Your Kisses Addicted Me.

One, kiss.

Antes mesmo que eu pudesse reagir, fui levado para uma parte mais afastada dos prédios. Perdi Felix em meio a multidão, logo fazendo com que a culpa se fizesse presente em mim, descontando minha breve irritação em Minho.

- O que foi? - questionei ao mais velho. Ele olha para mim, em seguida direcionando seu olhar a minha mochila e ajeita a mesma. Eu, apesar de agradecer mentalmente por seu pequeno gesto, continuo a observar para si com uma expressão séria.

- Faz tempo que não nos víamos. - responde apenas, fazendo com que eu revire rapidamente meus olhos.

Por fora eu aparentava estar calmo e muito controlado, porém, foi só ele fazer um pequeno bico nos lábios - que eu bem conhecia e até mesmo achava fofo - que eu rapidamente cedi.

- A gente se viu hoje de manhã. Naquele momento em que você mais me encarava do que outra coisa. - falei para si.

Ele parecia pensar a respeito do que comentei, nossa caminhada terminou quando chegamos em um local meio escondido aos demais olhos. Era uma parte desconhecida até mesmo pra mim, afinal, era bem depois do prédio de artes e de toda uma "civilização."

- Mesmo assim. - ele tornou a dizer momentos depois. - Faz tempo que você não me dá atenção.

Minho podia até não saber, mas, dentre todas as coisas, o que eu mais faço é dar atenção a ele. De casa, da faculdade, acho que de todos os locais possíveis. Seu rosto residia em minha mente de um modo que sequer eu compreendia, era constante e contínuo, sempre estando ali.

- Por que me trouxe até aqui? - faço a indagação instantes após termos parado. Claro, as intenções são óbvias, toda via, Minho se assemelha a uma tempestade: imprevisível.

Vejo ele sorrir de modo amplo antes de direcionar sua mão até minha cintura. Me puxou para perto de si, a resposta que tive foi seus lábios sobre os meus.

A maciez e a textura que existia ali sempre me fazia perder a noção do tempo, eu apenas sabia que o beijava. A sensação de ter novamente o que eu ansiei por muito tempo era fantástico, mesmo que depois não a tivesse de novo.

Terminou de me beijar deixando selares em minha boca, ousando até mesmo puxar um pouco meu lábio inferior.

- Preciso responder? - neguei meneando a cabeça. - Agora, vamos.

Minho parecia um íncubo ao meu ver, sempre surgindo em determinadas situações e levando minha energia embora. E mesmo dizendo que desejava não ficar mais consigo, a teimosia de meu coração se fazia presente.

Saímos da propriedade da faculdade e o telefone vibra em sinal de mensagem. Olho e percebo ser algo vindo de Felix, respondo que ele deve ir em casa e lá explicarei tudo.

[...]

- Então ele simplesmente lhe beijou? Tipo, te encostou na parede e te beijou? - aquela era a quinta vez que Lee indagava a mesma coisa. Suspiro, concordando.

- Sim, Felix, ele fez isso. E você sabe muito bem como acontece um beijo, vivência isso com Changbin. - ousei falar. O rapaz me olhou fixamente, pegou meu travesseiro e bateu com ele em meu rosto. - Sério isso? Só porque eu falei do seu ficante?

- Ele não é meu ficante, só nos beijamos uma única vez. Nada mais que isso.

Lee não sabia, contudo, eu via e sabia das coisas. Ele não era tão bom em escondê-las, ainda mais quando Changbin era um rapaz tão conhecido no setor de artes.

Ele escrevia letras, criava os arranjos das músicas e ainda a batida. Um rapaz com uma ótima carreira musical, diga-se de passagem.

E sempre que dava, Felix ia atrás de Changbin para conversarem. O mesmo ocorria pela parte de Seo, havia mais chances de ocorrer um relacionamento entre os dois do que Minho parar de ser um idiota.

- Claro que sim, Felix. - lhe digo com certa quantia de sarcasmo. O mesmo me olha com certa dúvida no olhar e vendo que eu não iria dizer mais nada, deu de ombros e se calou.

A verdade era que eu pensava a respeito da quantidade de beijos que Minho me dava, e com essa quantia, eu ficava a desejar mais. Parece que quanto mais deixo ele absorver minha energia, mais ele consegue me deixar sem escolhas neste pequeno jogo.

E saber que só haveria um vencedor e um perdedor me assustava. Porque, no final de contas, eu era um perdedor nas mãos de um ganhador egocêntrico e que só me machucava.