Sadie
Hoje é dia 31 de dezembro. Dois meses desde o dia em que Noah se acidentou, e que eu, Finn, Millie e sua família o visitamos todos os dias, e todos os dias, ele continuava em coma.
Já haviam se passado exatos 60 dias desde o dia que ele entrou em coma, e eu já estava ficando sem saber o que fazer. Mesmo estando em coma, esses dois meses me fizeram ficar muito ligada com Noah, e tudo que queria era que ele acordasse, estivesse aqui comigo, e acima de tudo, estivesse bem.
Nos últimos dias, Millie tem ficado muito comigo, mais do que o normal, e isso me resulta uma enorme culpa, pois por mim, ela não consegue ficar com seu próprio namorado, e quando eu digo a ela para ir e ficar com Finn, ela briga comigo e me diz que ele irá entender a situação, e que não liga de alguns dias, ela ficar comigo, e não com ele. Acontece, que desde a semana retrasada, esses "alguns dias" têm se tornado todos os dias. Não que eu esteja reclamando, Millie é minha melhor amiga, e eu apenas tenho que agradecê-la por tudo o que ela já fez por mim, mas a culpa que isso me causa me faz ficar pior.
Geralmente, em dias como hoje, famílias se juntam para comemorarem o ano novo. Não será assim pra mim, eu não irei deixar Noah. Karine já me disse muitas vezes que na noite de hoje eu poderia ir pra casa e passar com minha mãe e meus irmãos, mas eu sempre a dizia que isso não iria acontecer, e que eu não deixaria. Eu não me importava de passar meu ano novo num quarto de hospital. Não era uma data tão importante quando ele não estava aqui.
(¨)
Ao final da tarde, eu fui pra casa e fiquei lá um pouco. Eu estava precisando muito apenas da minha casa, especificamente da minha cama. Foram pouquíssimos minutos para que eu pegasse no sono - o que não era para ter acontecido - e acordasse duas horas depois com meu celular tocando. Era Millie, e aquela cena me trouxe uma recordação não muito boa, mas eu apenas mandei aqueles pensamentos para longe da minha cabeça e atendi o telefonema.
— Alô... — disse com a voz sonolenta.
— Você 'tava dormindo? Me desculpa se te acordei. — Millie disse, preocupada. Eu amava a preocupação daquela garota, com coisas que as vezes nem eram de se preocupar.
— Não tem problema, não era nem pra eu ter dormido. — disse, me sentando na cama e me espreguiçando. — Mas enfim, o que foi? — perguntei, finalmente.
— Liguei pra te perguntar se você vai mesmo passar essa noite no hospital.
— Eu vou. — afirmei, confiante.
— Tentei fazer com que o Finn não fosse, mas agora não vou nem tentar mais. — ouvi uma risada cansada do outro lado da linha. — Você quer que nós vamos aí te buscar?
— Não precisa, eu... — fui interrompida.
— Sadie... por favor, o que custa aceitar uma simples carona? — ela perguntou.
— Millie... por favor, o que custa aceitar que não precisa? — repeti seu ato.
— Custa muita coisa. — revirei os olhos, mas sorri. — Se arruma, quando estiver pronta me mande mensagem.
Assim que a ligação foi encerrada, fiz o que Millie mandara e meia hora depois, a avisei que estava pronta. Algum tempo depois, ouvi uma buzina na porta da minha casa. Olhei pela janela e o carro de Finn estava parado ali. Despedi da minha família ganhando um beijo e um abraço muitos gostosos da minha irmãzinha. Aquilo, com certeza, melhorou meu dia. Saí de casa e entrei no carro, cumprimentando o casal que estava ali. Eu amava a presença dos dois.
Por causa de Noah, e com o tempo, Finn se tornou um amigo muito próximo, e além dele ser namorado da minha melhor amiga, ele era melhor amigo de Noah, o... garoto que eu gostava. Isso nos fez ganhar uma grande proximidade, e agora ele é como um irmão pra mim.
— Vamos? — perguntei, pondo o cinto de segurança.
— Vamos. — Finn disse, bloqueando seu celular, e depois de guardá-lo em seu bolso, ele deu partida no carro, dirigindo em direção ao hospital.
Chegamos lá e fomos direto para o segundo andar, no quarto 203.
— Já estava começando a achar que vocês tinham mudado de ideia e decidido não vir. — Karine disse, abraçando Finn, em seguida Millie e por último, eu. Me encostei na parede, num canto, para pensar um pouco. Eu estava precisando.
— Nós não iríamos deixá-la sozinha. — Finn disse, com um sorriso, abraçando-a de lado.
— Eu disse que não precisavam vir.
— Eu juro que fiquei a semana toda tentando convencer os dois a não virem pra cá hoje, mas não adiantou. — Millie disse, com um sorriso sem graça.
— Esses dois são muito teimosos, mesmo. — riu e se virou para mim. — Está tudo bem, Sadie? Você tá aí, quietinha, não disse uma palavra desde que chegaram. — andei até Millie e parei ao seu lado. Passei um dos braços por sua cintura, deitei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos.
— Eu só 'tô... cansada. — disse e abri os olhos novamente, olhando-a com um sorriso que não mostrava meus dentes e levantei a cabeça novamente. — Mas, afinal, onde estão Chloe e Mitchell?
— Eles só virão mais tarde. — ela respondeu.
E o "mais tarde" não demorou a chegar.
As horas passaram e quando reparamos, já eram 23:00. Mitchell e Chloe chegaram e trouxeram algumas coisas para comermos. Conversamos até a 00:00, tentando nos manter acordados e nem percebemos quando já era outro ano. Eu tinha esperanças de que esse novo ano que começava seria o que iria melhorar tudo. Noah iria sair do coma e sua vida seria como era antes. Agora eu já sabia que ele gostava e sempre gostou de mim, isso significava que eu tinha como ter algo com ele. Noah era um garoto incrível, sempre foi muito inteligente, e eu sempre o admirei, mas nunca percebi o mais importante: que ele gostava de mim. Quando soube disso, o destino já tinha algo guardado para ele.
Eu sempre tive a dificuldade de perceber quando algum garoto se interessava por mim, sempre eram Millie, Gaten ou Caleb quem me diziam, e com Noah, isso não foi diferente. Acontece, que com ele, eu senti algo diferente, uma felicidade imensa. Quando Millie me disse, eu me senti melhor ao saber que um garoto tão incrível gostava logo de mim. Nunca fui uma garota com autoestima muito alta, as pessoas sempre me diziam elogios, e a minha reação era sempre não entender onde achavam qualidades em mim, mas quando soube sobre Noah, eu me senti bem, senti como se eu fosse a garota mais incrível do mundo, porque entre tantas outras, ele gostava logo de mim. Ele era apaixonado por mim.
E agora, eu estava apaixonada por ele.
Sim, eu estava, e corria riscos de quando ele acordar - se acordar -, não querer nada comigo, mas eu não me importo. Só de saber que um dia, foi pensando em mim que ele dava sorrisos, já me deixava feliz.
Um novo ano estava começando. E tudo iria se resolver. Eu tinha fé. As coisas vão ficar bem, basta apenas acreditar.
Vamos, Noah, as coisas vão ficar bem com você também, não é?
Por favor, me diga que sim.
••••••••••••••••••••••|♡|•••••••••••••••••••••••••••
soah is real, não há quem diga que não, é isto
decidi fazer uma visão da sadie, pra que ela pudesse se expressar e mostrar como ta sendo tudo isso com o noah, pq né, minha filha merece ♡
mas enfim,
eu espero que vcs tenham gostado,
até a próxima,
eu amo voces,
beijinhos,
- grxzrschnwpp
VOCÊ ESTÁ LENDO
untouchable angel | soah
RomansaNoah era um garoto pé no chão, que não via graça na maioria das coisas. Uma das coisas que ele mais apreciava era a garota cujo era apaixonado. Sadie era uma ruivinha amorosa, amada por todos da escola. Ela era um anjo. Um anjo que tem o coração de...