Ten, feelings.

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Fazia exatamente uma semana desde que a viagem de Jisung ocorrera e somente Changbin, Felix, e os demais alunos da área de psicologia sabiam que sua viagem ia acontecer. Estavam no período das férias, o descanso dos sonhos de cada aluno que há muito se dedica na sua respectiva área. Logo, muitos não focavam na ida de Han ao exterior, apenas Felix que sofria com a ida do amigo.

- Ah, Binnie, sabe que Sung é como um irmão para mim. Sinto saudades dele. - Felix dizia ao namorado se jogando nos braços do mesmo. Este, nada falou por ora. Sabia que, sim, os dois eram muito próximos, e que, em nenhum momento, Felix ficaria com o outro. - O esquilinho faz falta.

- Logo mais ele volta, não se preocupe. Agora, com ele está lá em Nova York?

Lee abre o maior sorriso - se é que era possível - e começa a contar o que Han já havia feito. Segundo seus relatos, ele passeava ao lado de um rapaz chamado Hyunjin e esse mesmo rapaz mostrava a cidade para o amigo. Fotos eram mandadas no privado de Felix e ele amava olhar para cada uma delas, desde os pontos turísticos até mesmo as comidas americanas. Os dois estavam na casa de Lee, com a porta do quarto aberta e um cuidava do outro.

- Que bom que ele está bem, sério, Lix.

- Sim. A felicidade dele também é a minha.

[...]

O quarto de Lee Minho estava uma bagunça mas não tanto quanto o seu próprio coração. Acreditava em seus pensares, aqueles de que não precisava de uma pessoa para ser feliz e que não seria feliz se namorasse, mas, como qualquer ser existente na terra, ele precisaria de alguém em algum momento. O problema? Ele não sabia se esta pessoa em questão poderia ser Han Jisung.

Claro, Minho não gostava de Jisung ao ponto de amar. Amar não era o seu forte e se pudesse, não amaria. Mas Jisung mexia consigo de um modo que nem mesmo ele compreendia cem por cento. Sentimentos são confusos e às vezes brincalhões, adoram mexer com cada estrutura do ser humano e fazem coisas que deixam a duvidar.

- Você está péssimo, tem certeza que está bem? - a voz de Chan, um de seus amigos, disse enquanto sentava-se na cama. Deixou de lado a leve bagunça na cama e indicou para o mais novo se sentar próximo a ele. Este apenas obedeceu.

- Claro que estou, por que não estaria?

Rebateu instantes depois. Christopher lhe olhou atentamente, parecia ler através de seus olhos e era como se visse toda a alma de Minho, aqueles traços que nem mesmo o mais novo entendia, e Chris - como o mais velho - parecia compreender.

- Parece inquieto, como se algo o incomodasse e não quisesse falar sobre. - comentou, por fim.

Um suspiro saiu por entre os lábios de Minho e ele nada falou. Detestava falar sobre o que existia dentro de si, o seu íntimo era como um diário. Muitos queriam saber o que ali existia e poucos - poucos mesmo - tinham a oportunidade de descobrir.

- Não há nada, vamos falar do que podemos fazer nestas férias. - desconversa tentando mudar o foco do assunto, não queria explicar a respeito de seus pensares.

- Bom, por ora não podemos marcar nada. Pelo menos não nessa semana, vou ter um encontro.

Ah, se Chan marcava algo com alguém, não havia ninguém que pudesse acabar com isso. Nem mesmo Minho tinha esse poder. E quando se tratava do relacionamento amoroso de Bang, poderia esquecer. Ambos eram muito próximos e viviam de compromissos.

- E na próxima semana? Podemos chamar Changbin, o que acha?

- Pode ser, acho que ele não deve ter algum compromisso com o outro australiano.

- Felix vive na companhia de Jisung, claro que ele não vai se importar. - disse, e após tal frase, começou a pensar onde os três poderiam ir.

A tarde se passou sem muitas novidades, apenas os dois conversando e decidindo o que fariam.

[...]

A casa da frente estava num completo silêncio e isso era estranho a Minho. Normalmente alguma música era ouvida vindo dali, seja aquelas músicas clássicas por parte da mãe de Jisung ou aquelas mais animadas, como por exemplo as do Snsd. De sua janela, Lee nada via e isso só o deixava cada vez mais curioso. Espiou outra vez para tentar ver algo mas nada seus olhos viram, apenas o movimento de sempre.

Logo seus olhos viram a mãe de Jisung sair na companhia de Felix, parecia cansada mas havia um sorriso em seu rosto e no do australiano também. Decidido a entender aquela situação que não deixava sua mente por nada, Lee saiu de seu quarto e com a coragem certa, foi atrás de Felix.

- Olá, Yongbok, como tem estado? - indagou chamando a atenção do mais novo. Ele lhe olhou com certo descaso, revira os olhos e faz uma expressão de certo deboche.

- Felix, por favor. Yongbok, não. - Retrucou. - Mas sim, estou bem.

Minho não sabia ao certo como dizer tais palavras ao mais novo ou como indagar sem parecer intrometido. Contudo, naquele momento, era assim que Felix o definia.

- Então... - deixa a lacuna em branco como se Felix pudesse ler sua mente e então, adivinhar no que pensava.

- Minho, não tenho o dia inteiro e se puder perguntar o que tanto deseja, ficarei feliz. Eu tenho meus horários, querido. - respondeu meio impaciente, por quais razões Jisung havia se apaixonado por esse rapaz meio lento?

- Como Jisung está?

Felix não entendia o porquê exato de Lee lhe perguntar isso, ele parecia um rapaz sem coração e totalmente idiota. Ok, sem coração era pesado demais. Mas o lance do idiota poderia ficar. Agora, pelo visto, ele não sabia da viagem. Ainda bem, pensa Felix sorrindo internamente porém ao saber que lhe devia uma resposta, parou de sorrir.

- Está bem. E sem você na vida dele, olha só que maravilha, não é mesmo?

Realmente, aos olhos de Minho, Felix protegia muito o outro rapaz. E era meio rude em algumas situações, Jisung parecia assim às vezes.

- Pensei que ele fosse sair junto a você minutos atrás. - disse.

- Vou ignorar a parte que você estava me espionando e dizer apenas que mesmo se ele quisesse, não poderia fazer. Sabe por que? Porque ele não está em casa, Jisung viajou, Minho, e não tem data prévia para voltar. Passar bem.

E ao terminar de falar isso, foi embora. Se antes Minho já estava confuso, agora estava mais. Como assim Jisung viajou e não disse nada a ele? Minho era tão insignificante ao ponto de não ser notificado de algo tão importante? Pelo visto, sim.

E ele iria resolver isso. De seu próprio modo, mas iria.

Your Kisses Addicted Me.Onde histórias criam vida. Descubra agora