São seis horas da tarde, nem um dia passou desde que Liam me expulsou da sua casa.
Esta a ser completamente doloroso e insuportável para mim, a mais pequena tarefa do mundo exige de mim um esforço sobrenatural.
Hoje fui movida a café, bebi tantos que perdi a conta. Era a única maneira de sobreviver ao facto de ter que ir trabalhar depois do que aconteceu, principalmente por ter que ir trabalhar para ele.
Aly ainda não sabe de nada, aliás não a vejo desde que saímos do baile, ela não dormiu em casa e Ben não estava lá na empresa por isso presumo que eles estejam juntos.
Só podia esperar que Ben fosse mais fácil de lidar do que Liam.
Foi um castigo horrível estar ali o dia todo, sem saber se ele lá estava ou não. Se estava a olhar para mim ou a cumprir a promessa de que nunca mais o faria.
Estou só, completamente. Afastei todas as pessoas à minha volta.
Levantei-me da cama e fui até ao espelho levantando a camisa dele que tinha vestida, era a única coisa que sobrara, uma camisa simples azul com o melhor cheiro do mundo.
Olhei para as marcas roxas que estavam estampadas no meu traseiro, olhei fixamente. Elas não marcavam só o meu corpo, marcavam a minha alma, eram a dolorosa recordação de que eu tinha estragado tudo. Eram memórias do que havia acontecido e do que havia ficado por acontecer.
Passei a mão nas marcas estremecendo com a dor, mas nada se comparava à dor que sentia dentro de mim, o meu coração gritava dentro do meu peito.
Sofria por mim e por ele, eu o tinha quebrado, tinha aberto as suas feridas sem dó nem piedade.
Ele lutou para fechar as minhas feridas, e eu joguei vinagre nas dele. Eu não me apercebi de que o estava a fazer, mas sempre ouvi dizer que só trancamos as portas depois de sermos assaltados.
O pior de tudo foi que não o deixei trancar as suas portas, e fui eu quem o assaltei.
Sentei-me no chão frio soltando as lágrimas que não se conseguiam segurar mais.
Eu não conseguia suportar doía demasiado.
Como é que eu ia ficar sabendo que o tinha destruído? Sabendo que ele era uma bomba relógio e eu a tinha detonado.
Mil e um cenários me passaram pela cabeça, os problemas com álcool, os surtos de violência. Eu já tinha tido provas de que era a sério, ele tinha problemas.
E eu não o ajudei, só piorei as coisas.
Deitei-me no chão, olhando o teto por entre as lágrimas que ainda corriam.
Tinha vontade de gritar, de partir tudo, sentia uma raiva dentro de mim. O pior tipo de raiva que uma pessoa pode sentir.
Estava com raiva de mim própria.
Sentia-me desfeito em pedaços, física e psicologicamente.
O meu coração apertou ao pensar em Liam, quão forte ele seria para superar isso?
Eu tinha a certeza de que eu não conseguiria.
P.o.v Liam
Já eram 6 horas, e eu continuava com a mesma roupa de ontem, não dormi, não comi, nem tomei banho.
O meu corpo doía, estive sentando no sofá o dia todo, mandei todos os empregados da casa embora por uns dias.
Incluindo Mary, não queria ninguém perto de mim.
A única coisa que me fazia companhia eram as garrafas de Jack Daniels espalhadas no chão, era a única maneira de aliviar a dor.
Mas infelizmente já não surtia efeito.
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Luxúria Submissiva
Romance1 Edição 2014 Copyright© Mónica Ponte Emily Sloan é a típica rapariga comum, recém formada em Administração. A sua ida para Nova York foi marcada por uma relação abusiva que deixou marcas permanentes. Emily teve direito a uma segunda oportunidade...