Eighteen, afraid.

1K 177 135
                                    

Um ano depois.

Os assuntos da faculdade ficavam cada vez mais difíceis e eu lia diversos livros que podiam me ajudar nisso. Sabia que teria algumas provas na próxima semana, e saber que logo mais ela chegaria só me deixava mais ansioso e nervoso.

- Jisung! - Hyunjin grita do andar de baixo. Deixo aqueles livros pesados por um instante, enquanto eu buscava meus sapatos, Hwang completou a frase: - Seungmin já está aqui.

Tentei ir mais rápido diante da situação que se desenvolvia e na metade do caminho, acabei tropeçando e caindo no chão.

- Você tá bem? - Kim perguntou empurrando a porta com certa força, ainda bem que eu estava distante dela. Olhei para ele e nada disse. - Hyunjin, o seu amigo caiu igual fruta madura. Vem cá, homem.

- Cheguei. - ele disse entrando de supetão em meu quarto. A cena era linda de se ver e provavelmente tempos depois eu iria rir, porém, agora, eu só queria sorte mesmo. Aos poucos fui levantando e os meninos me ajudaram a terminar o ato. - Você tá bem?

- Agora tô, né. - respondi me sentando na beirada da cama. Eles me olhavam com atenção, pareciam ver se eu havia ou não quebrado algo. - Oi, Min, você está bem?

Desde que conheci Seungmin que ele vem se mostrando um bom amigo. Sua companhia é agradável, estando consigo eu me sinto bem.

- Não me assusta assim mais não, okay? - ele pede analisando meu rosto. Toca no mesmo e sua feição entregava uma certa dúvida. - Hyunjin, você poderia ir pegar o kit de primeiros socorros que sua mãe guarda no quarto dela? Sung machucou o lábio na queda.

Ele disse tudo usando um tom sério. Hyunjin saiu de onde estava - que era sentado no chão - e foi até o local pedido por Kim.

- Mas eu não sinto dor nenhuma. - comento consigo. Seungmin sorriu de modo doce e encostou com certa força no meu lábio inferior, automaticamente murmuro algo como um ai e ele tira o seu polegar dali. - É, agora sim.

- Você só estava entorpecido mesmo, logo mais a dor vem.

Nesse instante, Hwang chegou com a caixinha e a deixou nas mãos de Seungmin. O mais novo pegou um algodão, buscou um frasco entre os vários que ali estavam, e molhou no algodão. Aproximou lentamente aquilo de minha boca e aos poucos foi dando batidinhas no local que eu cortei.

Ardia pra caramba e eu soltava alguns resmungos diante da situação. Hyunjin ria baixinho por conta da cena e levo meus dedos até meu travesseiro e jogo em si, acertando seu peito.

- Min, você tá vendo ele me agredir?

Seungmin parou o que estava fazendo e disse que depois iria melhorar. Mesmo que ele cursasse psicologia, daria certo para ser enfermeiro.

- Anjo, não reclame. Se fosse você na situação do Jisung e alguém risse, você gostaria? Provavelmente não, então antes de fazer algo, pense "e se fosse comigo, eu iria gostar?" isso vai evitar problemas futuros. - levantou-se e foi até Hyunjin. O rapaz se mantinha escorado na porta do quarto e abraçou Kim por trás, passou os braços pela cintura do menino e apoiou a cabeça no vão do pescoço de Seungmin.

- Fico feliz em saber que conseguiu vir nos visitar, Seung. - falei tempos depois. - Sei o quanto a faculdade nos consome e lhe venero por estar sorridente. E ainda mais sabendo quais são as razões de seu sorriso.

Quando apresentei Hyunjin a Seungmin, eles começaram uma ótima amizade. Amizade esta que já se desenvolveu e agora é um namoro de quase um ano.

O amor é lindo. Pena que não é para todos e não é pra mim.

- Você sabe que poderia ter o mesmo, é só falar com...

Antes que Seungmin terminasse a frase, o interrompo:

- Não, sem essa. - finalizei o assunto. Caminho até o espelho que existia em meu quarto e ajeito meu cabelo. Até que o azul ficou bem em mim.

- Sung, o que é essa caixinha?

Escuto Seungmin indagar. Vejo seu reflexo pelo espelho segurar uma pequena caixa retangular de cores mais escuras, sinto meu coração errar algumas batidas e me viro para si.

- É uma caixa com as cartas de Lee Minho. - digo a si. - São muitas, mas nunca mais recebi nenhuma vindo dele. Acabamos discutindo em forma de carta e agora, bom, agora nem eu, nem ele nos falamos.

- Você brigou com o menino que você gosta por carta? Essa nova.

- Seungmin, não seja insensível. - seu namorado pede com um tom de voz mais suave.

- Eu só fiquei impressionado, nada de mais. E vocês não se mandam mais mensagens? Ou até isso parou?

- As coisas deram errado e cada um ficou no seu canto. - respondo segurando a caixa em mãos. Analiso as várias folhas que tinham a marca de Minho, reprimo a vontade de chorar e seguro em mão a última carta de Lee.

"Então será assim? Está bem, mesmo que estejamos nessa a quase um ano, você ainda parece o mesmo.

Jisung, eu era um cara sem tantas coisas e desejei lhe dar todas as coisas. Sejam elas as estrelas, a lua ou até mesmo o que um dia foi o meu coração.

Espero que se cuide porque eu vou seguir em frente.

Talvez eu e você sejamos parágrafos e não capítulos em desenvolvimento."

- Você tem medo. - Seungmin disse chamando minha atenção. Deixo de lado a folha que eu segurava e olho confuso para si. - Medo de tentar. De se arriscar, mas se você não arrisca como vai saber se vai dar certo? Acha que eu namoraria o Hyunjin se não tentasse? A vida é feita de tentativas, Jisung, e quem não tenta, não sabe o resultado que pode ou poderia ter.

- Eu não sei...

- Nesse tempo que convivemos eu já sei muito sobre você, e sei que fugir dos seus sentimentos não é uma escolha viável. Você pode fugir, mas uma hora ou outra você terá de enfrentá-los. E, vamos ser sinceros, um ano não é tempo suficiente para que você seja sincero consigo mesmo? Hyunjin e eu vamos fazer pipoca, o filme começa daqui a alguns minutos.

E dizendo isso ele saiu acompanhado de Hwang. Fiquei remexendo na caixinha por um longo tempo, até o momento que recebo uma ligação. A tela mostrava o nome de Felix e sorrio ao saber que era ele.

Mês que vem seria o nosso aniversário e seria a segunda vez que o comemoravamos um longe do outro.

- Oi, Lix, senti sua falta. - murmurei quando atendi a ligação. - Por que não ligou esses dias?

- Ah, a faculdade anda me consumindo num nível alarmante. - respondeu. - Tá foda aqui.

- Imagino. E ao que devo o prazer de sua ligação?

A linha ficou muda por alguns instantes. Logo mais escuto algumas vozes no fundo da ligação, era como se ocorresse uma discussão ou algo assim.

- Felix teve de sair por alguns minutos, logo mais ele volta. - a voz de minha mãe soa do outro lado da linha e eu estranho.

- Mãe? O que tá acontecendo?

Novamente o silêncio se faz presente e espero que ela diga algo. Demora mais tempo do que o silêncio de Felix, espero pacientemente que ela fale algo ou que eu tenha alguma resposta.

Eu não entendia nada. Não entendia o porquê dela estar com o telefone de meu amigo ou o porquê de Felix ter cedido seu aparelho eletrônico a ela.

Nada fazia sentido naquele momento.

- Tanto eu quanto Felix estamos no hospital. - um suspiro veio após a frase. - O Minho, ele... bom, ele sofreu um acidente e agora está no hospital.

Your Kisses Addicted Me.Onde histórias criam vida. Descubra agora