Capítulo 7 - Gina

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Capítulo 7 – Gina

Gina's Pov

Alguns anos atrás, eu tinha uma vida completamente normal. Minha família era unida e vivíamos felizes, eu tinha amigos, o Arthur e a Melissa estavam sempre comigo, a Diana não era só minha irmã, mas também era uma grande amiga. Tudo era perfeito. Eu, mamãe, papai, Diana, Arthur, Melissa e Ariane passeávamos juntos em todos os finais de semana. Eu não tinha muitos amigos, mas ninguém me olhava feio ou tinha medo de mim. Eu era uma pessoa feliz.

Em um dia qualquer, papai viu Diana vomitando no banheiro, ele descobriu que ela tinha bulimia. Diana sempre foi muito popular no colégio, tinha muitos amigos, e por isso, ela sofria muitas influências das pessoas com quem convivia, ela vomitava para ficar magra. Diana começou a ter consultas com um psicólogo em casa (tudo em segredo, pois mamãe não queria que pensassem mal de sua filha mais velha). Eu, mamãe e papai pensávamos que com o tratamento ia ficar tudo bem...

Como eu e minha irmã eramos muito próximas (ou assim eu achava) não trancávamos as portas dos nossos quartos. Não sabia que ela tinha um segredo.

Era uma quarta-feira, eu havia esquecido que era o dia que ela tinha a consulta e não tinha visto o psicólogo entrar em casa. Eu queria pegar umas folhas coloridas que ela guardava dentro de seu armário, então abri a porta de seu quarto. Ela estava deitada sem roupas e o tal homem estava em pé na frente dela.

Não demorei para notar que ele abusava da Diana e naquele momento achei que iria matá-lo tamanha a raiva que senti. Eu pulei sobre ele tentando afastá-lo da minha irmã, mas ele era alto e com um forte empurrão fui jogada para o outro lado do quarto. Diana veio correndo até mim, eu tinha caído sentada e quando olhei para baixo vi meu sangue escorrendo pelo meu rosto e pingando no chão.

Depois disso só me lembro de acordar no meu quarto com a Diana do meu lado. Sentia muita dor de cabeça, ela me pediu que continuasse deitada. Eu perguntei o porquê dela nunca ter contado a ninguém e ela disse que tinha medo, que ele a ameaçava. Falei para ela que eu não deixaria isso acontecer de novo e que falaria com os nossos pais.

–Você não pode fazer isso. – lembro-me de tê-la ouvido falar. – Escute Gina, eu falarei com eles assim que der, mas até lá... Não fale nada sobre isso, ok? – concordei e o vi na porta.

–Ela já acordou? – ouvi ele perguntar para Diana.

– Já. Ela não vai contar nada a ninguém. – minha irmã respondeu.

–Deixe-me falar com ela. – ordenou e Diana se afastou de mim. Ela segurava a minha mão, mas a soltou e foi até a minha escrivaninha.

–Não vou sair daqui. – disse para ele.

–Tanto faz. – falou e sentou onde ela estava antes. – Escuta aqui menininha. Eu tenho um emprego importante, tenho uma boa reputação entre médicos e psicólogos, tenho uma carreira incrível e iria tudo pelos ares se alguém soubesse o que aconteceu aqui. Está entendendo? – indagou e eu assenti com a cabeça pensando como seria engraçado se um cara como ele fosse torturado e depois morto por uma menininha como eu.

–Bem... Nada vai acontecer a ti ou a tua família se ninguém souber o que você viu aqui hoje.

–Eu já entendi. – respondi e o vi concordando, eu sentia a minha cabeça pesar, era como se eu fosse desmaiar a qualquer instante. Tudo começou a girar e ouvi ele responder no final:

Um pedido de socorroOnde histórias criam vida. Descubra agora