Capítulo 3 - A pesquisa

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 – Ok, então formem duplas para fazerem uma pesquisa científica para o mês que vem, – disse a professora Gisele – e sim Ariane, os dois da dupla precisam apresentar o trabalho, – respondeu quando Ariene levantou a mão – e não Ariane, não pode ser “dupla de três”. – disse antes da menina se pronunciar.

–Nossa sora, precisava me cortar? – indagou Ariane.

–Formem as duplas sem bagunça que eu vou na direção e já volto. – ordenou a professora.

–Parece que um certo alguém vai ficar sem dupla... – disse Ariane olhando para Gina e isso realmente me incomodou, mas quem se levantou e andou até Gina foi Arthur, que ignorando os olhares de todos na sala disse:

–Ei Gina, quer fazer o trabalho comigo? – perguntou e ela parecia mas preocupada com algo que pudesse acontecer com ele do que com o fato de estarem todos olhando e esperando uma resposta negativa como era o mais comum de vê-la fazer.

–Desculpa Arthur, eu já tenho dupla. Né Oliver? – disse olhando pra mim e lá estava eu... Todos esperando que eu falasse algo e eu sem resposta.

–É, claro, eu vou fazer com ela Arthur – falei depois de um certo tempo sem entender direito o que estava acontecendo (ela disse isso mesmo? Ou eu estou enlouquecendo?).

–Oliver, você pode me esperar na biblioteca de tarde? Tipo umas duas horas? – Gina perguntou e eu assenti com a cabeça. – Ok, eu te vejo lá – disse arrumando a mochila, levantou-se, saiu da sala e todos ainda estavam olhando.

–O que foi isso? – ouvi alguém falar, (Não faço a miníma ideia) pensei.

Ela tinha ido embora. Aula de matemática é claro.

(...)

Duas horas e vinte minutos da tarde. Biblioteca. Ela não tá aqui. Eu tava pensando (Será que ela disse isso só pra não fazer o trabalho com o Arthur e me deixou plantado esperando como um idiota? Só pode ser isso, acho melhor ir para casa) e ela apareceu:

–Oi, desculpa a demora, eu tava... ãh... ocupada. – (ocupada, nossa que bela desculpa)

–O que você tava fazendo? – peguntei e em seguida me arrependi (ela vai me cortar, né?).

–Eu tive que ir em um médico. – respondeu.

–Você tá bem? – eu sinceramente não me entendo, por que eu fico tão preocupado com ela?

–Claro, não era nada preocupante. – falou Gina e de repente ela percebeu que a biblioteca estava cheia – Não prefere fazer a pesquisa lá em casa? Não gosto de lugares lotados.

Eu entendi isso (deve ser claustrofobia, né?) então fomos pra casa dela.

(...)

Lá era bem bonito, digo, a casa dela é bem organizadinha e limpinha.

–Onde estão seus pais? – perguntei, a casa era grande e parecia muito vazia.

–Eles foram... viajar. – se limitou a dizer isso.

Estávamos estudando no computador da sala e alguém começou a abrir a porta (deve ser um irmão dela) pensei, mas não, era o Arthur.

–Arthur? – indaguei perplexo (o que ele estava fazendo aqui?).

–Gina, você não me avisou que ele ia vir aqui. – respondeu olhando para ela.

–Eu não sabia que a biblioteca ia estar cheia, precisava ficar longe delas, você sabe. – disse.

–Desculpa, vou deixar vocês estudarem. – disse Arthur, no entanto ela foi até a porta e falou:

–Já volto Oliver, vai pesquisando ai, é rapidinho – e os dois saíram pro lado de fora.

Não gosto de ouvir a conversa dos outros, não fiz de propósito (só um pouquinho):

–Ele sabe? – Arthur perguntou.

–Não, não diga pra ele onii-chan (onii-chan é irmão em japonês, não? Eles são irmãos?).

–Eu não vou. Mas tenha cuidado, você sabe como Ariane é, ela deve ter dito alguma coisa.

–Eu sei, tenho vontade de bater nela – respondeu Gina, ela parecia triste.

–Esquece isso Gina, só me diga que você lembrou pelo menos o primeiro nome ou até mesmo o rosto daquela pessoa e posso dormir mais tranquilo hoje à noite.

Eles ficaram alguns segundos em silêncio e eu pude ouvir que um dos dois estava chorando.

–Não – ela disse por fim – E não faça mais aquilo, eles podem notar que você fala comigo, imagina se a Ariane ficar sabendo? Ia ser horrível! O que seus pais iam pensar?! -Ela disse e notei que quem chorava era ele.

–Eu não me importo Gina, e você sabe. Só tente lembrar de alguma coisa, nós estamos ficando sem tempo, você sabe. Isso não pode acontecer, não pode! – disse e eu fui espiar pela fechadura, ela abraçou ele (juro que eu não tô entendendo mais nada).

–Eu prometo que vou tentar, mas – ela também estava chorando agora – a cada dia que passa parece mais difícil lembrar de qualquer detalhe. Eu tô ficando com medo.

–Eu não vou deixar isso acontecer, prometo que vou fazer de tudo onee-chan. – e falou – Acho que o Oliver devia saber disso por você, antes que alguém conte uma versão errada da história pra ele.

–Eu vou contar pra ele – disse – mais tarde.

–Promete? – Arthur.

–Prometo. – Gina.

Ele deu um beijo na testa dela e foi embora.

–Onde estávamos? – ela disse entrando na sala (ainda bem que deu tempo de voltar pro computador, não ia ser nada legal se ela soubesse que eu ouvi tudo aquilo).

–Na destruição da camada de ozônio. – respondi.

Terminamos o trabalho às três e pouco da tarde e ela foi fazer bolinhos de chocolate para lancharmos. Ela foi no seu quarto e colocou uma blusa de manga curta e vi que ela tinha cortes nos pulsos, eu não havia notado antes pois ela sempre usava camisetas de manga comprida. Fiquei tentado a perguntar, porém não o fiz.

A gente conversou sobre o trabalho e sobre o desenho que estava passando na televisão, ela na verdade é divertida, não entendo porque não tem amigos. Gina me mostrou os cômodos da casa (todos exceto o seu quarto, o que vamos combinar, foi um pouco estranho, talvez ela queira privacidade) e por último o jardim nos fundos quer era cheio de roseiras, tinha até uma fonte. Nós sentamos na grama e conversamos. Descobri coisas como: a cor favorita dela é preto, a banda é the pretty reckless, a comida é lasanha, o animal é a tartaruga (esse tipo de coisa), e ela agora sabe que a minha cor favorita é azul, banda linkin park, comida é pizza, o animal é cachorro.

Sai de lá ainda cedo, umas quatro e meia, porém cada vez eu tinha mais dúvidas: –Por que ela não falava com ninguém? –Por que alguns alunos pareciam ter medo dela? –O que ela fez para Ariane implicar tanto com ela? –Por que Arthur e ela estavam chorando? –Por que ele tem a chave da casa dela? –De quem que ela precisava lembrar? –Do que exatamente eles estavam falando? Meu Deus, eu vou ficar louco.

Agora mais do que nunca decidi que vou descobrir tudo que estão escondendo de mim sobre Gina D' Angelo e Arthur Giovani.

Um pedido de socorroOnde histórias criam vida. Descubra agora