O desgosto dos filhos

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Wendel acordou primeiro que ela... O dia estava quente o sol entrava pelo quarto mas pela hora que pegara no sono com certeza não dormira nada. Olhou o peito que doia... realmente a marca ficara roxa e a ferida do metal da fivela visível.

_Maluca... _Resmungou com raiva. Ela dormia na outra ponta da cama tão encolhida que parecia um gatinho indefeso. Com certeza custara a pregar os olhos... Olhou novamente para a marca roxa em seu braço.
Não... Não ia resistir tinha que ver a marca dela...

Wendel se aproximou cauteloso. Não podia acorda-la. Com cuidado afastou o cobertor e levantou o vestido...
Bom parecia bastante inchado... A não ser que ela tivesse um bumbum tão empinado... pois é... ela tinha... O estrago fora só uma marca roxa que seu instinto selvagem e pérfido proveniente da maldade humana enraigada na sua natureza ruim lhe fez sentir satisfação ao ver que de um modo claro tinha lhe provocado dor.  Com a mesma precisão clínica lhe cobriu novamente.  

Depois de um banho demorado e socar suas roupas de volta pra mala resolveu que era hora de ir daquela possilga. Desceu as escadas para a recepção.

Viu quando o recepcionista que estava em pé atrás do balcão, como um gato, e um gato ninja com reflexos de um x man,  escondeu-se ao vê-lo descer as escada.
Wendel prendeu o riso e se dirigiu ao balcão.

_Bom dia Caio. _O cara agora ressurgia com aquela cara de gato escaldado...

_Bom dia senh...

_Perdeu alguma coisa aí atrás? _Wendel se apoiou no balcão olhando para baixo, tentando não rir.

_Bem... foi... minha caneta.

_Ah... Ok... Bem, Caio, vou tentar relevar o fato de você ter dado em cima da minha mulher se...

_Mas eu achei que...

_Você quer um outro soco? Soco de uma mulher não se compara a isso aqui ó! _Wendel levantou a manga da blusa mostrando o resultado de ter sido fiel na sua agenda fitness. Viu que o coitado tremeu e quase não conteve o riso. _Bom eu preciso voltar pra casa e você vai resolver isso.

_Mas o helicóptero só vem amanhã...

_De carro então.

_A estrada está intrafegável. Seria impossível.

_Te dou uma hora. Se eu não ouvir o helicóptero chegando até lá... bem... você vai estar muito encrencado.

Wendel seguiu para o restaurante do hotel em busca de um café da manhã... Não era tão tarde assim porque estava tudo tão vazio? Aliás era muito estranho nunca ter esbarrado com nenhum outro hóspede. Lugares estranhos e curtas estadias de hotel só tinha uma coisa legal... gatinhas... mas ali parecia que não havia ninguém... nem aqueles estrangeiros do Santo Daime...
Por sorte um casal de idosos chegava.

_Oh meu jovem... _A senhora lhe sorriu insinuante. _Você deve ser o outro hóspede... onde está sua esposa? Ontem a noite ouvimos gritos até pensamos que era algo sério mas o gerente disse para não nos preocuparmos...

_Am? _Wendel viu quando o marido morto de vergonha lhe deu uma cotovelada. Não sabia quem estava melhor casado dos dois o da esposa língua solta fofoqueira ou o da língua bifurcada, encrenqueira, escandalosa e agressiva... bem sem sombra de dúvidas Kíria era pior _Sabe como é... minha esposa adora um escândalo..._A mulher deu uma risadinha. _Então devo deduzir que não há outros hóspedes...

_Ha essa época do ano a estrada fica impossível. Só da pra vir de helicóptero. Quando passa o período das chuvas você tem que ver, fica lotado... Adoro esse lugar já viu a cachoeira?

_Não. _Wendel resmungou. Estava inchado de raiva deu as costas pro casal e voltou pra recepção. Caio ficara lívido quando o pegara pela gola da camisa.

Simplesmente ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora