Incomparable | Arthur Melo

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O mês da inauguração do restaurante do pai da espanhola havia chegado e com a inauguração do local, viriam também: novas responsabilidades, um novo trabalho, e um novo motivo para deixar sua família orgulhosa.

Sara sabia que era algo importante para seu pai. Ela queria mesmo deixá-lo feliz, mas, acima de tudo, ela mesma já se sentia mais feliz com tudo o que estava acontecendo.

Tinha ao seu lado o que mais prezava na vida: Sua família. Tinha um trabalho com o qual sempre sonhou e também um outro trabalho que deixava o pai feliz e orgulhoso. Por fim, mas não menos importante, tinha ao seu lado Arthur, o homem com quem ela sempre imaginou passar o resto da sua vida.

Sara não poderia mesmo estar mais feliz! As coisas estavam se organizando conforme ela havia imaginado.

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A espanhola observava atentamente cada pessoa que adentrava aquele salão, estampando nitidamente a felicidade que sentia naquele momento. A euforia e alegria pareciam não ter fim.

O evento se encerrou na madrugada de sábado, e, após todos os convidados terem ido embora da inauguração do Aldgate Ristorante, a família de Sara e de Arthur finalmente pôde se reunir.

Na cabeça de Arthur, essa era a hora perfeita. O jogador já não aguentava mais guardar no seu bolso da calça o anel que colocaria no dedo de Sara e nem no coração, o pedido que guardou por mais de um ano.

Suas mãos estavam suadas, suas pernas tremiam, as batidas do seu coração estavam cada vez mais rápidas e fortes. Ele sabia que aquele seria o momento que mudaria sua vida para sempre.

Todos em volta conversavam distraídos quando Arthur se levantou para que todos pudessem prestar atenção nele naquele momento. Em seus pensamentos ele estava fazendo tudo como acontecia nos filmes, mesmo sabendo que nenhuma vida real é como nas histórias dos filmes.

— Isso soa tão clichê, não? — Arthur disse, arrancando risadas dos familiares presentes — Há algum tempo que eu venho guardando isso dentro de mim. Hoje é a oportunidade perfeita para que eu possa compartilhar isso com todos vocês. Diante dos meus sogros, meus pais, e de todo o resto da minha família, da família da mulher da minha vida, eu tenho que dizer que, muitas vezes, nós passamos por coisas que conseguem nos fazer ter coragem. Nos fazem entender o verdadeiro sentido da vida. E acho justo que cada qual tenha o seu sentido de vida.
Todos a sua volta estavam prestando atenção nas palavras que saíam da boca de Arthur. A mãe de Sara já estava em prantos de lágrimas por saber do que se tratava. Arthur já havia lhe contado meses antes.

Arthur se virou para Sara, fazendo a mesma se levantar em direção a ele.

— Sara, nunca tenha dúvidas do meu amor por você. Hoje, aqui do seu lado e rodeado de pessoas que nos amam, eu te direi todas as palavras que vem do meu coração. Nada ensaiado, eu juro. Hoje eu não te vejo mais como a minha namorada, não quero mais ser seu namorado.

Antes que pudesse terminar o que iria dizer, o rapaz foi interrompido por seu pai que, ao ver os olhos de Sara lacrimejando diante das palavras de Arthur, se sentiu na obrigação de interrompê-lo:

— Arthur, meu filho, você pediu a atenção de todos para dar um fim no seu namoro com a Sara? Por que? Não poderia ser uma conversa entre vocês dois para resolverem como sempre fazem?

O senhor Ailton, pai de Arthur, questionou.

— Tenham calma! Eu ainda não terminei o que iria dizer, mas sim, pai. Pedi atenção de todos para romper, mais uma vez, o meu namoro com Sara.

O jogador disse, prendendo uma risada ao perceber que as pessoas estavam acreditando na brincadeira.

— Arthur, você não precisava fazer isso. Era só me chamar em um canto que iríamos resolver.