• Park Jimin •Ainda com meus lábios amortecidos sinto um sorriso automático deixar meu rosto, apenas ao observar a garota das sardas com seus pequenos lábios inchados. Por um momento eu senti como se tudo estivesse certo e cada tempestade minha fosse cessada por uma luz, talvez um sol que aparecesse depois de um longo e vasto inverno.
Neste momento eu era incapaz de explicar o que se passava em mim. E agora eu matava cada afirmação de que sentimentos passados poderiam ser os mais confusos, os lábios de ChinMae agitaram cada pequeno canto do meu ser, se existissem planetas em nós, da maneira que ela sempre afirmou, talvez um deles estivesse passando por um grande furacão, outro sofria com os tremores de um terremoto, enquanto algum era devastado pelas águas de um tsunami. Mas de alguma maneira, aquele que estava quase extinto parecia se recuperar entre as ruínas estabelecidas durante anos.
-Jimin eu vi seu universo, e ele é lindo! - as primeiras palavras deixam seus lábios assim que Kang abre seus olhos.
Eu me mantenho como uma estátua, sem reação alguma, eu não queria cometer mais nenhum erro, não tinha discernimento do que era certo e errado. Entretanto sabia que queria mante-la ali, o máximo de tempo possível, queria sentir a calma que sua presença me trazia. ChinMae parecia tão certa quanto ao universo, quanto ao seu universo, o meu era obscuro e catastrófico demais, talvez ela tivesse visto apenas a primeira camada que máscara o resto, ou talvez fosse apenas o reflexo do seu.
-Jimin pode ir buscar algumas coisas no mercado? Eu estou fazendo um bolo e... - minha mãe abre a porta e Chin se levanta rapidamente.
-Eu posso ir Sra. Park! Acho que Jimin está um pouco cansado. - Mae diz antes que eu tenha qualquer reação.
-Não precisa eu...
-Jimin cuide bem de Júpiter, hun?! Volto logo. - a garota sai sem me dar a mínima chance de convence-la.
Alguns minutos depois eu me encontro andando de um lado para o outro naquele quarto, completamente impaciente. Eu tentei contato com o gato algumas vezes, mas o felino sempre acabava por rosnar e se afastar.
Respiro fundo, sentando no parapeito da grande janela presente em meu quarto, olhando para o infinito que havia naquela rua. Devido a grande altura tudo parecia menor do que eu, como se realmente houvesse algo tão grande em mim. As pessoas pareciam tão pequenos, talvez fossem da maneira que eu via a mim mesmo, tão pequeno em um mundo tão vasto.
Dou um leve pulo assim que sinto algo se mover em minhas pernas esticadas, a pequena bola de pelos se move e então me encara passando uma das patinhas sobre o rosto, se esfregando em mim feito um ser carente.
-Então quando se sente sozinho, qualquer companhia é valida? -pergunto ao ser que abaixa sua cabeça miando.
Estico meu braço lentamente na intensão de pegá-lo, em instantes o gato salta se prendendo em meus braços, então eu o trago próximo do meu peito.
-Talvez eu te entenda, as vezes somos seres solitários vagando em um mundo desconhecido, a procura de encontrar a si mesmo.
Alguns minutos passam assim, meus olhos se mantinham observando ao que acontecia ao lado de fora, a luz do quarto complemente apagada, deixando que apenas a luz do final da tarde o iluminasse. Na rua as pessoas seguem de um lado ao outro, preocupadas com seus compromissos e o que movia suas vidas, da maneira como todos vivem.
Até que o ser se estica, batendo com sua pequena pata no vidro, deixando um miado escapar, Júpiter olhava fixo para um ponto ao lado de fora. Meus olhos seguem para o mesmo ponto, encontrando com a garota de toca alaranjada e sobretudo amarelo, ao outro lado da calçada, segurando algumas sacolas, prestes a atravessar a rua.
-Ela é incrível não é?
O gato se vira enroscando a pata amarelada em meu colar, começando uma brincadeira de bate e volta. E então iniciando um ciclo de brincadeiras. De alguma maneira eu me perdi brincando com o bichinho, sem notar as coisas que aconteciam a minha volta. Eu ouvia os ruídos das vozes de Chin que conversava com minha mãe, mas a distração era tamanha que eu era capaz de entender suas falas.
Mae abre a porta lentamente sem que eu notasse sua presença, só percebendo quando a porta fechou atrás dela. Agora ela não usava mais um sobretudo, mostrando o moletom conhecido, que parecia muito melhor em seu corpo. Em sua mão havia um pacote de jujubas.
-Ya, eu conheço esse moletom!
-Gostaria de dizer que não tenho a intenção de devolve-lo tão cedo. - dá de ombros sentando em minha cama.
-Está ótimo, eu realmente queria uma blusa xadrez.
-Park que tipo de perfume usa? Eu o lavei, não está mais com aquele cheiro de álcool impregnado. -ela faz um careta. -Mas o seu perfume continua aqui.- ela diz cheirando a manga.
-Pelo menos não esquecerá de mim quando usa-lo, o verdadeiro dono. -brinco e rimos.
-Eu sabia que em algum momento se dariam bem.-Ele apenas tem medo de perda-la.- digo soltando o felino que surpredemente se ajeita em meu colo.
-Acho que não mais! - ela aponta para Júpiter completamente aconchegado em minhas pernas.
-Eu não esperava por essa.
-Tudo bem. - ela levanta da minha cama, se aproximando e sentando no sofá embaixo da janela. Ficando na posição contrária, possibilitando que conseguíssemos ver a face um do outro. -Eu estou acostumada com as pessoas me trocarem, mas até você Júpiter?! - apesar da brincadeira, consigo notar o fundo melancólico em sua fala.
Mae apoia seu braço esticado no encosto do sofá, colocando sua cabeça sobre ele, e com sua mão esticada acaricia o ser de pelagem amarela em meu colo.
-Será que seria difícil acreditar que somos perfeitos? - as palavras saem da minha boca, sem muito raciocínio e seu olhar se levanta para mim.
-Ya Park! São concepções que partem de nós mesmos. Aristóteles dizia que o perfeito existia apenas acima do lua, no que não podia ser descoberto e visto pelo homem, séculos depois Galilei derrubou toda essa perfeição abrindo um caminho de exploração pelo universo. Você pode escolher entre ser Aristóteles e acreditar no perfeito nunca descoberto, ou Galilei. - ela diz abrindo o pacote e me oferecendo.
-Eu ficaria com Galilei! - fala colocando um doce em sua boca. -Apesar de quebrar essa perfeição oculta, ele explora novos sentidos e abriu novos caminhos para que outros pudessem explora-los mais afundo. Não é sobre ser perfeito, mas saber que existem imperfeições e que elas fazem parte do seu mundo, elas fazem você Park Jimin.
ATT:
Finalmente a autora resolveu att isso aqui, não é?!
Estou me esforçando para voltar com att mais frequentes, okay?
Porém eu procuro o máximo da minha inspiração para faze-las, quero ser o mais sinceras possível com minhas obras!
Aproveito também para agradecer todo o carinho incrível que estão dando a esta estória! ❤️
Nos vemos na próxima att! XxNanda.
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Serendipity
Fanfiction"O universo se move para nós Não houve nem uma pequena falta Nossa felicidade Era pra ser Porque você me ama E eu te amo" Jimin era um garoto completamente inseguro, com um grande potencial, mas não sabia da sua existência. Em um universo tão vasto...