Serendipity

Thirty One

"Você é minha penicillium
Me salvando
Meu anjo
Meu mundo
Eu sou seu gato de chita
Aqui pra te ver
Me ame agora
Me toque agora"

• Kang ChinMae •

"Se você entende como o universo funciona, de certa forma pode controlá-lo", a frase do grande físico Stephen Hawking transitava em minha mente, por mais que eu quisesse tocar todo o universo com as pontas dos meus dedos, eu não seria capaz de tocar a sua infinidade desconhecida, porém mesmo que eu não pudesse, eu buscava entender cada ponto do que existia.

Era isso que regia as forças gravitacionais do meu universo, me levando à seguir além do que não me pertencia: a vontade de entender o que havia além de mim.

Diante disse, eu caí em outra brilhante frase de Hawking: "Tente encontrar sentido no que você vê, e se pergunte sobre o que faz o universo existir”. Estas duas frases andavam de mão dadas e foi assim que me fiz, procurando sentindo no que via e, depois, tentando entender cada pequena partícula existente.

Desta maneira, eu entendi que além do nosso universo, existem outros, dentro de cada ser existente. Percebi que tentava alcançar outros, sem ao menos conhecer o meu, eu acreditava que as estrelas dos outros brilhavam, sem saber que existiam as minhas, me encantava em outras galáxias, mas não imaginava que existam as minhas. Eu queria um universo longínquo, sem ao menos saber que já havia um em mim.

De tanto explorar o que havia em mim, eu descobri que em tempos conturbados, existe um grande desequilíbrio. E, neste exato momento eu caminhava em busca do meu equilíbrio, Park Jimin.

Nos encontrávamos em um estado completamente idêntico, minhas provas finais se aproximavam e as apresentações de Jimin estavam por vir, se não tivermos um ao outro, estaremos entregue ao caos. 

Passo pelas portas antigas do grande estúdio de dança, seguindo para a última e mais escondida sala, quando estico minha cabeça para enxergar além do pequeno vidro, não encontro ninguém, nem ao menos um sinal de Park.

-Obrigada hyungs, acho que estou confiante nisso. - a voz soa, logo após que uma porta se abre ao meio do corredor.

-Tudo bem, estamos aqui para isso Jungkook, somos seus hyungs e estamos com você. - a familiar e doce voz de Jimin ecoa, chegando até mim. - Ah, Chin! Você chegou!  - sorri, fazendo com que eu me aproxime do trio.

-Olá noona! Como está Júpiter? HiNa me disse que o encontram...

-Está bem, eu estou me certificando de que todas as portas estão fechados e de que ele veja a Galáxia toda semana...

- Certo, se precisar de qualquer ajuda, pode nos chamar Jungkook! - Hoseok se manifesta, tocando o ombro do mais novo. -Chin, você viu a Sam por algum canto quando chegou? - pergunta encarando seu relógio.

-Não, quando entrei este corredor estava deserto, talvez ela esteja em alguma das salas...

-Ah não... - Hoseok respira fundo, demonstrando certa preocupação. -Tudo bem, obrigada! Eu preciso ir... - ela saí sem dar chance à ninguém de lhe questionar.

-Preciso ir também, estamos encerrando as gravações. - Jungkook se despede, levantando sua mão e se afastando.

-Somos apenas nós, e nosso universo. -  Jimin sibila as palavras, com uma respiração profunda, entrelaçando seus dedos aos meus.

Parecia haver uma nuvem em volta do garoto, conseguia sentir que tinha algo o atormentando, eu estava em seu mundo o suficiente para conhecer suas mudanças e o que eram cada uma delas. Mas eu queria lhe dar seu tempo, para que finalmente me dissesse.