She will know

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{VITÓRIA NARRANDO}

Eram 07:00 horas. Eu não sei porquê mas eu acordei muito cedo. Sendo que eu deveria ter acordado mais tarde para evitar levar os sermões e xingamentos da minha mãe. Eu tinha acabado agora de sair do quarto de banho. Eu já havia escovado os dentes e tinha o resto da minha higiene feita. Eu tinha acabado de vestir e lá ia eu para a cozinha ouvir os sermões da minha mãe.

DROGA.

Desci as escadas já com a certeza que iria sair de casa surda hoje. Fui descendo degrau por degrau num andamento nem tanto rápido nem tão lento. Quando finalmente pisei no último degrau andei sem fazer quase barulho nenhum. Minha mãe estava na cozinha e a sua cara não era das melhores.

VITÓRIA: Bom dia mamãe.-Ganhei coragem para a cumprimentar.

MAMÃE: Bom dia.-Disse seca nem sequer olhando para mim.

VITÓRIA: Porque você está com a cara trancada? Eu sou muito ingénua. Não devia ter perguntado. Que burra mesmo. Não tenho jeito.

MAMÃE: Como você acha que eu dormi?.-Hã?.-Como você acha?.-Disse batendo com a chávena na mesa entornando todo o café.

VITÓRIA: Você está assim pelo que se passou no colégio, certo?.-Falei com receio.

MAMÃE: Não.-Falou sarcástica.-Porque você acha Vitória?.-Porque você não me explica melhor esse assunto.-Disse fria e com um olhar que quase me dava medo.

VITÓRIA: Eu não tenho nada haver com isso.-Eu não fui a autora desse bagulho aí, que vocês dizem que eu escrevi.-Disse e ela se aproximou à mim.

MAMÃE: Você modere essa linguagem garota.-Disse me dando uma estalada no braço.-Você mudou muito.-Arregalou os olhos.

VITÓRIA: Você não pode dizer que eu mudei coisa nenhuma Senhora VICK.-Levantei a voz na última parte de seu nome.-Em seguida recebendo uma estalada bem forte no rosto.

Porque eu fui gritar assim? Que dor.

MAMÃE: Você não vai me faltar com respeito VITÓRIA.-Me advertiu.-Eu não quero ver você saindo de casa e andando por aí. A partir de agora será apenas escola, casa, escola, casa.-Disse se afastando de mim.-Eu vou trabalhar.-Disse e pegou na sua carteira e nas chaves do carro e saiu batendo com a porta.

QUE DROGA! Eu não fiz nada.

VITÓRIA: QUE PORRA!.-Gritei.-Eu não fiz porcaria nenhuma de que me acusam.-Eu vou resolver isso de uma vez por todas.-Disse atirando alguns talheres que estavam espalhados por aí na mesa da cozinha.-DROGA!.-Gritei mais uma vez.

XXX: Vejo que você discutiu bem forte com sua mãe.-Ouvi uma voz meio rouca dizer. Olhei para trás e logo vi Andrew.

VITÓRIA: Eu já devia saber que algo não estava certo.-Disse revirando os olhos.-Se não viesse você para me atazanar também, eu não me sentiria completa.-Falei com uma certa raiva.

ANDREW: Vitória.-Andrew deu um soco na mesa e baixou sua cabeça ficando assim por um tempo.-As coisas mudam e as pessoas também.-Disse com uma certa arrogância.

VITÓRIA: Eu não estou percebendo.-Tentei me encostar mas percebi que era melhor me afastar.

ANDREW: Talvez seja questão de tempo.-Ou talvez o tempo seja a questão.-Ele disse e eu continuei sem perceber.

VITÓRIA: Deixe de rodeios.-Seja direto.-Eu não estou te percebendo.

ANDREW: A vida é mesmo assim....-Deu uma risada cínica.-Por vezes temos que dar grandes voltas na nossa vida para podemos perceber que estávamos errados, no caminho errado e com pessoas erradas.-E no dia dessas grandes voltas, deixamos de nos importar com essas pessoas que nos fazem mal, que nos prejudicam.-Disse e logo saiu batendo com a porta. Eu não me contive e saí correndo atrás dele o puxando pelo braço.

CULPADA POR SER EUOnde histórias criam vida. Descubra agora