Elementais: O Início. ( Em Pausa )

Capítulo XI

O dia estava clareando e a princesa rolava de um lado para outro no chão, perto da fogueira onde se mantinha aquecida. Suspirando, ela retirou as cobertas de cima de seu corpo, levando embora a sensação agradável do cobertor. Levantando-se do chão, ela se espreguiçou, a brisa fria da manhã soprou-lhe o rosto, fazendo-a se arrepiar, cruzando os braços na tentativa de se manter aquecida com o calor do próprio corpo, ela encarou o pequeno acampamento improvisado. Os relinchos baixo dos cavalos lhe capturaram a atenção, eles ainda estavam deitados à espera da saída dos seus donos. A fogueira quase apagada e a tenda se encontrava no meio da pequena clareira, algumas das bolsas de viagem se encontravam espalhadas pelo recinto. Os dois guerreiros dormiam serenamente encostados em um grosso tronco de uma grande árvore velha. Oliver estava com a cabeça inclinada para baixo, os lábios entre-abertos, os braços fortes cruzados sobre o peito largo, a perna esquerda descansava sobre a direita. Ao seu lado, Aydam apoiava a cabeça sobre o braço esquerdo, algumas mechas de cabelo caíam sobre seu rosto, os lábios rosados possuía uma pequena abertura por onde respirava lentamente. Ela procurou Mike, mas ele não se encontrava no lugar, o vento soprara seus cabelos desgrenhados sobre os ombros. Segurando a manta que lhe servia como travesseiro, a princesa se embrenhara na floresta, não demoraria muito até o nascer do sol e ela não queria perder. 

Depois de alguns minutos a procura da árvore perfeita, ela encontrou a que parecia ser a mais alto da redondeza. Ela procurou fendas e aberturas onde pudesse encaixar os pés e galhos para poder apoiar as mãos, não havia muitos, mas ela não teria tempo de voltar e procurar por outra em um nível similar daquela, se ao menos conseguisse chegar na metade seria mais fácil. Suspirando, ela amarrou a manta no pescoço e começara a escalada. A excitação e o medo misturavam-se a medida em que ela se afastava do chão, Elizabeth possuía um pequeno sorriso no rosto. Fazia anos que ela nem ao menos sonhava em escalar novamente, quando criança era um de seus passatempos preferidos.

A imagem dela, Aydam e Mike escalando as macieiras do palácio a invadiram, naquela época tudo parecia ser mais fácil se fosse comparar tudo o que estava acontecendo agora. Um pequeno grito escapara de sua garganta quando o seu pé escorregara, suas mãos agarraram desesperadamente o galho grosso ao seu lado e firmou o pé direito em um buraco fundo, onde provavelmente era morada de algum animal, ela apenas torceu para que não fosse cobras ou aranhas venenosas, sua perna esquerda tentava se firmar novamente em alguma coisa antes de cair e provavelmente quebrar alguma coisa. Ela suspirou aliviada quando voltou a subir sem muitas dificuldades, o topo não estava longe e pelo que pôde ver, valeria a pena correr o risco de quebrar algo ou ficar aleijada.

Sentando-se em um dos galhos mais grossos, ela observou o topo das outras árvores, o verde escuro e o verde limã seriam os destaques dali de cima, se ali no meio, um pouco distante dela, não houvesse uma árvore com suas folhas laranjas, como se estivessem no outono. O vento lhe soprou o rosto, fazendo seus cabelos dançarem envolta de si, ela segurou firme os fios que balançavam e os colocou junto ao restante do cabelo, amarrando em um coque alto e aperto no topo da cabeça. Voltando a segurar no galho ao lado, ela observou a maravilha do amanhecer acontecer, as nuvens atingiram uma cor alaranjada, enquanto uma pequena luz saía entre as colinas no horizonte, a luz laranja do sol fora lentamente tocando a vegetação a sua frente. A princesa observou os tons das nuvens mudarem de laranja para uma cor mais rosada enquanto o sol se erguia timidamente sobre o céu agora também rosado. Ela não pôde deixar de pensar no pequeno Chris, e das manhãs ou entardeceres que observavam juntos, a maravilhosa criação de Deus. Ela sorriu, um sorriso triste, porém doce. Ela sentiu o corpo se arrepiar por causa do frio que fazia aquela hora, desamarrando a manta que prendia no pescoço, ela a jogou sobre os ombros, tentando se manter aquecida. Seu coração parou, ela estava tão perdida no próprio mundo que não notara a pessoa ao seu lado.