Ten

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• Kang ChinMae •


-O que é isso? - pergunto a mais nova que arrumava papéis de carta dentro de uma pasta, tirando toda minha atenção dos estudos físicos.

-São cartas. - HiNa responde ajeitando seus óculos.

-Cartas? Para quem? - levanto minhas sobrancelhas  em sinal sugestivo.

-Aish, não é isso que está pensando, por quê tudo tem que necessariamente envolver um alguém? - ela cruza os braços fazendo bico.

-Tudo bem Nana, é fofo vê-la minimamente irritada.

-Ya! Você é uma pessima unnie! - serra seus olhos junto a reclamação.

-Okay, mas para quê servem? - insisto em minha primeira pergunta. -Cartas podem ter tantos destinos e funções.

-Eu estou pensando em um projeto, na verdade me encorajando a executa-lo, grande parte já está pronta.

-E consiste em? - cutuco esperando que a mais nova chegasse ao ponto principal.

-Bom, já pensou que as pequenas coisas inesperadas e desconhecidas podem vir com aquilo que precisamos, mas nunca pensamos em encontrar?

HiNa pergunta e minha mente se remete a Jimin, ao dia que esbarramos e eu quase fora ao chão junto ao cappuccino, Hubble e Hawking. Com certeza eu não esperaria conhece-lo daquela maneira, talvez se imaginasse dois segundos antes de sair daquela cafeteria alguém poderia trombar em mim, possivelmente eu teria tomado um cuidado maior e provavelmente não imaginária a existência do seu universo.

-As grandes curvas no tempo são feitas das pequenas coisas.

-Diante do que estou planejando, não posso negar Chin unnie.

-Tá, mas em que parte as cartas entram?

-Eu pensei em espalha-las por aí, totalmente anônimas e com mensagens completamente diferentes mas que talvez sirvam para alguma coisa. - ela explica pegando sua mochila.

-Acho que deveria dar vida a esta ideia neste exato momento HiNa!

-Eu não sei ainda... É meio difícil, acredito que tenha colocado muitos dos meus sentimentos nelas.

-Nam HiNa, elas são anônimas não saberão que correm direto a você, e o que você sente outros também são capazes de sentir, você pode lhes trazer a magia da empatia e de saber que nunca estaremos sozinhos.

-Eu irei pensar nisso unnie, preciso ir. Nos vemos amanhã? - pergunta ajeitando seu óculos novamente.

HiNa sai apressadamente, deixando com que a porta de vidro se volte sozinha. Volto minha atenção aos problemas físicos a minha frente, a astronomia é linda, a física é magnífica, até o momento em que precisa de uma exatidão colocada em números.

-Esqueceu alguma coisa? - pergunto ouvindo a porta se abrir, acreditando que seria a mais nova a voltar.

Entretanto quando ergo minha cabeça meus olhos se deparam com o garoto de fios descoloridos, que apenas ornavam com seus traços angelicais.

-Eu acho... que talvez... um molentom branco. - ri com os lábios fechados.

-Esquece Park, uma camisa xadrez pelo o moletom branco.

-Aish! De maneira alguma devolverei essa blusa. - ele aponta para camisa amarrada em sua cintura, abaixo do seu moletom preto.

-Então estamos quites. - concluo rindo e Jimin puxa a cadeira a minha frente onde estava HiNa.

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