Capítulo 10 - A Carta de Melissa

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Capítulo 10 – A carta de Melissa

Eu estava chorando, segurava uma faca afiada e suja de sangue, a Gina estava na cama, com sangue escorrendo de seus pulsos, muito sangue. Eu não sei o que fazer agora.

Alguns Minutos Antes...

Depois de 50 minutos de tortura, a professora Margot de química liberou a turma para, finalmente (aleluia), irmos para o recreio.

Peguei meu lanche. Uma segunda-feira completamente entediante, sem Gina e sem Arthur, ele tinha ido no sábado para a casa do pai dele e Gina faltou hoje. Eu estava sentado em um banco no pátio, lanchando meu sanduiche quando meu telefone tocou. Olhei a tela, era o Arthur.

–Alô? – atendi.

–Oi Oliver. Tudo bem ai? – perguntou.

–Tudo, e ai? – perguntei.

–Claro, pode me fazer um favor? – ele pediu.

–Só falar. – respondi.

–Eu esqueci de levar os antidepressivos na casa da Gina. Depois da aula você pode fazer isso? – ele indagou.

–Sim, estão na sua casa? – perguntei.

–Estão, na segunda gaveta da cômoda no meu quarto. A chave extra lá de casa fica atrás do vaso de violetas, aquele na varanda, sabe? – Arthur.

–Sei, e a chave da casa dela? – lembrei-me que não sabia onde ficava a chave.

–Na mesma gaveta. Passa o celular para a Gina rapidinho. – Arthur me pediu.

–Ela não veio hoje. – falei normalmente, sem esperar pelo que veio a ocorrer.

–... – fez-se um longo silêncio do outro lado da linha – Mas que droga Gina! – ele praticamente gritou, porém pela sua voz ele estava mais para preocupado do que com raiva.

–O que foi? – (ela só faltou, por que ele tá tão assustado?) pensei.

–OLIVER! Você precisa ir na casa dela AGORA! – O Arthur estava falando sério, dava para notar no seu tom de voz.

–Por que? – perguntei tentando não entrar em pânico também.

–Meu Deus, Oliver... Ela vai se matar! Vai logo! Eu vou ligar pra ela! – e desligou na minha cara.

Ela vai se matar” Essas palavras ficaram ecoando na minha cabeça. Peguei a mochila e sai correndo da escola. Nem pensava direito. “O que eu faço?”

Fui pegar a chave da casa dela, cheguei na casa do Arthur sem nem sequer respirar direito. Minhas mãos estavam tremendo enquanto eu revistava o vaso até achar uma pequena chave. Estava tentando abrir a porta, mas estava mais difícil do que deveria, eu estava muito assustado. (Isso tudo é sério?) me perguntei e ouvi meu celular tocar no bolso:

–Alô? – falei entrando em casa, indo ao quarto do Arthur.

–Oliver, o telefone da casa dela tá desligado e o telefone de casa fora do gancho. Você já tá chegando? – perguntou nervoso.

–Não, estou na sua casa. Já vou pra lá. – falei tentando acalmá-lo, o único problema era que eu mesmo não estava calmo.

–Oliver, vai logo! Eu vou pegar um ônibus para voltar, mas vai demorar uns trinta minutos. –

–Tá, já tô indo. – disse abrindo a porta e indo direto até o quarto dele. – Cinco minutos, okay? – perguntei procurando a chave na gaveta em que deveria estar, papeis e canetas estavam me atrapalhando até que vi um chaveiro do pikachu com duas chaves.

Um pedido de socorroOnde histórias criam vida. Descubra agora