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Felicidade para Sara poderia ser resumida em: Helena, Arthur e uma boa tarde de domingo com folga do marido.

A espanhola gostava de aproveitar os momentos com os dois, afinal, ter perdido 6 meses do crescimento e da evolução da filha faziam com que Sara sentisse sempre ter um tempo perdido a recuperar com a família.

O passado da mulher foi marcado por constante dedicação ao trabalho. No Clube do Barcelona e também no restaurante do pai, Sara vivia em função disso. Trabalhava até o limite, até que um dia tudo mudou com a descoberta do risco na gravidez de Helena.

Um acidente inesperado, uma chegada inesperadamente precoce da filha e um coma inesperado também, certamente, fizeram Sara começar a valorizar mais a família e deixar de lado o desejo compulsivo de trabalho.

Não que gostasse de ficar sem fazer nada, ou de ser sustentada financeiramente por alguém; já que seus pais sempre tiveram boas condições para sua criação. Sara era o tipo de mulher que nunca desejou nem aguentou ficar parada em casa. Corria sempre atrás dos seus desejos e não parava até alcançá-los. Quem a conhecia, admirava por tamanha dedicação à vida profissional.

Frente à atual situação, porém, Sara se lembrava de um lema para não se frustrar:

" Coisas extemporâneas sempre surgirão. Por esse motivo, não dá para planejar toda a sua vida. É preciso esperar o inesperado. Assim você conseguirá ser forte em situações cruéis."

Talvez por isso ou por instinto materno, Sara conseguiu superar todas as sequelas que aquele acidente brusco havia lhe causado.

Ela soube ser forte, resistente e íntegra. Soube lutar e vencer.

Às vezes chegava a ser questionada por não conseguir ter forças para voltar ao trabalho, outras vezes era até julgada por isso. Mas, na maioria das vezes, era compreendida por ter escolhido aproveitar a família que foi obrigada a deixar por seis longos meses.

Isso era felicidade para Sara. Viver recuperando todo o tempo que perdeu sem poder estar perto da família.

Sara se tornou a típica mãe, dona de casa e esposa.

A dedicação profissional que tinha quando ainda trabalhava, neste momento se tornou só a dedicação familiar, ainda que 2 anos e 7 meses já tivessem passado desde que a morena sofreu aquele acidente.

O mesmo tempo fazia desde que nasceu a pessoa com mais garra e vontade de viver que a família conhecia: Helena. Assim como a sua mãe, a pequena soube ser forte e lutar. Quase três anos depois, era uma criança tão saudável e cheia de energia que nem parecia já ter sido aquele bebê pequeno e frágil que nasceu prematuro.

Arthur e Sara eram parte de uma família religiosa e nenhuma comemoração seria demais para celebrar a vida de Helena. Resolveram comemorar no mesmo dia o aniversário e o batizado da pequena em uma linda festa para a família e os amigos mais íntimos.

Luana, uma das melhores amigas de Sara e também madrinha de Helena, havia chegado em Barcelona para acompanhar o ato de fé cristã da família.

A loira era das poucas pessoas que conheciam Sara tão bem. Um mês antes, durante a as Eliminatórias para a Copa do Mundo na Rússia que ocorreu no Brasil, Luana questionava à amiga sobre as mudanças que estavam ocorrendo em seu corpo. Agora, 1 mês depois da classificação nacional mais importante que o marido havia ganhado até o momento, o corpo da mulher trazia ainda mais mudanças.

— Quando vai contar para eles?

Luana questionou à morena, rompendo o silêncio que havia naquele momento.

— Faltam 5 minutos para as pessoas chegarem. Acha melhor eu contar a ele agora ou fazer mais 5 minutos de suspense?

Sara devolveu a pergunta.

— Acho melhor você continuar sendo malvada por mais 5 minutos e contar quando todas as pessoas estiverem juntas, assim os mais próximos saberão todos juntos.

Luana exclamou, arrancando risadas da amiga.

Todos conseguiam sentir a alegria por Helena estar finalmente consagrada ao batismo. A alegria do momento contagiava a todos em volta.

A espanhola não poderia escolher um momento melhor para dizer o que carregava consigo havia 2 meses.

Quando todos chegaram, a morena pediu atenção para dar uma notícia especial:

— Bom, eu nunca fui boa com rodeios, vocês sabem, prefiro ser direta. Mas, antes de tudo, eu quero agradecer a todos que estão aqui e também a Deus por conceder esse momento na vida da Helena. Filha, que Ele te abençoe em todos os minutos da sua vida. É um milagre você estar aqui. Ainda bem que a Patrícia e Julia cuidaram bem de você naquele hospital. — Sara suspirou, tentando não gaguejar ao segurar toda a emoção que sentia. — Acho que não consigo mais segurar. — Sara mudou de assunto e falou, em tom divertido, despertando curiosidade nas pessoas em sua volta. — Bom, não me preparei para esse momento e agora não sei como dizer isso, mas a família está crescendo pessoal. É isso, amor. Helena agora será a nossa filha mais velha. — A mulher rompeu o segredo que levava a dois meses, aflorando ainda mais a alegria das pessoas que haviam ali.

— É sério isso, amor? — Arthur questionou, derramando lágrimas de alegria.

— Muito sério, amor, nossa família tá crescendo. Estou com dois meses de gravidez!

Sara contou, muito empolgada.

— Tia Sara, como que a Helena vai ganhar um bebezinho novo, e eu e a Delfi e o Lauti não? — Benjamim, filho de Sofia Balbi e de Luis Suarez, questionou.

— Benja, olha, deixa a titia te explicar. A mamãe e o papai precisam dar um abraço especial para você ter outro bebezinho como irmão ou irmã. — Sara explicou para o garoto que ouvia com total atenção.

— Então você e o tio Arthur deram o abraço especial há dois meses, tia Sara?

O filho do meio de Lionel Messi e Antonella Rocuzzo questionou, arrancando completamente a reação e as palavras de Sara.

— Olha só, meninos, vocês não querem brincar?

A mãe da criança interrompeu o garoto, tentando contornar a situação embaraçosa que Sara havia passado.

— Felicidades, amigos. Bebês sempre são bênçãos.

Mais uma gravidez. Mais um ciclo. Mais um motivo para Sara e Arthur serem ainda mais felizes.

 Incomparable | Arthur MeloOnde histórias criam vida. Descubra agora