Eleven, chance.

1.5K 228 64
                                    

Os dias foram se passando enquanto eu aproveitava as coisas em Nova York. A companhia de Hyunjin estava se tornando uma das melhores em minha vida e Felix imaginava que eu o estava trocando, é lógico que não, eu jamais ia trocar Lee, contudo, Hwang estava se tornando alguém especial em minha vida.

Ele me mostrava as comidas da cidade e eu, em alguns momentos, falava que sentia falta da comida típica de casa, este, vendo o meu drama interno, decidiu que uma vez por semana íamos comer coisas asiáticas. Fiquei agradecido internamente por isso.

Era uma noite de quinta, o dia em que íamos comer da comida de nossa origem e eu estava feliz. Usava um longo moletom para me manter aquecido e tanto eu quanto Hwang estávamos na sala vendo uma série americana. Sua mãe, senhora Minju, preparava o alimento e quando ficou pronto, fomos comer na cozinha. Havia massa e legumes no mesmo prato e eu me sentia um pouco em casa.

- Sabe que faz tempo que preparei comidas assim, por isso espero que esteja boa. - era o que ela dizia a nós dois toda noite quando cozinhava. Ainda estava se acostumando a toda aquela troca de horários, só que as poucos ela conseguia fazer comidas incríveis. O trabalho dela havia voltado e ela só chegava cinco horas do mesmo, eu ajudava Hyunjin na arrumação da casa e quando tínhamos um tempo livre, ele me levava para passear.

Não havia me perguntado sobre a confusão em meu coração e eu agradecia por isso. Dizer palavras sobre meus sentimentos por Lee Minho me era um martírio, uma sentença pesada que eu enfrentava sempre que citava ou pensava em si.

- Sempre está bom, ajumma, não se preocupe.

Provo da comida presente em meu prato e sorrio após tal coisa. A comida estava simplesmente maravilhosa. Ela vendo minha expressão de felicidade, sorri também, e logo começamos a conversar sobre como foi o nosso dia.

[...]

Desde o princípio do universo foi previsto que precisaríamos viver em uma sociedade e que devíamos reproduzir para que assim, déssemos certo. Até então, uma coisa óbvia e que é vivido até hoje.

Só que, nesse espaço de tempo, algo que foi se desenvolvendo taxaram de amor. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro, coisa que ao meu ver, não devia ser assim. Devíamos viver para nós mesmos, pensando se isso vai me deixar feliz e não se isso vai agradar tal pessoa. Sentimentos são emaranhados de sensações que ao entrar em conflito tendem a machucar e ferir.

E foi fazendo algumas reflexões sobre a vida que chegou uma mensagem de Minho em meu celular. Já havia se passado um mês desde minha ida - quando marcasse o outro mês eu voltaria a estudar -, e ainda sim, eu não havia dito a ele sobre a viagem. Mas não era como se ele ao dizer volta eu fosse, de fato, fazer isso.

Minho: Você nem me manda mais mensagens.
Sinto sua falta.

Olho para aquelas duas mensagens com um olhar duvidoso. 90% do tempo ele me era um idiota mas 10% dele ainda era de uma pessoa que, querendo ou não, poderia ter ou não sentimentos. Minho era instável ao meu ver, uma hora era meigo e na outra, meio rude.

Jisung: Estudos em demasia.
Não posso me prender tanto ao celular.

Logo o sinal mostra que ele havia visto e que estava digitando, parava em alguns instantes e logo voltava a fazer isso. Após quase cinco minutos, tenho a sua resposta.

Minho: Mas nem mesmo uma mensagem de bom dia?
Ou uma pra dizer que estava ocupado?

Jisung: Já disse, mal pego no celular.
Imagine lhe mandar mensagens.

Minho: Está bem.
Podemos nos ver nessas férias?
Pelo menos em um dia da semana, talvez.

Claro que eu não disse para ele que havia viajado e doía uma mínima parte de mim ao saber que ninguém de lá falou para ele. Pensei muito na próxima resposta que o daria, era só dizer que não estava mais na Ásia. Apenas isso.

Jisung: Estarei ocupado.
Na verdade, tenho um compromisso hoje.
Até mais, Minho.

Deixo de lado o objeto e não tenho coragem de olhar sua possível resposta, obviamente eu sabia o covarde que estava sendo, porém eu não havia superado totalmente a dor causada pelo mais velho.

- Tá tudo bem? - Hwang diz assim que cedo a passagem a ele em meu quarto. Senta-se ao meu lado na cama e eu o uso como um breve apoio.

- Ainda sobre o menino que, hum, gosto.

Desde a última vez que falei diversos sentimentos guardados a Hyunjin, ele tem me ajudado muito. Ensina-me que antes de amar alguém devemos primeiro nos amar, quando ele disse isso pela primeira vez não entendi. Afinal, eu sempre me amei e conseguia amar outras pessoas. No entanto, quando o tempo foi passando, fui entendendo o significado de sua frase: eu estava me tornando dependente de outra pessoa que aos poucos ia esquecendo quem eu era.

- Entendo. Ainda temos algumas horas até o jantar, é o seu dia de preparar algum alimento. - falou, fazendo carinho em meu cabelo.

- Podemos só ir até a esquina e comprar um salgado? - pergunto a ele. Saio daquela posição e consigo ainda ver ele concordando. Antes de sair ele me oferece um de seus moletons e aceito sem reclamações, nossos tamanhos eram semelhantes e quando eu usava, não ficava tão apertado em mim. Saímos de seu apartamento, ainda havia um pouco de sol em meio ao horizonte, e eu achei isso bonito.

Fomos até uma barraquinha próxima de onde morávamos e compramos um cachorro quente mesmo. Sentamos em bancos próximo dali e ali ficamos até acabar a comida, não desejávamos voltar até nossa residência e sabíamos que devíamos voltar.

- Jisung. - Hwang chama a minha atenção, olho para si e deixo que ele dê continuidade. - Desenhe o seu futuro como Picasso. Que esse tempo aqui o faça produzir coisas belas, você merece ganhar o mundo mesmo eu não sabendo se o mundo vai estar preparado para todas as boas coisas que você oferece.

Naquele dia em questão, as várias frases ditas pelo mais novo me faziam pensar sobre de tudo um pouco. Ajudou-me na cozinha quando chegamos até nossa casa, este mais atrapalhava em algumas situações do que ajudava, contudo sua companhia era vital a mim.

Dei boa noite a Felix quando peguei no celular naquele dia, ele não gostou da demora para o responder mas entendeu meus porquês. Só que o quê mais me deixou incomodado naquele final de noite foi as últimas palavras de Minho que li.

Minho: Eu vou descobrir o que te chateia.
E vou consertar isso.

[...]

bom dia, eu tô meia doente mas não podia deixar vocês de mão, não é mesmo? se alguém ver algum erro, desculpem, eu li por cima porém pode ter passado. é isso aí.

Your Kisses Addicted Me.Onde histórias criam vida. Descubra agora