Eu não desisto tão fácil
Certa vez ouvi alguém dizer que o primeiro dia de aula era sempre o melhor, algo sobre "Rever amigos" e "Fazer novas amizades", eu não me lembro direito, e realmente não quero fazer esforço para tal ato, mas uma coisa eu posso dizer, eu discordo totalmente dessa pessoa.
Entrei pelo portão do colégio observando que não havia ninguém pelo pátio, exceto algumas mulheres, que varriam algo aqui e ali, ou levavam coisas para um corredor, pelas coisas que carregavam, eu poderia dar um palpite que estavam indo para a cozinha. Andei mais um pouco, ainda mantendo o passo lento, pouco me importando com o fato de que, com certeza, eu estava atrasado.
Enquanto andava, observava alguns cartazes nas paredes do colégio, a maioria parecia ser trabalhos de biologia, pelos desenhos do corpo humano ou algo que parecia ser uma célula. Outras vezes notavam-se pequenos murais presos na parede com avisos de turmas que soltariam mais cedo, trocas de horário e até mesmo pequenos panfletos sobre clubes, e um ou dois sobre alguém procurando algo perdido...
Olhei para frente tirando minha atenção dos panfletos, resolvendo finalmente procurar minha sala, pondo a mão no bolso puxei o pequeno papel que tinha sido entregue á mim por minha mãe. Nele continha apenas algumas palavras:
"Turma 1- F, segundo andar".
Direcionei meu olhar para a escada que se encontrava logo à frente, então me dirigi até ela. Apertei um pouco passo ao notar que eu tinha realmente perdido muito tempo lá em baixo, a aula devia ter começado havia uns 15 minutos. Cheguei ao segundo andar e parei, dando uma olhada rápida nele, não havia muita diferença se comparado com o primeiro, tirando alguns vasos de plantas aqui e ali. Olhei para os lados logo avistando minha sala ao final do corredor, então corri até ela. Parei em frente à porta e puxei o ar com força, logo o soltando. Repeti esse mesmo ato mais três vezes, então dei algumas batidas na porta. Logo a sala se silenciou e eu pude ouvir passos se aproximando, então a porta foi aberta. Uma mulher, bonita devo acrescentar, abriu a porta, devia ter algo em torno de 25 à 30 anos, tinha um cabelo totalmente negro que se encontrava amarrado em um belo rabo de cavalo, o os olhos, também muito negros, me olharam confusos por um momento, então ela pareceu notar o papel em minha mão, e logo abriu um pequeno sorriso.
—Você é o aluno novo então?- Dei um leve sorriso, apenas um puxar de lábios, e afirmei com a cabeça — Você está alguns minutos atrasados sabe? Mas vou pegar leve com você, acredito que você tenha se "perdido" pelo caminho não? – Desviei os olhos e dei um sorriso meio envergonhado, apenas para ouvir uma leve risada dela, ela fez um sinal de mão então me chamou —Venha, vamos te apresentar à turma.
Entrei na sala, e dei uma leve olhada nela, era grande, e bem arrumada, os alunos ali sentados me olhavam com curiosidade, alguns sussurravam, e outros aproveitavam a chance para conversar um pouco, devia haver uns vinte poucos alunos na sala. Parei minha pequena observação quando ouvi a professora pigarrear em um pedido de silêncio. Ela me olhou então disse:
– Bem pessoal, como vocês, que são bem informados, já deviam saber, hoje chegaria um aluno novo, então peço que o ajudem no que for necessário, e que fiquem em silêncio em quanto ele se apresenta.
Ela então me olhou, e fez um leve movimento com a cabeça, pedindo que eu começasse, olhei para frente, me vi sendo observado por todas da sala. Suspirei, então fiz uma simples apresentação.
—Eae?- Fiz um gesto simples com a mão em um cumprimento, alguns até mesmo corresponderam o gesto, outros simplesmente menearam com a cabeça. – Bem, Meu nome é Oliver, tenho 14 anos como a maioria de vocês, me mudei recentemente por causa do trabalho da minha mãe. É isso, espero me dar bem com todos, e ter um ótimo ano e tudo mais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um pedido de socorro
Misterio / SuspensoEla não falava com ninguém e era excluída por todos, alguns a odiavam, outros pareciam ter medo dela. Ninguém me explicava o porquê disso... ela era somente uma garota que gostava de sentar na classe perto da janela e matava os períodos de matemátic...