Parecia uma cena de um filme, a rua estava inundada de pessoas, e nenhuma delas sabia explicar o que tinha acontecido.
Os paramédicos colocaram uma mascara de oxigênio em mim, eu não conseguia respirar.
Dois paramédicos estavam a minha volta, a fazer exames básicos, com as mãos tremulas eu afastei a mascara de oxigênio da minha boca.
"Eu estou bem, quero que cuidem dele por favor. Quero ver ele."
Eu chorava sem parar, a minha voz estava aos soluços.
"Tenha calma, ainda não sabemos o que aconteceu."
"Calma, não posso ter calma, ele está ali caído, ele não abre os olhos nem se mexe. Não sei o que aconteceu, foi tudo muito rápido, o SUV veio para cima de nós do nada."
O paramédico assentiu com a cabeça, ele estava tão incrédulo quanto eu.
Examinei o meu corpo, eu realmente tinha tido sorte. Só tinha pequenas escoriações nos braços.
Tudo porque Liam tinha tomado o meu lugar e agora estava ali caído no chão, quem devia de estar ali era eu e não ele.
Os paramédicos quando se afastaram, tive a visão do inferno, tudo o que era felicidade estava a desaparecer em frente ao meu olhos.
O corpo inanimado de Liam estava ali frágil. Os paramédicos colocaram uma coleira cervical no pescoço dele e imobilizaram na maca os seus braços e as pernas.
Ele estava ali completamente indefeso preso àquela maca, o meu coração estava tão apertado que eu pensava que ele fosse sair pela minha boca a qualquer momento.
O detetive Mike e Ben já estavam perto de nós também.
A maca subiu para a ambulância, e eu aí me apercebi que não ia na ambulância com ele.
Comecei a gritar euforicamente.
"Não por favor deixem-me ir com ele, não o posso deixar sozinho.
Ben por favor diz a eles que quero ir com eles."
Eu chorava cada vez mais, e quanto mais eu chorava mais devastada eu me sentia.
Era como se tudo a minha volta tivesse subitamente perdido o sentido, o Liam coloria a minha vida, agora eu tinha a certeza disso.
Sem ele tudo era escuro, não existia a mais pequena luz para me reconfortar.
Lembrei-me de tudo, do sorriso dele, do cheiro, do abraço quente e carinhoso.
Merda, o que eu fui fazer?
Ben aproximou-se de mim.
"Emily tem calma vai tudo ficar bem. Eles não querem que ninguém vá na ambulância, temos que respeitar.
O Jonh vai levar o carro dele para casa e eu vou atrás de vocês no meu carro, ok?
Mas precisas ter calma, eu compreendo o teu lado."
Ele abraçou-me, reconfortou-me um pouco, mas eu não queria o abraço dele.
Aliás eu não queria o abraço de ninguém a não ser o de Liam.
"Sinto-me tão culpada Ben, a culpa e toda minha."
Eu chorava no peito dele.
"Eu sei Emily, mas segue o conselho que te vou dar, se realmente queres consertar as coisas.
O detetive Mike vai para o hospital também, para tentar perceber o que aconteceu.
Se queres mesmo te redimir, eu só te posso aconselhar a contar a verdade, toda a verdade Emily."
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Luxúria Submissiva
Romantik1 Edição 2014 Copyright© Mónica Ponte Emily Sloan é a típica rapariga comum, recém formada em Administração. A sua ida para Nova York foi marcada por uma relação abusiva que deixou marcas permanentes. Emily teve direito a uma segunda oportunidade...