Nine, city.

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Se não fosse pelo pouso do avião, eu ainda estaria meio adormecido naquela poltrona. Depois das quatro horas de viagem acabei perdendo totalmente a noção de tempo. Só sabia que tinha se passado muito, mais muito tempo. O aeroporto estava cheio naquele dia, era o começo de uma nova manhã e logo senti novos cheiros, seja do café ou do salgado que alguém comia. As cores eram mais vivas e intensas naquele novo cenário, mas tudo ali me deixava encantado para conhecer sobre.

As malas logo chegariam e eu poderia levá-las até minha nova residência. Eu estava nervoso porque teria de praticar um novo idioma em conjunto a novas pessoas e ainda sim, tentar não errar tanto. Mas, que mal há em errar? Contanto que eu acerte com meus próprios erros, está tudo ok.

Ando no meio daquela multidão que ia crescendo cada vez mais sem saber ao certo onde deveria ir. Meus pais falaram que a família que me acolheria neste tempo era apenas a mãe e o filho, só que eu não sabia como eles eram. Eu sei, errei em não perguntar como eles eram e agora enfrento a consequência.

- Veja mãe, é ele. - vejo uma mulher de porte mediano ao lado de um rapaz de tamanho semelhante a mim. Sua voz acabou saindo um pouco mais alta e a mulher logo o repreende, pois ele havia falado alto e apontado pra mim. - Tenho certeza que é.

O rapaz deixou a mãe de lado e caminhou até mim. Lhe olho, notando a descendência asiática em seus olhos castanhos, presente em suas feições angulosas; as quais achei belíssimas, e ele parecia fazer o mesmo comigo.

- Posso te ajudar em algo? - perguntei enquanto ele ainda me analisava. Sua mãe logo se aproximou e depositou um breve tapa na cabeça do filho.

- Perdoe o jeito de meu filho. - disse a mais velha a mim, o menino ia dizer algo, contudo, se calou. - Estamos na espera de um rapaz e aparentemente meu filho acha vocês semelhantes.

- Mas mãe, é ele. Veja só. - ele, então, retira o celular do bolso mexendo rápido e logo mostra a foto que, querendo ou não, era minha. - Não tenho culpa se minha mãe não se prendeu a detalhes, desculpe, seja bem vindo a cidade que não dorme. Seja bem vindo a Nova York.

[...]

A verdade era que a família de Hyunjin - como descobri tempos depois - como um todo, não era tão enorme. Apesar de morar ele e sua mãe, Minju, em um apartamento nas cidades agitadas de NY, eles tinham parentes na Ásia. Antes de virem morar aqui eles vivam pelas redondezas de Daegu e só vieram fixar residência aqui, pois o pai de Hyunjin deixou a família. E eu soube dessa história em apenas duas horas de convivência, uma viajando e outra enquanto as coisas eram arrumadas.

Sento-me no sofá confortável da família Hwang buscando repor minhas energias e Hyunjin fica ao meu lado. O meu quarto era ao lado do seu e agora nós dois estávamos na pequena sala da família.

- Hyunjin, é a sua vez de preparar o jantar. - Minju disse a ele. Estava arrumada, usava uma bolsa lateral e um salto alto. - Vou sair. Volto no horário de sempre, se Jisung desejar, mostre a cidade a ele. Ou pelo menos as partes mais tranquilas.

E ao dizer tais coisas, saiu pela porta e Hwang foi fechar a mesma. Volta a se sentar ao meu lado e respira fundo antes de começar a falar.

- Uma volta no Central Park e depois vamos arrumar suas coisas na faculdade. Sua mãe me explicou algumas coisas e você precisa completar ainda alguns períodos da faculdade de psicologia. - me disse, afinal. Ele se levanta, vai até seu quarto e eu apenas espero ele. Busco meu celular e mando uma mensagem a Felix dizendo que estou bem e que ele devia dizer isso a meus pais.

[...]

As ruas se encontravam calmas naquela manhã de sábado, carros passavam sem tanta pressa na avenida e logo mais Hyunjin ia me explicando as coisas básicas. Nós dois falamos o inglês daquela região, porém, pelo costume começamos a conversar em coreano mesmo.

Your Kisses Addicted Me.Onde histórias criam vida. Descubra agora