Capítulo IV - (O Pequeno Garoto)

152 48 374
                                    

Ele não respondeu. Segurando firme o pulso da princesa, ele a arrastou para longe do homem que estava inconsciente, encarando seu salvador voltar-se para o que ainda estava caído no chão com a adaga encravada em sua coxa. Com o cabo da espada, ele o desmaiou antes de retirar a adaga, o homem encapuzado limpou o sangue da arma antes de entrega-lá a princesa. Ela voltou a pergunta quem era e o que ele fazia naquela região, o homem hesitara, antes de retirar o capuz de sua cabeça, seus olhos estavam fechados. Os cabelos levemente andulados cor de mel, eram na altura das orelhas, e a pele bronzeada, fizeram o coração da princesa parar por um segundo, para assimilar aquilo. Elizabeth, encarou seu perfil. O alivio e a raiva disputavam espaço em seu interior. O rapaz abriu os olhos lentamente.

- O que está fazendo aqui? - sua voz saira trêmula, ela não esperava o ver ali.

- Precisamos sair daqui. - ele encarou os dois homens atrás da princesa. - Eles não demoraram a despertar.

Antes que ela pudesse falar mais alguma coisa, ele desapareceu entre as árvores, sem outra opção, ela o seguira de volta ao acampamento, onde ela o encontrou guardando todas as suas coisas, as colocando de volta no cavalo.

- O que você está fazendo aqui? - ele não respondeu. Ela caminhou até ele a passos largos, agarrando sua túnica, aproximando seu rosto do dele. - Por que me seguiu? - ele continuou em silêncio. - Responda! - ela gritou.

- Você deveria me agradecer! - ele bradou. - O que teria acontecido, se eu não tivesse te seguido Elizabeth? - ela sabia que ele estava certo, mesmo assim não daria o braço a torcer. Apesar de não querer admitir, ela não sabia o que teria feito se ele não tivesse aparecido. Seu maxilar, ficara rígido.

- Eu te pedi para tomar conta deles, enquanto estivesse fora. Não que me seguisse. - ela virou as costas para ele. - Volte para o palácio, eu não preciso de babar.

- Não foi o que me pareceu. - ela se distanciou, mas o olhar de Aydam, era presente sobre si. - E ao menos que você ordene, eu não voltarei, alteza.

Elizabeth, o fuzilou com o olhar, o moreno de olhos esmeraldas sabia que ela não poderia fazer aquilo, - ou pelo menos, não queria. A sua família, era a única que a família real não impusesse ordens, e não seria agora que ela o faria. Por mas que ela tentasse obriga-lo a voltar, ela sabia que ele não iria. Contra gosto, ela subiu em seu cavalo e disparou na frente. Ela não queria que ele à acompanhasse naquela jornada, mas Aydam era suficientemente cabeça dura para não ouvi-lá. Ele a acompanhou, o seu cavalo branco era destaque entre a escuridão que os rodeava, o sol já havia se escondido, e o frio começou a incomoda-lá. Puxando as rédeas, do animal ela encarou o homem ao seu lado, mas não falou nada, apenas desceu do cavalo e se esgueirou pela floresta. Estava frio e escuro, ela não correria o risco de sofrer outro ataque, ainda mas a noite. Retirando o peso do pobre animal, ela procurou algo nas bolsas para comer, seu estômago reclamava e implorava por comida, o pão com frutas secas, que Alisson havia preparado estava delicioso, para ser mas exata qualquer coisa que ela comesse naquele momento estaria magnífico. Suspirando, ela se acomodara em baixo de uma árvore, enquanto observava Aydam se aproximar com os braços cheios de madeira. Desde que eles brigaram, a princesa não voltou a falar com ele, poderia parecer infantil, - e era infantil - mas ela ainda estava chateada com ele, Aydam correria perigo se continuasse com ela, e mante-lo seguro agora era o que ela mas queria. Enquanto ela se aquecia enfrente a fogueira, seus pensamentos voaram até sua infância, quando tinha apenas seis anos Aydam, costumava brincar com ela, a defender das implicâncias de Maucon, e ficar quase todo tempo ao seu lado. Mas tudo mudou quando ele completou quatorze anos, o moreno a sua frente simplesmente se afastou. Tornando-se frio e arrogante, para com ela. Minutos se passaram - talvez horas - desde que ela encarava a forma que a madeira queimava, o silêncio era estranho e incômodativo, então ela decidiu ir dormir, fora um longo dia, e a princesa estava exausta. Durante a madrugada, a falta de sono fez-se presente. Deitada ao lado do fogo que junto ao grosso cobertor - que ela fizera questão de incluir em seus pertences -, a mantinha aquecida, a princesa encarava o lindo céu estrelado, as lembranças de Christopher a invadiram, deixando seu coração aquecido. Sons de passos chamaram sua atenção, Aydam havia saído alguns minutos para conferir o perímetro, desde a hora que ela dormiu, até agora, a princesa tinha a sensação que ele não havia jantado. Encarando a face do guerreiro discretamente, ela observou os traços marcantes de seu rosto era algo que realmente se devesse admirar, a forma que a luz do fogo realçava o esmeralda de seus olhos, os cabelos para trás com apenas alguns fios caídos sobre a testa, ela sentiu-se estranhamente culpada pela noite anterior, apesar de tudo, se ele não tivesse aparecido, só Deus sabe o que teria acontecido com ela naquele momento. Suspirando, ela ergueu-se do chão, tendo consciência do olhar de Aydam sobre si, caminhando até as bolsas ao lado dos animais, ela retirou um pouco de comida e água de dentro delas, seria a forma que ela se desculparia.

Elementais: O Início. ( Em Pausa )Onde histórias criam vida. Descubra agora