Eleven

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Kang ChinMae

Após mais um teste eu voltava para casa, tentando manter a ChinMae estável que estava quase se escondendo em qualquer planeta esquecido, era difícil mantar-se sã estando confinada ao estresse.

Aperto meu casaco ao meu corpo, tentando proteger-me da brisa gélida que parecia transparecer o grosso tecido. Minha toca cobria as pontas superiores das minhas orelhas, não sendo o suficiente para meus lóbulos que estavam quase congelando. Mesmo assim, eu andava com toda calma, sem pressa para me proteger do frio.

Na verdade não era apenas físico, eu não o sentia apenas em minha pele, mas algo dentro de mim estava se congelando, ao poucos algum planeta se transformava em uma geleira.

Em passos leves, com minha cabeça enfiada no que não me fazia sentido e metáforas falhas, meus olhos se prendem a figura que sempre irá os capturar. Ao longe eu o vejo, andando lentamente, com suas mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta college e os fios loiros cobertos pela touca vermelha.

Eu precisava seguir,  sabia que a única coisa que precisava era um momento comigo mesma, sem mais ninguém, estava alcançando meu limite e minha cabeça gritava por sossego. Porém meu corpo parece ignorar todos seus sinais fisiológicos e se arrasta até a figura de Park Jimin. Era esta a regra do universo, não se pode alterar a órbita dos planetas, e talvez os nosso estivem em sincronia, nos levando para os mesmos lugares.

Jimin deixa um doce sorriso ao me ver,  meus lábios os retribuem sem muitos esforços. Quando estavámos próximos noto sua dificuldade para se locomover, explícita na maneira que mancava, quase se apoiando nas paredes para andar.

-Chin...

-Jimin, o que aconteceu com a sua perna? - pergunto e o garoto força uma pose reta.

-Eu acho que forcei demais. - Park deixa uma expressão dolorosa escapar.

-Ah Park, de novo?- minha mão encosta em seu rosto, obrigando-o a me encarar. -Já fora a um médico?

-Não, eu me machuquei ontem, quando estava saindo do estúdio Jungkook me ligou ele não parecia muito bem, acabei passando a noite na casa dele.

-Vamos. - puxo seu braço colocando-o em volta do meu pescoço.

-Onde estamos indo?- Jimin para relutante.

-A um hospital! Ou acha que não precisa de sua perna?

-Tem razão eu deveria ter ido antes.- Park faz uma careta quando voltamos à andar.

-Você exagerou de novo Park? - pergunto após longos minutos de silêncio.

-Me desculpe Chin, eu não sabia o que fazer, a culpa é maior do que eu. Eu não tinha para onde ir.

-Poderia me procurar Jimin!

-Eu não queria incomoda-la, estava distante nos últimos dias, não queria atrapalha-la em seus estudos.

Talvez nesses últimos dias não estivéssemos tão próximos, na verdade não fomos capazes de trocar nenhuma mensagem, eu não me sentia bem e não queria estar longe de Jimin. Porém não queria incomoda-lo, da última vez que tentei alguma conversa o garoto fora sucinto, encerrando em poucas palavras. Eu não queria força-lo a estar comigo, mas eu não o queria distante. Considerando as minhas circunstâncias, o melhor a se fazer parecia deixá-lo e torcer para que o universo nos mandasse para outras órbitas ou nos colocasse no mesmo caminho.

-Jimin você é bom demais com as pessoas, se preocupa com todos, aquele dia saiu do seu conforto para ajudar um do seus amigos a escolher um terno e ontem deixou uma lesão para ficar com outro amigo. Poderia se preocupar assim com você também Park, não acha que é o mínimo que merece?

-Eu me preocupo Mae, penso nas coisas que posso alcançar e no que sou capaz de fazer, então luto por isso, mesmo que de alguma maneira isso irá me machucar eu preciso me encontrar perfeitamente no que amo. - solto Jimin parando a sua frente.

-Jimin tudo que existe tem um limite, pense em qualquer coisa e em algum paradoxo irá encontrar seu limite. Para tudo há um número adequado, uma definição, uma função e uma necessidade. - paro esticando sua mão e a apoiando em meu ombro ao perceber sua dificuldade para se manter em pé.

-É exatamente por isso que precisa se conhecer, precisa saber quem realmente é Park Jimin e principalmente entender até onde vai os nossos limites. O nosso corpo é apenas nosso, nós resolvemos o que fazer com ele, podemos ter controle de ações, mas no fundo é ele quem manda e determina, aflinja o seu limite e então verá suas lesões. Agora vamos!

Puxo se braço virando seu corpo e o apoiando novamente, Jimin dá uma leve risada que escapa por suas narinas.

-O que foi?

-Você também se preocupa de mais com as pessoas Chin, não tente negar, olha como estamos! - Jimin ri apontando para nós dois.

-Ya, não fiquei rindo, eu estou bem não preciso de um médico. Vamos!

-Também fica mandona quando está preocupada!

-Não se aproveite disso Park! Eu não serei a única a me preocupar com você em breve. -digo assumindo a responsabilidade que guardava desde o primeiro momento que havia visto Jimin.

Após chegarmos ao pronto socorro o médico atendera o dançarino, solicitando vários exames para ter certeza do que acontecera, e ali estava a comprovação do que suspeitava, Jimin havia lesionado o seu joelho.

Aguardavámos sua mãe para levá-lo para casa, já que o garoto estava restrito de seus meus movimentos, o médico deixou claro que se Park realmente amava a dança deveria poupar seu joelho até se recuperar, ou nunca mais seria capaz de fazê-la com maestria. E por longos minutos eu aguentei as reclamações do loiro que teimosamente pensava em voltar logo para os seus treinos, o que resultou em uma série de sermões advindo de mim.

-Me desculpe Mae, eu estava bem, foi uma recaída, estou me esforçando para ser melhor para mim mesmo. - Jimin olha para o chão como se carregasse a culpa de ser quem é. -Estou aprendendo meu limites! -aponta para o seu joelho.

-Jimin, somos como um universo, desconhecemos muitas coisas existente em nós, mas sabemos os nossos limites e o que nos destroem. Não destrua nenhuma parte deste corpo que carrega um universo Park.

Att:

      Olá anjinhos, como estão?

Demorou mais finalmente saiu a att! Prometo agora focar aqui!

Existe alguma situação que gostariam de ver em alguma estoria de LY?

Para quem acompanhava Epiphany, o que acharam do final?

Até a próxima att! XxNanda

SerendipityOnde histórias criam vida. Descubra agora