Para todos os garotos que já gostei VOL. 02

Capitulo 18 A fraqueza de Guilherme

Sinto uma mão acariciar meu braço direito, sorriu sabia que era Guilherme. Viro para beija-lo, mas encontro Eduardo. O mesmo estava sem nenhuma vestimenta e fazia carinho em mim. Eduardo ao perceber que acordei acaricia meus lábios inferiores e fala: -bom dia meu amor você não sabe o quanto que senti a sua falta. Quando ele se aproxima de mim para me dar um beijo acordo ao lado de Guilherme que ainda dormia, o mesmo vira para o meu lado e me abraça. Tudo bem só foi um sonho, Eduardo não esta aqui comigo. Guilherme acorda e fala: -bom dia minha gatinha. -ele sela meus lábios -dormiu bem?
-Não muito, tive um pesadelo.
-Sobre o que?

Eu prometi que tudo que acontecesse comigo eu iria contar para Guilherme mais quando se tratava de Eduardo, eu tinha medo de dizer para ele. Como eu iria dizer para o meu namorado que estava sonhando com outro cara na cama dele ainda mais. Olhei para Guilherme que estava esperando que eu contasse como foi o tal sonho, mais não consigo achar palavras certas para lhe dizer. Então resolvi mentir.

-Eu sonhei que estava morrendo afogada. -digo me vestindo
-Ô meu amor vem cá. -Guilherme me puxa para um abraço protetor. -foi só um pesadelo, quando você for dormir faça uma oração.

Guilherme religioso?

Ele não tem muita cara de que reza e frequenta igreja, não consigo controlar a minha curiosidade e pergunto: -qual é a sua religião?
-Católica, participei das aulas de catecismo e do coral. Minha mãe era uma mulher muito religiosa.

Faço carinho na cabeça dele, que me olha com um sorriso fraco com os olhos cheios de lágrimas. O abraço e Guilherme chora em meu ombro. Não falei nada, respeitei porque ele precisava de alguém para conforta-lo. Não deve ser fácil para uma criança de nove anos perder os pais. Uma coisa que eu fiquei me perguntando era como os pais dele morreram, não que seja da minha conta mais fiquei curiosa, mais é claro que não iria fazer tal pergunta justamente naquele momento. Sua única família era a Margarete sua tia por parte de pai. Guilherme não me soltava e me abraçava com mais força. Ouço alguém bater na porta do quarto, mas nem eu e Guilherme fomos atender. Até que a porta se abre e a Margarete entra e ver como o sobrinho estava, ela se aproxima e senta na cama e passa as mãos nas costas de Guilherme. O mesmo se vira e ao vê-la abraça. Margarete olha para mim e fala: -Letícia você pode me deixar a só com ele?
-Claro. -respondo

Quando sai do quarto fechei a porta, mas fiquei atrás da mesma para ouvir a conversa dos dois, e se tinha alguma coisa a ver com os pais do Guilherme.

Escuto Margarete falar: -querido, o que aconteceu?
-Tia, eu não consigo esquece-los, eu sou responsável pela morte deles...

Fico mais que surpresa ao ouvir tal confissão. Como assim responsável por morte? Margarete volta a falar.

-Guilherme você não teve culpa de nada.
-Tenho sim, se eu não tivesse viajado...
-Guilherme aquela viagem era muito importante para você. Acidentes acontecem e temos que saber lidar com eles. Você me entendeu?

Margarete para de conversar com o Guilherme que permanece calado. Saiu de trás da porta e vou para a área da piscina. Sento na beira da piscina e olho para a bela cor azul do céu. Estou muito curiosa o que Guilherme tem a ver com a morte dos pais? E por que nunca me contou detalhadamente sobre isso? Mais acho que não iria adiantar nada, não vou poder ajuda-lo em nada. Ele também nunca me falou que viajou pra nenhum lugar, ai minha cabeça não para de girar... depois de alguns minutos escuto a porta de vidro abrir. Olho para trás e vejo Guilherme se aproximando de mim. Ele senta ao meu lado o mesmo permanece calado, depois de alguns segundos fala: -Me desculpe.
Olho para ele sem entender por que estava se desculpando.

-Antes eu era um cara que não demostrava sua fraqueza, e ainda não gosto de mostra-la principalmente pra você.

Coloco minhas mãos em seu rosto e falo: -Guilherme não tenha vergonha de mim. Eu sou a sua namorada, pode me contar tudo o que se passa, eu estou aqui com você e pra você. Eu te amo muito.
-Tenho muita sorte de ter conhecido alguém como você, que me entende. -diz Guilherme

O puxo para um abraço protetor, o mesmo retribui o abraço. Sinto algo vibrar no bolso do casaco que ele usava. Guilherme me solta e tira o celular do bolso, olho para tela era o mesmo número que ligou para ele de madrugada. Mas Guilherme não atende apenas olha para a tela do celular desanimado.

-Não vai atender? -pergunto
-Não
-Por que?
-Não quero falar com ninguém.

O mesmo coloca o celular de voltar no bolso. Também não entendi porque não atendeu a chamada. Talvez ele soubesse quem era por isso não atendeu.

-Guilherme eu não queria tocar nesse assunto de novo mais, como os seus pais morreram?

Guilherme encara o seu reflexo na água da piscina e fala: -Acidente de carro...

Guilherme respira fundo e fala: -eu viajei para Portugal, foi uma viagem de estudos. Quando terminei voltei para o Brasil, meus pais estavam vindo me buscar no aeroporto e estava chovendo muito. Eu fiquei esperando, mais estavam demorando muito. Depois de algumas horas a minha tia chega ao aeroporto chorando muito, pensei que estivesse emocionada porque cheguei ou algo do tipo, mas quando me encontrou ela me abraçou e chorava muito. Perguntei o que houve e ela havia me dito que meus pais... sofreram um acidente de carro e morreram na hora.
-Você se sente culpado pela morte deles?
-Eu fui o único culpado, se não fosse por mim eles estavam aqui comigo, poderiam conhecer você.

Guilherme deixa cair uma lágrima solitária, limpo seu rosto com o meu polegar. O mesmo levanta e entra, eu continuo sentada na beira da piscina. E volto a olhar para o céu. Guilherme é uma pessoa fria devido a perda dos pais quando ainda era criança, e eu achando que a minha vida era horrível porque não tenho sorte com namorados, mas acho que estou enganada. A vida dele é muito pior. Preciso ajudar o meu namorado, tenho que deixar a vida dele menos triste.