Capítulo 1

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Houston, 02 a.m.

[quinta-feira]

Me sentei na cadeira, esperando a hora certa para agir.
Estava no porão esperando que o rapaz acordasse. Andei lentamente até a lareira que havia junto, sempre, com meu copo de uísque. Sentei-me na poltrona de couro enquanto sentia o sabor daquela bebida e observava as chamas do fenômeno.

Havia pego mais um esta noite, mais um que havia violado mais uma pessoa.
Olhei para a papelada jogada em cima da mesinha, estiquei minha mão desocupada até lá, pegando os documentos e em seguida abrindo-os.

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Ficha superficial da vítima:

Nome: David Schutzita   Idade: 48 anos
Nascimento: Houston
Família: Clarice Schutzita e Madeleine Smitt

(FOTO)

Estuprou sua filha, Clarice Schutzita, utilizando seus órgãos genitais e alguns objetos. Os abusos começaram quando a garota completou 9 anos, hoje em dia ela tem 16.

— Vassouras
— Garfos de Churrasco
— Objetos de higiene (Desodorante, frascos de cremes, etc.)
— Pênis/ Mãos

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Joguei os papéis em cima da mesa novamente, após a leitura. Você deve estar se perguntando quem sou eu, ou o quê faço da vida, como o peguei, enfim.

Meu nome é Sabrina Coutt, tenho 24 anos e meu trabalho é fazer justiça com as próprias mãos, uma vez que a própria justiça pública não resolve as nossas pendências. Não pago contas ou adianto arquivos, meu trabalho é acabar com pessoas aproveitadoras. Sejam elas, pedófilos, estupradores, assediadores, políticos, corruptos, etc.

Me levantei olhando para o homem preso, esse, sim, foi muito fácil de pegar. Todos os abusadores são fáceis, concordo que há um certo risco, mas gosto de um pouco de adrenalina.
Não tenho uma estrutura corporal muito forte, por isso uso algumas técnicas.

Flashback On

Eram 23 horas quando o vi descendo de seu carro, reconhecido por minhas pesquisas e relatórios sobre ele, em frente a sua casa.

Ele vestia uma blusa social branca e uma gravata rosa-claro, uma calça jeans escura e um sapa tênis azul-escuro.

— Pelo menos, tem um bom gosto para roupas — pensei.
Já eu, vestia um vestido preto colado e com um decote bem chamativo, coloquei uma maquiagem básica e um blazer por cima com tudo que eu precisasse caso algo desse errado, duas pistolas carregadas, spray de pimenta, uma faca profissional e bem afiada, e alguns panos molhados com clorofórmio.

Nada de mais.

O resto das coisas, como as cordas, correntes, sacos para a cabeça, vendas, alguns sedativos e mais algumas coisinhas úteis, estavam numa maleta executiva no porta-malas.

E como eu já havia planejado tudo, fiz algumas comprinhas no supermercado, não tão leves e as coloquei no fundo do carro também.

Parei meu carro em frente a casa de seu vizinho. Como eu disse, eu planejei isso tudo muito bem, tinha tudo pronto. Hora, plano, pessoas e a própria vítima. Eu a conhecia na palma da mão, até de olhos fechados.

Desci do carro e levantei um pouco meu vestido justo, segui meu caminho até o porta-malas, passando pela frente de seu carro. Pude olhar rapidamente para o rapaz, que acenou com a cabeça, eu tinha seu olhar sobre mim. Ótimo.

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