Your Kisses Addicted Me.

Three, home.

Deplorável, decaído, arruinado e infeliz. Era assim que eu me encontrava deitado naquela cama enquanto pensava nas coisas que me ocorreram. Existem hábitos em nossas vidas que sabemos o quão são ruins, e, mesmo assim, continuamos, pois fazem parte de nossos costumes ou rotina.

Só que saber que eu havia adquirido o pior dos vícios, me matava tanto. Desde que eu olhei para Minho, iniciamos uma conversa, eu desejei seus lábios. Aqueles lábios que eram minha salvação, e ao mesmo tempo, minha perdição.

Ele era o pecado existente nesta terra, a causa das minhas dores internas que não seriam curadas tão cedo. Eu era um idiota, sabia disso e mesmo assim caminhava até o mal. Até Lee Minho.

Enfrente a dor, eu pensava. Mas pensar e agir têm grandes diferenças e eu mal conseguia sair de minha cama, quem dirá agir? Estava perdido e destruído pelo o que as pessoas chamavam de amor. E o pior era que Minho não me amava, eu era apenas um passatempo em suas ágeis mãos. Algo que ele usava com extrema facilidade quando se sentia necessitado, e o pior, eu sempre cedia.

A teia de aranha me prendia cada vez mais, me deixando assim sem saída alguma. Eu devia lutar contra estes sentimentos idiotas e fingir estar tudo bem.

Mas quem eu quero enganar? Não está tudo bem.

- Me parte o coração vê você assim. - Felix falou quando chegou da faculdade e decidiu vir a minha casa. Fingi estar doente - o que não era tão mentira assim - e faltei no dia de hoje. Sabia que o assunto seria mais puxado de se estudar, porém, eu não queria ver Minho.

- Veja pelo lado bom, você ainda tem um coração e ele está parcialmente inteiro. E eu que ainda busco colar os cacos de meu pobre coração?

Digo abraçado a uma pelúcia. Felix continua a me observar com tristeza no em seu olhar e ao ficar ao meu lado, serviu com um apoio. Mexeu em meu cabelo, e minutos depois eu já estava com a cabeça apoiada em seu peito e o abraçava.

Felix era quente e um doce quando queria.

- O Minho, ele... - falei instantes depois.

- Pode falar.

- Ele é um idiota de marca maior. Um ser humano que não pensa em outras pessoas que não sejam ele próprio. Ele...

Antes mesmo que eu pudesse dizer mais coisas ruins a respeito de Lee, comecei a chorar. Chorei como se fosse uma criança recém nascida e Felix nada dizia, apenas me abraçava.

Chorei por amar alguém que não ligava para mim. Chorei por sentir coisas que apenas me matavam de várias formas. Chorei por me sentir sufocado com este sentimento tão ruim.

Éramos crias do mundo, tão livres, e, ainda sim, tão presas. Havia pressão de todos os lados, de todos os cantos e eu morria lentamente.

- Chora, isso alivia tantas coisas, Sung. - Felix me confessa baixinho. - Alivia o peso que seu coração carrega ou até mesmo sua mente. Sung, posso te dar um conselho? - concordei balançando apenas a cabeça. - Como futuro psicólogo em desenvolvimento vou te recomendar algo: sei que não mandamos em nosso coração, jamais, quando ele insiste em dizer que tal pessoa é a certa já era. Mesmo que essa pessoa seja a pior delas. Você merece mais do que o Minho pode ofertar, se ele não sabe como você deve ser tratado, talvez ele não seja o cara certo. Você deve seguir em frente.

Eu sabia que Felix estava certo em dizer tais coisas, até mesmo minha razão concordava com isso. Porém, o lado emocional ainda estava enlaçado com o que existia em Minho.

- Eu só não queria sentir nessa intensidade, entende? Eu odeio ser viciado no Minho por inteiro.

Felix sempre me ouvia, assim como eu escutava ele. Eu sabia que se desabafasse consigo me sentiria mil vezes melhor.

- Pense sobre o que eu disse. Vou passar essa tarde na sua companhia, não se preocupe. Vou cuidar muito bem de você.

E eu sabia que estar com Felix desse modo sempre me aquecia o coração. Ou o que ainda existia dele.