Eight

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"Tudo isso não é uma coincidência
Apenas, apenas eu pude sentir isso
O mundo inteiro está diferente do que era ontem
Apenas, apenas com sua alegria."

• Kang ChinMae •

Me limito à bater novamente na porta, minha mão se abaixa para a maçaneta e a empurra. Rapidamente eu adentro aquele quarto feito de pouca luz, Júpiter se agita dentro do meu casaco e eu o solto vendo o gato pular no chão.

Aproximo da cama reparando no pequeno volume embaixo das cobertas amarelas, o corpo de Jimin completamente encolhido, como se quisesse esconder seus planetas do sol que os ilumina. Um corpo feito de um universo, mas que era tão frágil quanto a colisão de um meteoro em qualquer planeta.

Devagar toco a ponta do cobertor que cobre sua cabeça, então revelando os fios, os quais eu ainda não tinha visto, mas que já tinha certeza que estavam perfeitos em Park. Ele se move lentamente, virando seu corpo, feito uma gatinho em dias frios. Não controlo minha mão em tocar em seus fios descoloridos, e então seus olhos se abrem, carregados da confusão mórbida.

-Chin? - sua voz soa arrastada e sua mão se levanta segurando a minha que estava em seu cabelo.

-Ficou incrível Jimin. - me refiro ao seu cabelo e Park sorri sentando-se na cama.

-Obrigada Chin.

Inesperadamente Júpiter pula na cama, fazendo com que Jimin se assuste projetando seu corpo para o seu lado, ao percebe-lo o bichano rosna e eu rio entendo a pequena bola de pelos carente e feita de ciúmes.

-Aigoo! Não seja assim com as pessoas, este é Jimin lembra que eu lhe disse que ele é uma boa pessoa? - digo e o pequeno ser encolhe sua cabeça, a escondendo com sua pata.

-Eu sou? - Jimin levanta sua cabeça surpreso.

-Com todo certeza! - sento-me a sua frente, vendo o gato ficar entre nós. -A propósito este é Júpiter, ele também é um ótimo amigo, quando não está agindo feito um ser egoísta.- acaricio a cabeça do bichinho que resmunga.

Jimin o pega com as duas mãos e o Júpiter rosna para o garoto como resposta, fazendo com que ele o solto novamente.

-Entendi, apenas com Mae. - ele coloca as mãos para o alto.

-Talvez ele não seja tão amigável assim.

Park respira fundo, passando sua mão em seus fios loiros e os jogando para atrás.

-Jimin me ligou, o que está havendo? - pergunto encarando suas orbes que pareciam brilhar pelo recente choro.

Ele encosta a cabeça na cabeceira de sua cama, erguendo seus olhos e encarando o teto. Como se quisesse fugir das verdades que haviam em seus olhos, na entrada de seu universo. A linha de seu maxilar se faz visível quando seus lábios se unem.

-Eu tentei Chin. - novamente ele passa a mão em seu cabelo. -Tentei não ouvir a mim mesmo sobre não ser o suficiente no que faço e no que sou. Mas tudo parece estar mais forte, cada vez eu pareço mais fraco e menor, eu estou perdendo para mim mesmo. É como se eu estivesse em um jogo, predestinado sempre a perder. 

-Jimin você apenas irá perder se desistir. Eu nenhum momento eu lhe disse que seria fácil, sinceramente nunca será, mas são nessas insistências e resistências que descobrimos o quão capazes somos de controlar o nosso universo.

-Sabe ChinMae, eu me sinto vazio, não consigo encontrar esse universo em mim, talvez eu tenha acabado com cada planeta habitável em mim.

-Acabado? Com certeza não Park, talvez o privado do sol que é feito de suas alegrias e seguranças. Jimin existe um vasto universo dentro de nós, o problema é que estamos focados em alcançarmos outros distantes, sem ao menos conhecer o que existe em nós. Acabamos por achar outros universos mais bonitos e atraentes porque temos medo do que o nosso pode nos apresentar, medo de conhecer nossos buracos negros. E por mais completos que possamos parecer nunca iremos conhece-lo o suficiente, mas será mais fácil conviver se soubermos explora-lo. Abra a porta do seu universo para si mesmo Jimin, se lhe parecer assustador demais apenas o observe pelo telescópio, e esse já será o início de si mesmo.

Me aproximo de Jimin, colocando minha mão em seu peito, o garoto corre com seus olhos para ele, e logo se força a me encarar assim que seguro seu rosto com minha mão livre.

-Jimin você precisa conhecer o universo, precisa se conhecer...

E por um momento eu me calo, assim que meus olhos atravessam suas orbes castanhas, a incrível entrada para o seu mundo. O mundo de um garoto solitário e inseguro, mas com um brilho incrível e que poucos seriam capazes de entender.

Não sei explicar em qual momento, mas houve um choque de universos, assim que seus lábios se uniram aos meus. Eu não sabia dizer de qual iniciativa adivinha, talvez das nossas forças opostas. Do universo completamente exposto para o universo totalmente oculto. Nossas bocas se uniam como cargas opostas, como prótons e elétrons. Havia uma perfeita dança entre nós e mesmo que eu fosse péssima em dança eu não queria para-la, nossos planetas seguiam a melodia descompassada de nossos corações.

A mão de Jimin pousa em meu rosto, e eu sinto cada buraco negro meu se iluminar com o seu toque. E durante o nosso ósculo, eu consigo sentir cada estrela presente no céu da boca do garoto. Meus planetas parecem transitar fora de órbita, sua gravidade era completamente diferente da minha, e sinceramente eu não me importava. Se Park bagunçasse meu universo me traria uma nova oportunidade de explora-lo. E então o ar parace ser rarefeito, fazendo com que voltemos para o nosso próprio mundo.

Mantenho meus olhos fechados por segundos, guardando e revivendo a memória do universo de Park Jimin. Quando os abro Jimin tinha um sorriso doce, o qual eu não fui capaz de imaginar algum dia.

-Jimin eu vi seu universo, e ele é lindo!

Att:
        Olá anjos, como estão?

Eu estou bem soft depois desse capítulo!

A fanfic está atingindo cada um número maior de visualizações, eu tenho recebido mensagens incríveis sobre ela, e eu estou realmente grata por isso!

Até o próximo capítulo. XxNanda

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