Capítulo I (Invasão)

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    Elizabeth, estava diante do trono, ouvindo o rei lhe passar o terceiro sermão aquele dia. Emilly, sua irmã do meio e ela haviam discutido novamente. Algo tão comun e diário que seus pais estavam pensando em manda-lás para um colégio para adolescentes problemáticos, não que elas se odiassem, só que, Emilly sempre estava a provoca-lá e ela respondia na mesma altura. Os olhos cristalinos de seu pai, a encaravam seriamente, Victor apesar de ter pouco mas de quarenta anos, ele era muito atraente. Cabelos negros, moreno, alto e robusto. Qualquer mulher se apaixonaria por ele, pelo menos até conhecer sua personalidade explosiva e o mau humor que parecia andar quase sempre ao seu lado. Os olhos da princesa desviaram para a rainha que continuava ao lado do trono, com uma expressão nada amigável. Ao contrário de seu pai, Angie era - na maioria das vezes - paciente, carinhosa e gentil. Os olhos azul-aceano de sua mãe, cintilava um misto de raiva e decepção, Elizabeth sabia que nunca alcançaria as expectativas de seus pais por ser garota, e isso a incomodava no fundo, ela sabia que seu pai queria um homem para governar e não uma mulher. Fazendo uma pequena mensura, as duas irmãs se retiraram, murmurando um pedido de desculpas. Assim que as portas se fecharam atrás de si com um pequeno estrondo, Emilly a encarava furiosa, antes que ela pudesse falar alguma coisa, a pequena princesa saíra pisando duro. Observando sua irmã se distanciar, ela mas uma vez se pegou comparando-as. Corpo pequeno, pele clara, cabelos castanhos e olhos azul-oceano. Ela sempre sentira um pouco de inveja de sua irmã mas nova, sempre a comparando-a com uma boneca de porcelana, pequena, frágil, delicada. Seus irmãos herdaram todas as características de sua mãe, enquanto ela herdara praticamente tudo de seu pai, alta, morena e cabelos negros que desciam até seus quadris. Exceto pelos olhos verde esmeralda com raias azul, que herdara de seu bisavô. Seguindo na direção oposta que sua irmã, ela refletira sobre as coisas que seu pai dissera mas cedo. Um dia você será rainha, como irá governar sendo tão imatura? A resposta estava na ponta da língua, mas ela decidira engolir as palavras, como sempre. Apesar de tudo, ela sempre tentara deixa-los satisfeitos, mas parecia que só existia seus irmãos. Em pouco tempo ela completaria dezoito anos, era apenas uma questão de tempo até ela chegar aos vinte, a idade que todo príncipe coroado deveria se casar, na maioria das vezes para fortalecer os laços entre os reinos. Mas isso não estava nos planos dessa princesa, ela não estava disposta a entregar seu reino e sua vida a qualquer idiota, mesmo que isso significasse desobedecer seus pais.
       
      Descendo as escadas, ela abrira um pequeno sorriso ao cumprimentar dois soldados que guardavam as portas que davam para o jardim. Atravessando as portas de vidro, Elizabeth inspirou profundamente, ela odiava ficar presa na sala do trono, ainda mas quando era para levar sermões. A brisa suave da primavera trouxe um doce aroma de flores até a princesa, descendo os últimos degraus, ela caminhara por entre as roseiras, tentando afastar a estranha sensação que embrulhava seu estômago. Sentando-se a sombra do velho carvalho ela sentira pequenas mãos cobrirem seus olhos.
    
       - Adivinhe! - uma voz doce e animada preenchera seus ouvidos.
       
       - Deixe-me ver... - tocando as pequenas mãos, procurou algo que o denunciasse. - oh! - ela segurou a pequena pulseira que havia no pulso do garoto. - meu pequeno príncipe! - soltando pequenas risadas, Christopher sentara ao seu lado. - Como sabia que eu estava aqui?
 
      - Você sempre está aqui. - o garoto revirou os olhos antes do seu olhar se perder entre as colinas, além dos muros que rodeavam o palácio. - como foi? - sua voz não passara de um sussurro, ele balançou a cabeça como para se espantar pensamentos ruins. - Eu sinto muito.
    
     Uma expressão de tristeza tomou a bela face do garoto, fazendo o coração de Elizabeth se apertar. Christopher era um dos muitos poucos que acreditavam em sua capacidade de governar. O único que a conhecia profundamente. Quando ela discutia com seus pais, ou quando ela simplesmente precisava conversar, era ele quem sempre esteve ao seu lado. O laço que os unia era maior que qualquer outro, acariciando seus cabelos castanhos, ela suspirou.

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