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A partida de futebol entre Barcelona e Atlético de Madrid foi tensa e de suma importância para o time Catalão da Espanha.

Arthur não poderia imaginar o que se passaria fora dos campos com a sua família. O jogador sempre se manteve focado no time do Barcelona, trazendo em todos os jogos do time sua concentração e dedicação. Na boa fase em que se encontrava profissionalmente e em sua vida pessoal jamais poderia fazer o jogador ter ideia de que algo ruim poderia acontecer.

Na verdade, como diz o lema de Sara, coisas extemporâneas são assim. Surgem quando você menos espera e às vezes, na melhor fase da sua vida.

O jogador nem sequer pôde sentir algum tipo de irritação no momento em que foi substituído pelo o jogador chileno Arturo Vidal aos 73 minutos do segundo tempo da partida.

—  Arthur, vá para o vestiário com o Jon Aspiazu.

Ernesto Valverde se pronunciou com cautela deixando o jogador se perder em pensamentos de dúvidas.

—  Ir para o vestiário? Eu estou bem, não estou sentindo nada, professor Valverde.

O jogador gesticulou, afobado.

—  Vamos Arthur, me acompanhe.

Jon Aspiazu, segundo técnico do time catalão se pronunciou.

—  O que aconteceu, Jon? Algo que eu fiz durante a partida?

O jogador retornou aos seus questionamentos curiosos e afobados ao ser orientado a se sentar em um dos bancos do vestiário.

—  Não, Arthur. E o jogo de hoje foi uma das partidas em que você mais atuou bem. Seu desempenho foi impecável. A substituição ocorreu quando recebemos uma ligação da sua esposa.

O segundo técnico confessou.

A espanhola não hesitou em entrar em contato com o clube catalão logo que sua filha primogênita desapareceu. Era incalculável o sentimento de desespero que Sara sentia. A mulher não conseguia ter sequer uma mínima ideia de onde encontrar sua filha que, antes de tudo, fora deixada em uma apresentação na escolinha que frequentava. Faltavam exatamente 30 minutos para que espanhola fosse buscá-la quando tudo aconteceu.

—  Ele não me atende, mãe. Ele não me atende.

A espanhola se pronunciou, sem cautela, ao perceber que todas as ligações para seu marido foram inválidas.

—  Querida, é uma situação complexa. Ele está no meio de um jogo, como ele poderia atender essa ligação? Vamos esperar.

A mãe da espanhola se prontificou em esclarecer a situação para a filha.

—  Você já entrou em contato com o clube, amiga. Eles já te retornaram com uma resposta de que Arthur será substituído para vir  para cá em um vôo particular. A essa hora ele já deve estar sabendo da situação.

Luana exclamou, tentando acalmar a amiga ao seu lado.

—  Ele chegou, Sara.

Paulo exclamou, falando mais alto que o normal, provavelmente pela tensão da situação.

—  Amor, eu estou aqui. O que aconteceu?

O jogador se manifestou, após entrar em casa.

—  O que aconteceu, Arthur? O que aconteceu foi que aquela filha da puta da sua ex namorada está nos chantageando usando nossa filha. O que você acha que está acontecendo?

A espanhola despejou as palavras em tom grosseiro para o jogador, manifestando toda a angústia que sentia no momento.

—   Amor, se acalme. Eu já consegui entrar em contato com a Rubia e ela nos enviará uma resposta. Eu não posso acreditar que isso aconteceu.

O jogador rebateu.

—  Isso é culpa sua, Arthur. Isso é culpa sua! Se você tivesse colocado um verdadeiro ponto final nessa história a Helena estaria aqui. Como você pode estar tão calmo? Se algo acontecer com a minha filha, eu te juro que...

—  Com a nossa filha, Sara. Nossa filha!

Sara se calou ao ser interrompida pelo marido.

—  Eu nunca, jamais deixaria algo acontecer com Helena. Não vou mais falar e te explicar que não existe nenhum vínculo ou elo meu com essa mulher. Não me culpe por isso, eu não estava com a Helena quando tudo aconteceu. E olhe para mim, acha mesmo que eu estou calmo? Isso tudo é demais para mim.

Arthur explicou em um tom mais elevado do que de costume  para a mulher à sua frente.

—  Tá dizendo que a culpa foi minha, então?

A espanhola questionou, sentindo seu corpo tensionar ainda mais.

—  Não, a culpa não foi sua, mas você também não pode me culpar por isso. Eu não sei mais o que fazer pra você acreditar que eu não tenho mais nenhum tipo de vínculo com essa mulher.

O jogador exclamou.

—  Nossa questão agora é a Helena, nós nos resolvemos dep...

—  Ela está aqui!

Paulo interrompeu a frase da cunhada para anunciar a chegada da sua sobrinha.

—  Helena!

A espanhola exclamou, caindo de joelhos no chão e abrindo os braços para aconchegar a filha em um abraço, podendo observar que o marido repetia o gesto, ao seu lado.

—  O que você faz aqui, Rubia?

O jogador questionou, soando ríspido.

—  Eu vim trazer a sua filha.

A presença feminina da mulher causou um momento tenso na casa.

—  Saia daqui, agora.

O jogador ordenou a saída da mulher, exibindo a porta da casa.

—  Não, espera. Onde você esteve com ela, Rubia? Por que fez isso?

Sara questionou à mulher.

—  Eu fui à escolinha dela, Sara. E, na verdade, eu fiz isso a fim de poder conversar com o Arthur, já que eu fui proibida de entrar no Clube. Me desculpe por isso.

Confessou.

— Conversar com o Arthur? Você usou a minha filha para tentar conversar com o Arthur? Que tipo de mulher você é? Se algo acontecer com ela eu juro que você não estará mais aqui.

A espanhola esbravejou para a mulher a sua frente.

—  Saia daqui antes que eu te leve até a polícia.

Orientou o jogador, observando a mulher atender sua ordem em seguida.

—  Perdoe a mamãe, meu amor. Eu jamais poderia imaginar que isso aconteceria.

Suplicou a espanhola para a criança em seu colo.

—  Te amo mamãe. Te amo papai.  —  A mais nova se expressou puxando os pais para um abraço.






 Incomparable | Arthur MeloOnde histórias criam vida. Descubra agora