Twelve, advice.

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Minho não compreendia as razões de Jisung ao ter ido embora e terminar sua faculdade de psicologia em outro país. Para si não havia sentido algum em tomar uma decisão tão radical assim, era uma nova cultura aos olhos de Lee e este não sabia o que faria a partir dessa descoberta. Não tinha o poder de mudar a decisão do outro, disso Minho sabia, e era isso que piorava o seu estado. Saber que, mesmo que tivesse um envolvimento com Han, ele se foi sem olhar para trás.

Aquele um mês sem ter a companhia do mais novo em sua vida era estranho. Era acostumado a vê-lo sempre que podia e agora nem isso acontecia mais.

Minho era mimado e dependente, mesmo que ele próprio não visse tal coisa.

Desde que começou a socializar com o vizinho de bochechas grandes e de olhares doces, nada mais foi como antes. Percebeu que uma parte de sua rotina era direcionada aquele que a muito vivia em seus pensares, ele querendo ou não. E agora nem mesmo isso ele tinha.

Poucos conheciam verdadeiramente Lee Minho, aquele que num passado distante foi ferido e hoje acabou se tornando quem feria. Era uma realidade triste mas verídica. Logo ele, amante de romances e artes, se mantinha desacreditado no que as pessoas taxavam como amor.

- Terra chamando Minho, está aí? - Changbin, um de seus amigos mais próximos, chama a sua atenção. Os olhos de Lee piscam por alguns segundos e ele foca em Seo.

- Estou, o que houve?

Ambos se localizavam na lanchonete próxima a casa de Changbin, um local que, segundo o mais novo, também servia pra encontros com Lee Felix, o seu namorado.

- Você já aceitou o fato de que Jisung viajou, não é? - indaga-lhe escolhendo as melhores palavras para falar. A verdade era que em algumas circunstâncias, Minho conseguia ser uma pessoa instável, e mesmo que Changbin tivesse uma amizade bem duradoura consigo, ainda havia um certo receio.

- Por que eu não aceitaria?

- Minho, eu te conheço bem o suficiente para saber que você não aceitou isso tão fácil. - disse de maneira simplista. - Nesse um mês que se passou você tem andado bem diferente, disperso e deveras distraído.

Lee revira os olhos para tal afirmação, logo recebendo um mínimo tapa em sua cabeça vindo do mais novo.

- Para que isso? Eu tô normal, continuo sendo o mesmo de sempre.

- Você está sendo um idiota, é isso que anda sendo. - retrucou exasperado. - Você não podia evitar a viagem dele, é verdade, mas você poderia ter lutado mais. Eu sei que toda vez que você lembra que um dia foi ferido, isso causa reações negativas em ti. Mas, poxa, Jisung é um cara incrível para que você deixe ele escapar por entre seus dedos.

Minho nada disse perante as palavras vindas do amigo, apenas teve um suspiro como uma possível resposta.

Tudo em excesso faz mal. E talvez Jisung visse o excesso de ações vindo de Minho como uma coisa má. Algo que se consumido em diversas quantias, poderia ferir ou machucar. Ou até mesmo matar.

- E o que quer que eu faça? Daqui a alguns dias nossas aulas estão a voltar e não há dinheiro suficiente para que eu viaje. - comentou pegando uma das batatas fritas que estavam em um prato. Changbin pegou algumas e logo deixou o alimento de lado por alguns instantes, ele tamborilava os dedos sobre a mesa da lanchonete e parecia pensar bastante a respeito.

- Não quero que viaje, isso seria óbvio demais. Consiga o endereço dele e lhe mande cartas, vá expressando seus sentimentos ou sensações nos papéis. A distância existe mas você pode sempre superar ela.

Changbin sabia que no final de contas o amigo sentia algo por Jisung. Ele só era péssimo em demonstrar tal coisa, acabou agindo como um verdadeiro idiota e isso lhe custou o seu possível bem mais precioso: Han Jisung. Ao seu ver, aqueles dois pareciam estar presos em um clichê adolescente americano.

Onde a princesa necessitava de seu príncipe encantado para ser salva. Mas talvez eles só fossem levemente azarados e agora estavam presos na mesma história. Sob um mesmo contexto e no mesmo momento.

- Porém, caso você não saiba, eu não tenho o endereço dele, ele mal deve saber que já descobri da viagem dele.

- Ah, meu pobre, Minho. Até parece que sou o mais velho e inteligente aqui. - logo murmura com aquela falsa decepção em seu olhar, automaticamente os olhos de Lee são revirados e dessa vez, Seo não bateu em si. - Deixe comigo a parte do endereço, foque somente nas cartas que você terá de escrever. Mas, preste bem atenção: não deixe que isso te consuma ao excesso, você ainda tem uma faculdade para concluir e um sonho a seguir.

[...]

Ao lançarmos uma moeda no ar temos duas opções óbvias: ou é cara ou coroa. Quando sentimos algo é semelhante a isso, ou amamos ou não. Claro, amar é uma palavra forte e ao ser dita, causa diversas reações, sejam elas boas ou não. E segundo os próprios pensamentos de Minho, ele gostaria de fingir que estes não eram reais e que nem existiam.

Minho estava começando a se apegar a aquele que a muito lhe beijava e hoje nem toques tinha mais. Minho sempre soube os limites de Jisung e nunca tentou passar, respeitava as pessoas boa parte de seu tempo, ele só não entendia que além disso, era necessário o cuidado. Cuidado este que ele nunca conseguiu ter cem por cento.

Talvez no final de contas quem fosse dependente de outra pessoa era o próprio Minho. Ia sempre atrás de Jisung, o beijava pois sabia que ele não recusaria mesmo que reclamasse tempos depois. E ao terminar de beijar ele, logo desejava novamente. Ele se mantinha inebriado pelo perfume do mais novo, aquele cheiro fraco mas ainda sim adocicado que somente Jisung possuía. Tais lábios lhe mostraram mais do que beijos eram capazes de dizer ou representar, e mesmo com várias controvérsias sobre como um tratava o outro, Minho viu suas mãos atadas aquele que, de fato, roubou-lhe o pobre e indefeso coração que há muito já foi ferido e deixado em milhares de pedaços.

O amor fere aqueles que não aprendem facilmente, vicia aqueles que não encontram o caminho certo, mata e consome aqueles que já se vêem num beco sem saída. Mas o amor também pode ser doce igual nos dramas que ambos viam quando menores, você pode o pegar igual pega um resfriado ao estar tempo demais na chuva e de tanto pensar, já o esperamos. Mas, quem espera pelo amor quando ele, na verdade, já habita em nós mesmos antes mesmo de o entendermos.

Minho sabia que estava se apaixonando, pouco a pouco Jisung ocupava mais espaço em sua vida e parecia até que Lee estava na frente de um precipício.

Se você se afastar, nunca vai saber o que poderia ser.

Mas se você for, talvez consiga coisas que nunca esperou.

Minho não entendia o para sempre muito menos o talvez. Porém, naquele instante, ele decidiu ir atrás hoje e do amanhã. Um amanhã que ele ansiava passar ao lado daquele que fazia o seu coração bater mais rápido, daquele chamado Han Jisung.

[...]

ainda tô meio doente, e por conta disso eu ando meio dispersa para algumas coisas. então caso ache um erro, me desculpe. ah, e desculpem por essa troca de pessoa, é que eu gosto de trabalhar em primeira e terceira pessoa, já tenho esse costume. espero que isso não fique chato para vocês.

Your Kisses Addicted Me.Onde histórias criam vida. Descubra agora