Exausta.
Era assim que Sara se sentia depois de um longo e tenso dia de trabalho.
Já era previsto que com o decorrer da gravidez algumas atividades cotidianas começassem a se complicar para a espanhola, mas ela nunca poderia imaginar que teria problemas vindo dos trabalhos que ela tanto gostava.
No Barcelona, alguns funcionários a reconheciam e a apontavam como a "mulher do jogador 8" e ela odiava ser vista assim. Não suportava a ideia de que estava tendo seu próprio esforço anulado enquanto era reconhecida como noiva de um jogador da equipe, mesmo que por parte da minoria.
Cuidar do restaurante do seu pai também parecia fácil, mas o sucesso que o local fez em tão pouco tempo, atraiu muitos novos clientes e eventos, o que transformou a rotina de Sara em praticamente só trabalho. De um país ao outro, resolvendo problemas quase 24h horas por dia, pelo telefone ou; como nesse caso; ao vivo.
A moça podia até sentir seus músculos adormecerem. Afinal, 18 horas de viagem eram extremamente cansativas, especialmente para uma gestante de 7 meses.
Sara amava o seu trabalho no Barcelona. A relação com os companheiros de equipe era boa, a sintonia com os aqueles jogadores e dirigentes chegava a ser invejável para os demais, de tão leve e natural. Era quase como se esse trabalho tivesse sido feito justamente para ela.
Sara queria, de todas as maneiras possíveis, conseguir conciliar: trabalho, gravidez, casamento e a nova fase da sua vida como um todo. Mas, por mais que quisesse poder negar, sabia que essa rotina era um pouco demais. Mesmo assim, preferia ver tudo como um grande desafio. Ela era sedenta por desafios.
— Chegando agora, amor?
Arthur questionou, ao observar a mulher chegar.
— Sim, cheguei agora. O vôo teve 18 horas e eu não posso encurtar a distância entre um país e o outro.
Sara tentou responder da forma mais delicada que conseguiu. Arthur não era culpado por seu dia longo, mas ela também não suportava mais ouvir as reclamações dele.
— E por que está irritada desse jeito? O trabalho está pesado?
— Não, o meu trabalho não está pesado. Você com sua mania de achar que a gravidez me deixa doente a ponto de não conseguir trabalhar, sim! Isso me deixa muito irritada.
Sara respondeu, expressando sua irritação.
— Eu nunca disse que a gravidez te impossibilita de trabalhar, cariño. Eu só quero que você entenda que minha preocupação é com sua saúde e a de nossa filha. Não posso controlar isso, amor. Sou pai deste bebê também.
Arthur exclamou, tentando provar um ponto.
— Eu já disse que compreendo a sua preocupação, mas ela é desnecessária. O que tem de errado com o fato de eu ir trabalhar?
A espanhola questionou em tom rude, se exaltando cada vez mais.
— O que tem de errado? Você pensa que acorda antes de mim e por isso acha que eu não percebo você sentir dores sempre que estamos deitados? Também sei que sempre sente dores no trabalho, mas pede para a sua colega não comentar. Você está o tempo todo tentando disfarçar seu cansaço e suas dores para não dar o braço a torcer que está sobrecarregada no trabalho. Isso é o que tem de errado!
Dessa vez foi o jogador quem se exaltou. Já fazia um tempo que percebia as atitudes da mãe de sua filha e estava aguardando um momento de conversar com ela sobre isso.
— Quantas asneiras, Arthur! Olha, essa conversa está ficando mais irritante do que deveria. Já que chegamos nesse ponto, eu não vou parar de trabalhar só porque você acha que é médico. Você não é! Para de me tratar como se eu estivesse doente. Eu já disse que gravidez não é doença. Chega disso! Vou marcar uma consulta com um médico amanhã e veremos o que ele tem a dizer, mas de você eu não vou mais ouvir nenhuma palavra sobre o assunto. Estamos entendidos?
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Incomparable | Arthur Melo
FanfictionEm nenhuma "biografia" romântica é possível imaginar acertos ou equívocos. Não é possível existir pessoa certa ou, vida errada. Não era possível percorrer um caminho certo, ou um caminho adequado. Tudo o que é vivido pela primeira vez não tem compa...