Yes...

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VITÓRIA: Como tudo isso aconteceu?

TAYLOR: Bem. -Você sabe que nós quando muito jovens temos vários impulsos.

VITÓRIA: Sim.-Tentei enxugar as lágrimas.

TAYLOR: Eu comecei a namorar uma garota. Ela só tinha 16 anos.

Sim. Eu sabia.

TAYLOR: Aí a gente ficou.-A gente foi ficando até que...-Ela engravidou.-A gente entrou em pânico e não sabia como dizer a ninguém.-Nós tentamos esconder.-Mas era uma ideia meio boba, porque ela só tinha 16 e eu 17 e a gente precisava ir pra escola e com o decorrer dos dias a sua barriga ia crescer.-Então a gente fez de tudo para que ela perde-se o bebé.-A gente entrou em contacto com um cara que fazia aborto clandestino e não deu muito certo.-Ela passou mal e não tive escolha.-A não ser contar tudo para os pais dela e os meus pais.

VITÓRIAS: E como foi?

TAYLOR: Você pode imaginar que não correu nada bem.-Nos xingaram, me bateram, me ralharam, me perguntaram porque é que a gente não se cuidou, me disseram que um bebé é muita responsabilidade, que eu teria que trabalhar para puder assumir o bebé, que eu tinha que estudar e trabalhar ao mesmo tempo e que ela tinha que parar os seus estudos, até o bebé nascer.-Passou-se quase um ano, eu tinha ido visita-la, mas....

VITÓRIA: Continue...-Vá continue...-Não me deixe na dúvida.-Me ajoelhei quase implorando.

TAYLOR: Tudo bem.-Ele respirou fundo e continuou.-Bem...-Eu tinha ido visita-lá numa Segunda-Feira. -Eu tinha acabado de sair da escola e logo que eu completa-se os 18 anos eu iria começar a trabalhar.-Eu tinha ido visita-la, mas na mesma hora recebi a noticia que ela tinha entrado em trabalho de parto.- Os nossos pais tinham sido avisados e lá estávamos nós no hospital.- No andar da maternidade onde havíamos esperado um bom tempo.-Quando de madrugada a enfermeira disse que podíamos entrar.-Eu perguntei se podia ver o bebé.-Eles disseram que sim.-Mas...Mas...-Começou a chorar.

VITÓRIA: O que foi Taylor?.-Irmão, se acalme por favor.-O consolei.

TAYLOR: Obrigada.-Eu já estou bem.-Continuando: Mas quando eu perguntei por ela, a enfermeira me disse que ela havia morrido.-No início eu fiquei sem acreditar, mas logo me foi confirmado pelo médico.-Ele disse que ela havia sofrido muito, que a sua gravidez era de risco e que ela era muito jovem para ter um bebé com aquela idade e que ela não resistiu.-Aquilo me deixou tão mal, que já haviam passados vários meses desde que ela havia partido.-Mas as feridas eram muito grandes.-Eu não me alimentava direito, eu nem queria saber.-Eu nem mesmo ligava o meu filho.-Só voltei a estar com ele após um ano.-A mamãe viu a minha situação e me colocou numa clínica para pessoas com depressão ou que haviam sofrido muito e estavam perdidas no passado e nas suas mentes.-E mais tarde, eu me recuperei.-Sim eu me recuperei.-Eu comecei a me alimentar melhor, já cuidava do meu filho e tudo. -Na verdade sempre que eu olhava para ele me lembrava dela.-Mas isso não demorou muito até eu começar a ver ele como um presente deixado por ela.-Ela era muito nova.-Ela poderia estar viva agora, se eu não tivesse ficado com ela só com 16.

VITÓRIA: Se acalme irmão.-Olha me desculpa por fazer você se lembrar de tudo isso.

TAYLOR: Não se preocupe.-Faz-me bem desabafar com alguém.-Principalmente com você que fiquei afastado por tanto tempo.

VITÓRIA: Você tem a certeza que quer continuar?

TAYLOR: Sim.-Disse e quando estava prestes a continuar eu o interrompi com uma breve dúvida.

VITÓRIA: E Olívia como nasceu se ela já estava morta e eles não são gémeos?

TAYLOR: Bem, eles aproveitaram os seus óvulos com a autorização da sua família e doaram para uma mulher que não podia fazer filhos.-Eu queria outra filha para fazer companhia para o meu primeiro filho. -Então doei o meu sémen para ela. -E assim ela carregou no seu ventre a minha filha.

VITÓRIA: Eu não acredito que fiquei longe de você esse tempo todo.-Você com problemas desses e eu aqui pensando que perder uma boneca ou partir uma unha eram grande coisa.

TAYLOR: Sim, sim.-Agora chega de coisas tristes e vamos dar continuidade ao nosso dia.-Temos que aproveitar o tempo que perdemos juntos.-Eu, você e os seus sobrinhos.

VITÓRIA: Tudo bem...

E assim se foi o nosso dia. Só com brincadeira alegria, sujeira e diversão até cansar.

CULPADA POR SER EUOnde histórias criam vida. Descubra agora