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Noiva. Grávida. Feliz! Era assim que a espanhola se sentia.

Arthur também não poderia se sentir de outra maneira. Se casar com a espanhola e formar uma família com ela eram os principais objetivos de vida do jogador.

O casal observava a imagem do ultrassom que confirmava uma vida dentro da mulher. Já haviam se passado sete meses desde o descobrimento da gestação, mas eles ainda admiravam aquela tela com a mesma emoção da primeira vez.

Em uma fase complicada no relacionamento, o bebê com certeza veio no momento certo.

Nada foi planejado, tudo simplesmente aconteceu quando deveria acontecer. Era disso que Sara gostava: de acontecimentos inesperados e de coisas não planejadas que, de alguma forma, acabavam dando certo.

Ela nunca gostou de seguir coisas idealizadas na vida. Afinal, já sabia qual era o seu destino: deixar as coisas acontecerem e, se em algum momento tudo saísse do controle, procurar uma maneira de resolver. Era extremamente assim que ela vivia, e costuma dar certo.

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A pressão do trabalho nunca foi algo que atrapalhou a vida de Sara. Mesmo assim, Arthur voltou a tocar no assunto sobre morarem juntos; justificando que, agora grávida, ela precisava estar mais perto dele e que morarem na mesma casa era uma opção muito mais confortável e até econômica para ambos. Essa pauta, que um dia causou tanta discórdia entre os dois, dessa vez não incomodou tanto a moça que, agora noiva e levando dentro de si um outro coração, concordou em se mudar para a casa do noivo, certa de que Arthur ficaria enfim satisfeito e que pouparia seus ouvidos de futuras discussões com o noivo.

Contudo, não foi bem o que aconteceu.

Já com 7 meses de gestação, era claro que a dificuldade estava aumentando, mas Sara ainda conseguia dar conta de tudo.

Mesmo durante a vigésima oitava semana, a mulher conseguia pôr sua mente para funcionar e manter impecável sua função no Barcelona, por mais cansativas que as viagens e todo o cotidiano do trabalho fossem. A analista estava determinada a suportar tudo por amor à profissão, mesmo também querendo sempre o melhor para seu bebê.

Por outro lado, Arthur não estava assim tão satisfeito com a situação. Depois da descoberta da gravidez, o jogador aflorou um instinto protetor imensurável sobre Sara e queria sempre que a noiva tivesse segurança e conforto, de forma que a moça se sentia por vezes até sufocada.

O jogador já era completamente apaixonado por aquele bebê que nunca havia visto na vida e era até compreensível tamanha preocupação, mas também não era como se Sara priorizasse mais o trabalho do que a gestação. Na verdade, a espanhola também estava na expectativa para segurar o bebê nos braços e esperava que tudo acontecesse da forma mais saudável e segura possível.

— Você está cansada, não está?

Arthur se pronunciou, ao ver Sara chegando em casa.

— Sabe que não? Eu estou bem.

A moça respondeu, desviando o olhar, como se não estivesse realmente esgotada após um dia longo de trabalho.

— É sério que você ainda pensa que consegue mentir para mim?

O jogador rebateu.

 Incomparable | Arthur MeloOnde histórias criam vida. Descubra agora