QUEM MANDA NESSA PORRA TODA?
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{VITÓRIA NARRANDO}
Estava muito tarde e eu ainda estava caminhando e rezando para que eu chegasse viva e inteira para casa. Aquele cara poderia pelo menos fazer o favor de me levar para casa. Eu estava cansada de caminhar, até porque eu ainda sentia dores no corpo todo. Se minha mãe estivesse em casa e me visse chegar essa hora, eu acredito que já esteja tarde, ela vai me fazer um monte de perguntas. Mais perguntas do que os alunos do Enen. Minhas costas estavam doendo de tantas pancadas que levei hoje. Minha cabeça ô, estalando. Minhas pernas nem se fala. Meu rosto? Inchado. Meus pés? Ardendo.Minhas mãos? Inchadas. Eu estava cansada e só me perguntava quando é que a minha vida iria voltar ao normal.
Continuei andando até avistar a minha casa. Pude ver pela janela que algumas luzes ainda estavam acesas. Então o pessoal, ainda devia estar acordado. Eu tinha que ter muito cuidado para que ninguém me visse. Me aproximei devagar do vidro da sala e fiquei num cantinho do lado de fora. Andrew estava na sala assistindo uma luta qualquer que dava na televisão. Andei mais um pouco a ponto de puder ver melhor e vi meu irmão assistindo o jogo num sofá diferente com Olívia dormindo de um lado e Oliver do outro. Pronto, tava quase tudo dando certo. Só faltava ver onde estava minha mãe. Eu rezava para ela não aparecer. Eu nem sequer sabia se realmente ela já havia voltado da viagem. Mas pelo que eu me lembro, meu irmão Taylor também tinha viajado com ela. Então quer dizer que ela realmente estava em casa. Eu tinha quase a certeza, porque minha mãe sempre foi uma mulher que gosta de ficar em casa com a família. E quando ela saía durante muito tempo, para ela era a eternidade.
VITÓRIA: Eu preciso arranjar um jeito de entrar sem que me vejam.-Pensei em voz alta.
A porta de entrada vai dar para a sala. E se eu entrasse meu irmão e Andrew iriam notar a minha presença. Será que não tem outra entrada para além daquela? Hum...Já sei! A porta de serviço dos empregados. É usada exclusivamente para os trabalhadores cá de casa. É a minha única opção. Eu não posso dormir fora de casa. E se essa opção me correr mal, terei de inventar uma desculpa do tipo " Fui assaltada" ou "Quase fui estuprada". Porque eu não posso chegar em casa e dizer que me sequestraram e.... Pensando bem, quase fui mesmo estuprada. Aquele cara quase que abusou de mim. Mas não deixa de ser uma opção. Na verdade é uma ideia melhor do que dizer que fui sequestrada porque o meu pai não paga as suas dívidas com gente da máfia e coisas assim. E que a vida da minha mãe corre perigo. Eu não poderia dizer nada. Não agora. Se eu abrir a minha boca, poderemos morrer todos. E está em jogo a vida de todo mundo aqui em casa. Principalmente a dos meus sobrinhos. Eles ainda são muito pequenos para morrer. Eu não tenho opção. Vou entrar por aquela porta. Me encolhi num vaso que estava no jardim por de trás da porta e esperei Olga sair com o saco de lixo. Ela tinha deixado a porta aberta e era uma oportunidade perfeita para eu puder entrar sem que ninguém desse por nada. O meu plano era entrar na casa e me fechar no meu quarto. Assim não precisaria dar justificativas de nada. Fui rastejando com muito cuidado por causa do meu joelho, até entrar na cozinha. Mas quando ia fechando a porta minha mãe e Olga entram na mesma. Então eu me escondi na despensa. Minha mãe estava sentada numa cadeira ao pé do balcão e Olga estava mexendo no fogão. Abri a porta da mesma lentamente, mas ainda rastejando. Eu precisava sair dali rapidamente antes que mais alguém viesse para a cozinha ou poderiam me ver aqui rastejando e aí sim é que eles poderiam descobrir tudo. Eu estava saindo da cozinha mas a conversa entre minha mãe e Olga estava começando a ser interessante assim que ouvi o meu nome.
MÃE: Como eu conto pra Vitória e para Taylor que Andrew é meu filho?
Meu coração disparou! Como? Ele não poderia ser meu irmão. Não. Não. NÃO. Eu...Eu. Não. Como? Eu já dormi com o meu irmão. Eu já o beijei. Eu... Isso não pode ser verdade. Só pode ser outro Andrew. Não esse. Eu me sentia fora da realidade. Não conseguia acreditar. Eu precisava sair dali o mais rápido possível. Continuei rastejando em direção a sala mas como eu não tenho remédio, acabei fazendo merda como sempre... Bati com a cabeça numa mesinha de canto e acabei partindo um vaso que tinha ali. Aquele vaso custava o olho da cara e agora eu estava ferrada. Logo a atenção de todos veio ao meu encontro. Taylor ficou me olhando do sofá, Andrew também, Oliver e Olívia continuaram ferrando no sono. Nem sequer se mexeram. Olga viu tudo e foi pegar uma vassoura e uma pá. Minha mãe ficou me olhando com cara de" Hum...Pode começar me contando tudo".
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CULPADA POR SER EU
Teen Fiction.-Ei .-O que foi? .-Essa camiseta não era minha? .-Era. .-Mas já não é. .-Tudo bem...O que é meu é seu... |CONCLUÍDO| Inicío de postagens: 2019 Finalizar em breve... Capa por @Jaja_g