom, juntou as mãos como se estivesse fazendo uma prece e da terra saíram imensas raízes que começaram a atacar todos os esqueletos. Fui tirado do estupor por um grito de dor, reconheceria aquela voz mesmo em meio a uma tempestade.

Olhei em direção ao grito e vi um machado de guerra ser arrancado do peito de Collin, o tempo fluía lentamente e os sons da batalha ficaram abafados. Eu sentia raiva, muita raiva. Tinham machucado alguém que me pertencia, meu lobo uivou de dor e raiva, rasgando minha pele em pedaços, meu corpo crescia conforme minha raiva aumentava, meus olhos ficaram vermelhos, minhas garras rasgaram sulcos no solo que poderiam ser usados para plantações de tão grandes que eram.

Rosnei e com um salto me lancei em direção ao esqueleto que o apunhalou, quebrando ele em pedacinhos. Só me acalmei quando vi que ele estava começando a se curar.

Voltei a minha forma humana e me preparei para a batalha contra aquele cara,de cabelos metade brancos e a outra metade negros, ele era o mótivo do meu ódio, os esqueletos o obedeciam, minha vontade era arrancar o pescoço dele.

Mas tirando o ódio que queimava em meu coração, ele podia ser considerado bonitinho com aquele jeitinho meio bad boy, além de controlar os esqueletos ele também controlava várias serpentes estas mesmas que estavam dando muito trabalho para o povo da alcatéia, serpentes de várias espécies, tamanhos e cores,conforme observava aquela linda cidade que agora havia se transformado em ruínas de um campo de batalha. Fumaça e fogo se alastraram por toda a cidade,vários esqueletos estavam partidos no chão e vários sobrenaturais tinham morrido, as corujas que havia invocado estavam atacando todas as serpentes.

Corujas de vários tamanhos e cores matando cada uma daquelas serpentes asquerosas,só de imaginar que todo esse problema tinha se originado desse garoto que não parecia ter mais do que 16 anos. Nem parecia que eu tinha sido o responsável por demolir a muralha da cidade.

A cobra que mais estava me preocupando,era aquela que estava enroscada no pescoço dele,uma cobra negra e de olhos vermelhos.Se ela não fosse um oponente ela até poderia ser considerada bonitinha.Olhei mais atentamente a procura de Collin,até que enfim eu consegui o localizar,ele já estava curado e lutava com um super-esqueleto, um esqueleto tão grande que só poderia ser de um dos gigantes de gelo do norte.

Uma coisa que eu já sabia de magia é que se matar o líder necromante ou aprisionar ele em um receptáculo que ele não possa usar magia todos os mortos vivos controlados deixam de existir simplesmente morrem novamente.Então com o meu cajado em mãos eu parti para a batalha. Luzes brilhavam por todo o campo de batalha, os nossos novos aliados estavam derrotando lentamente o exército de esqueletos e defendendo todos os que não podiam se defender.

A magia que tinha feito, convocando todas aquelas corujas, tinha adiantado o anoitecer, e por isso me sentia mais forte, na escuridão da noite eu era indestrutível e imparável.

Ouvi um sussurrar em meus ouvidos e um arrepio em minha nuca,fechei os olhos e me concentrei em todos os que haviam morrido e que possuíam entes queridos na batalha,então o ar se tornou mais frio e o cheiro que a brisa trouxe foi de morte e putrefação, e do todos que tinham morrido começaram a se levantar e se uniram ao meu time em destruição das cobras e dos esqueletos inimigos,meus olhos que antes eram azuis claros,se tornaram esbranquiçados, as minhas asas de coruja se tornaram negras e eu já estava pronto para a batalha,mas antes de qualquer movimento uma coruja maior que o normal,voou em minha direção com uma machado nas garras, deixando ele perto de mim na relva.

Me agachei lentamente sem tirar os olhos de meu oponente e peguei o machado em mãos.

Ele era meio pesado, mas dava pro gasto.

Pela vida,pela morte,pela escuridão e pelo equilíbrio. Que a lua seja testemunha,que somente um sairá vitorioso!

Dizendo isso me lancei em direção ao garoto serpente,ele olhou para mim com uma cara de deboche, seus olhos faiscavam com puro desprezo.

-Que vença o melhor. E tenho certeza que serei eu.Porque eu nunca perco!

Gritou ele desferindo um golpe rente ao meu pescoço, eu desviei a lâmina com auxílio do machado,girei meu corpo e meu machado ficou rente ao pescoço dele,mas sem eu perceber uma cobra se aproximava silenciosamente atrás de mim, silenciosa e mortal ela aguardava a ordem ,só fui perceber que ela estava atrás de mim quando o garoto que estava com o meu machado em seu pescoço, olhou para algo atrás de mim e disse.

Ataque o coração dele.Para que ele sofra!

Fechei os olhos e esperei o bote,mas com o canto dos olhos eu percebi uma coruja se aproximando e atacando a cobra,tudo aconteceu tão rápido, e logo a cobra estava morta,quando o garoto viu que uma das preciosas cobras dele estava morta,ele moveu as mãos e um esqueleto atravessou a coruja com uma lança,e a coruja,explodiu em uma poeira azulada.

Simplesmente ela explodiu e ali o meu coração partiu,lágrimas começaram a sair de meus olhos,meu peito apertou e eu sabia que algo dentro de mim havia se partido.Meus joelhos dobraram e eu me joguei no chão chorando,minhas lágrimas só aumentaram ao ver que aquela linda coruja,tomou uma forma humana,aquela linda coruja na verdade era uma linda mulher que eu reconheceria de qualquer lugar,daquela foto no diário de meu pai,aquela coruja era minha mãe, minha mãe que sumiu em uma nuvem de poeira azulada,minhas lágrimas só aumentaram. Um grito soou dolorosamente em meu peito.

Uma bola negra surgiu atrás de mim e foi crescendo cada vez mais, se expandindo por todo o campo de batalha e em todos os inimigos que ela encostava eles iam explodindo. Eles enfim haviam morrido,e com esse surto de força, eu desabei em lágrimas novamente ,meus olhos se fecharam e senti duas pessoas me abraçarem e sem precisar olhar já sabia quem eram,nesse momento Collin e Stappae estavam sendo minha força, uma cobra se arrastava por meu corpo e não sentia a mínima vontade de tirar ela de lá, e ali chorando eu acabei adormecendo.