O tilintar de espadas chocando-se uma na outra enchera todo salão. Allan, ofegante, dera um passo para trás ao se esquivar de mais um golpe de Bairon, encarando os olhos do cruel e impiedoso feiticeiro, ele se perguntara como apenas um homem — apesar de toda sua força — conseguira derrotar mas de quinhentos soldados em pouco tempo. Se não o visse fazer com os próprios olhos, não acreditaria. Droga!, ele vira aquilo com os próprios olhos e ainda não acreditava. Desviando da espada do feiticeiro, ele se questionara, perguntando a si mesmo se Bairon possuia algo humano ou havia se transformado em um demônio por completo. Segurando o cabo de sua espada com as duas mãos, ele avançara contra o feiticeiro, que defendendo o golpe de Allan, desferiu um golpe na diagonal, acertando o tórax dele. Arfando o soberano se afastara dele, levando a mão esquerda até o corte profundo. Ele tentara pensar em algo quando as chamas das tochas aumentaram violentamente, indo em sua direção. Ele percorreu os olhos rapidamente pelo salão, a procura de água, seus olhos fixaram-se nas enormes janelas fechadas a sua esquerda. Lembrando-se que havia água no belo chafariz que ficava no jardim, erguendo a mão ensanguentada, ele imaginara um enorme escudo de gelo. A água invadira o lugar, deslizando graciosamente, enquanto se aproximava em uma velocidade incrível, formando o enorme escudo de gelo, impedindo que o fogo o atingisse. Desfazendo o escudo em um movimento rápido o soberano transformara a água em lanças de gelo, lançando-as no feiticeiro. Rajadas de vento fizeram as lanças voltarem bruscamente, arregalando os olhos, Allan jogou-se no chão, as mãos cobrindo a cabeça. Então ele já consegue controlar o ar?
- Eu não quero matar você, Allan. Junte-se à mim. - os olhos negros do feiticeiro brilharam ao encontrar o azul cobalto dos olhos do soberano.
- Eu prefiro a morte.
Erguendo-se do chão, ele encarou mais uma vez a face de Bairon, a procura de seu antigo amigo, mas nada encontrou.
- Então que assim seja.
Tornando o ar violento, o feiticeiro formara um pequeno tornado ao redor de Allan, arrancando-o do chão. Ele sentira todo o oxigênio ser drenado de si enquanto rodopiava no ar. Por mais que ele se debatesse, não conseguia livrar-se daquilo. Não posso... Morrer... Ainda… Eles… Um grito lhe escapou dos lábios, quando ele fora de encontro a parede. Com a visão turva, ele tentara se reerguer, mas outro tornado se fez presente, tirando-o do chão novamente. Enjoado por causa do passeio, ele teve dificuldade para concentrar a mente nas lanças de gelo encravados atrás — as vezes na frente — de si. Com um último esforço, ele conseguira transformar o gelo em água novamente, envolvendo o feiticeiro em um manto sólido e gelado. O tornado se dissipou subitamente, um gemido escapou dos seus lábios, quando suas costas foram ao encontro do chão de mármore, ainda deitado, ele se perguntara se havia quebrado alguma costela ou era a tontura que insistia em não abandona-lo. Erguendo o tronco, ele passara a mão pelos cabelos negros, todo seu corpo estava dolorido, cheio de cortes e hematomas, sem forças para lutar, ele forçou-se a pelo menos encarar o rosto sarcástico de Bairon. Arqueando uma sobrancelha, o feiticeiro transformou o manto em água. Claro. Pensou. Ele era do seu reino. Formando pequenas adagas de gelo, o feiticeiro lanço-as contra ele. Que sem forças para se defender, apenas fechara os olhos esperando que as adagas perfurassem seu corpo. Mas nada aconteceu. Ainda de olhos fechados, Allan franziu o cenho ao sentir algo morno acariciar seu rosto, abrindo os olhos lentamente, ele dera de cara com um escudo de fogo.
- Você está horrível, Allan
Seus olhos voltaram-se para a entrada principal e fixaram-se nos três homens que o encaravam, um pequeno sorriso se formara em seus lábios. "Eles conseguiram", Allan suspirou aliviado.
- Então finalmente criaram coragem para me enfrentar? Pensei que deixariam ele morrer sozinho.
Sentindo os ombros enrijeser, o soberano olhara por cima dos ombros, fixando seu olhar no moreno alto e olhos cor de mel. Bryan, o soberano do reino de Feuer fuzilava o feiticeiro, ambos nunca se deram bem. O coração de Allan quase saíra pela boca, quando uma bola de fogo passara por si, indo até o moreno de olhos claros, que a devolveu na mesma intensidade. Seus olhos deslocaram para o homem que estava ao lado de Bryan, Jay o soberano do reino de Wind, estava com o olhar fixo em Bairon, sua pele morena estava suada, o único indício de que haviam corrido. Ele rapidamente erguera as mãos acima da cabeça, rajadas de ar atingiram o feiticeiro, que voou para longe. Bryan e Jay sacaram as espadas, enquanto corriam em direção ao feiticeiro. Allan sentira alguém erguê-lo do chão de mármore antes branca, agora tingido de vermelho. A voz calma de Dylan, invadira seus ouvidos, quando ele teve que se apoiar no corpo de seu amigo. Ele ainda tentara descobrir como o homem ao seu lado conseguia manter a calma em horas como essas. Dispensando as formalidades com um aceno, os dois se afastaram o suficiente para que as bolas de fogo e as rajadas de vento de Bryan e Jay não os atingissem. Apoiando-se em uma das pilastras, ele observara Dylan espalhar algumas coisas que ele trouxe em uma bolsa de couro. Entre as coisas Dylan pegara um pedaço de carvão, desenhando um enorme pentagrama de cinco pontas, entre símbolos e letras - pelo menos era o que parecia - estranhas ele reconheceu os símbolos dos cinco elementos. Com o semblante franzido, Allan abrira a boca para perguntar o significado daquilo quando um urro chamara sua atenção, estacas de gelo estavam encravados no tronco de Jay, preso na parede. Arquejando, o soberano de Erd murmurou algo sobre anjos, elementos e algo que Allan não entendera, os símbolos brilharam em tons vermelho, azul, branco e marrom. O homem de olhos avelã organizara armas na primeira ponta da estrela, que brilhava em uma mistura das outras cores, deixando-o com o semblante ainda mas franzido. Dylan dera instruções para que ele ficasse sobre o símbolo azul e não saísse, seus olhos voltaram-se para a guerra que acontecia atrás de si, enquanto o homem ao seu lado erguia as mãos acima da cabeça, um tremor fora sentido, fazendo Allan quase perder o equilíbrio. O chão que prendia o feiticeiro, elevou-se, fechando-o em um caixão de pedra. Bryan ergueu Jay do chão, apoiando o seu braço esquerdo em seus ombros, eles se aproximaram de vagar. O homem de olhos avelã esperou que o moreno de olhos claros se apoiasse sem precisar do corpo de Bryan, antes de explicar como aquilo funcionava.- Concentrem todos os seus poderes na ponta de seus dedos. - uma luz quase transparente surgiu na ponta de seus dedos. - depois direcione para o símbolo cintilante. - um leve tremor fora sentido quando a luz atingira a marca desenhada no chão. O soberano de Wasser, observara o moreno de olhos cor mel fazer o mesmo. O pouco de fogo que sobrara das tochas, agora estavam em sincronia com o tremor que os envolvia e um pequeno sorriso se formara nos lábios de Jay ao perceber o próprio elemento em sincronia com os de seus amigos. A luz de Allan fez a água espalhada pelo chão, mistura-se com o fogo e o vento, enquanto o elemento Terra tremia todo salão. A suave sensação era reconfortante, mordendo o lábio inferior Dylan, percorrera os olhos pelos seus companheiros, enquanto os urros raivosos de Bairon enchia o lugar.
- Vocês não precisam sacrificar-se, podemos encontrar outra maneira. - ele próprio gostaria de acreditar em tais palavras, não conseguia.
Eles conseguiriam aprisionar o feiticeiro, mas para isso algo precioso seria arrancado de todos os reinos, além de poderem perde suas vidas ao completarem o feitiço. Por isso fora uma decisão difícil a se tomar.
- Não ha vitória sem sacrifício, Dylan. - Bryan esboçara um pequeno sorriso. Allan e Jay assentiram.
Uma barreira havia se formado ao redor deles quando o quinto símbolo se ativara. Bairon tentara ultrapassa-lo, atingindo-o com enormes bolas de fogo e água, mas nada adiantou. A suave sensação desapareceu quando o homem de pele clara recitara algo no que parecia ser hebraico, ficando apenas uma dor insuportável. Uma luz escarlate explodira do símbolo cintilante, espalhando-se por todo salão.
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Elementais: O Início. ( Em Pausa )
FantasiQuatro reinos. Dois mundos. 5 Descendentes. Quando um antigo inimigo ressurgi, a princesa Elizabeth é forçada a sair de seu reino e reunir todos os Descendentes para combater Bairon, um antigo feiticeiro que estava aprisionado a mais de um século, e...