Um ano depois.
Os assuntos da faculdade ficavam cada vez mais difíceis e eu lia diversos livros que podiam me ajudar nisso. Sabia que teria algumas provas na próxima semana, e saber que logo mais ela chegaria só me deixava mais ansioso e nervoso.
- Jisung! - Hyunjin grita do andar de baixo. Deixo aqueles livros pesados por um instante, enquanto eu buscava meus sapatos, Hwang completou a frase: - Seungmin já está aqui.
Tentei ir mais rápido diante da situação que se desenvolvia e na metade do caminho, acabei tropeçando e caindo no chão.
- Você tá bem? - Kim perguntou empurrando a porta com certa força, ainda bem que eu estava distante dela. Olhei para ele e nada disse. - Hyunjin, o seu amigo caiu igual fruta madura. Vem cá, homem.
- Cheguei. - ele disse entrando de supetão em meu quarto. A cena era linda de se ver e provavelmente tempos depois eu iria rir, porém, agora, eu só queria sorte mesmo. Aos poucos fui levantando e os meninos me ajudaram a terminar o ato. - Você tá bem?
- Agora tô, né. - respondi me sentando na beirada da cama. Eles me olhavam com atenção, pareciam ver se eu havia ou não quebrado algo. - Oi, Min, você está bem?
Desde que conheci Seungmin que ele vem se mostrando um bom amigo. Sua companhia é agradável, estando consigo eu me sinto bem.
- Não me assusta assim mais não, okay? - ele pede analisando meu rosto. Toca no mesmo e sua feição entregava uma certa dúvida. - Hyunjin, você poderia ir pegar o kit de primeiros socorros que sua mãe guarda no quarto dela? Sung machucou o lábio na queda.
Ele disse tudo usando um tom sério. Hyunjin saiu de onde estava - que era sentado no chão - e foi até o local pedido por Kim.
- Mas eu não sinto dor nenhuma. - comento consigo. Seungmin sorriu de modo doce e encostou com certa força no meu lábio inferior, automaticamente murmuro algo como um ai e ele tira o seu polegar dali. - É, agora sim.
- Você só estava entorpecido mesmo, logo mais a dor vem.
Nesse instante, Hwang chegou com a caixinha e a deixou nas mãos de Seungmin. O mais novo pegou um algodão, buscou um frasco entre os vários que ali estavam, e molhou no algodão. Aproximou lentamente aquilo de minha boca e aos poucos foi dando batidinhas no local que eu cortei.
Ardia pra caramba e eu soltava alguns resmungos diante da situação. Hyunjin ria baixinho por conta da cena e levo meus dedos até meu travesseiro e jogo em si, acertando seu peito.
- Min, você tá vendo ele me agredir?
Seungmin parou o que estava fazendo e disse que depois iria melhorar. Mesmo que ele cursasse psicologia, daria certo para ser enfermeiro.
- Anjo, não reclame. Se fosse você na situação do Jisung e alguém risse, você gostaria? Provavelmente não, então antes de fazer algo, pense "e se fosse comigo, eu iria gostar?" isso vai evitar problemas futuros. - levantou-se e foi até Hyunjin. O rapaz se mantinha escorado na porta do quarto e abraçou Kim por trás, passou os braços pela cintura do menino e apoiou a cabeça no vão do pescoço de Seungmin.
- Fico feliz em saber que conseguiu vir nos visitar, Seung. - falei tempos depois. - Sei o quanto a faculdade nos consome e lhe venero por estar sorridente. E ainda mais sabendo quais são as razões de seu sorriso.
Quando apresentei Hyunjin a Seungmin, eles começaram uma ótima amizade. Amizade esta que já se desenvolveu e agora é um namoro de quase um ano.
O amor é lindo. Pena que não é para todos e não é pra mim.
- Você sabe que poderia ter o mesmo, é só falar com...
Antes que Seungmin terminasse a frase, o interrompo:
- Não, sem essa. - finalizei o assunto. Caminho até o espelho que existia em meu quarto e ajeito meu cabelo. Até que o azul ficou bem em mim.
- Sung, o que é essa caixinha?
Escuto Seungmin indagar. Vejo seu reflexo pelo espelho segurar uma pequena caixa retangular de cores mais escuras, sinto meu coração errar algumas batidas e me viro para si.
- É uma caixa com as cartas de Lee Minho. - digo a si. - São muitas, mas nunca mais recebi nenhuma vindo dele. Acabamos discutindo em forma de carta e agora, bom, agora nem eu, nem ele nos falamos.
- Você brigou com o menino que você gosta por carta? Essa nova.
- Seungmin, não seja insensível. - seu namorado pede com um tom de voz mais suave.
- Eu só fiquei impressionado, nada de mais. E vocês não se mandam mais mensagens? Ou até isso parou?
- As coisas deram errado e cada um ficou no seu canto. - respondo segurando a caixa em mãos. Analiso as várias folhas que tinham a marca de Minho, reprimo a vontade de chorar e seguro em mão a última carta de Lee.
"Então será assim? Está bem, mesmo que estejamos nessa a quase um ano, você ainda parece o mesmo.
Jisung, eu era um cara sem tantas coisas e desejei lhe dar todas as coisas. Sejam elas as estrelas, a lua ou até mesmo o que um dia foi o meu coração.
Espero que se cuide porque eu vou seguir em frente.
Talvez eu e você sejamos parágrafos e não capítulos em desenvolvimento."
- Você tem medo. - Seungmin disse chamando minha atenção. Deixo de lado a folha que eu segurava e olho confuso para si. - Medo de tentar. De se arriscar, mas se você não arrisca como vai saber se vai dar certo? Acha que eu namoraria o Hyunjin se não tentasse? A vida é feita de tentativas, Jisung, e quem não tenta, não sabe o resultado que pode ou poderia ter.
- Eu não sei...
- Nesse tempo que convivemos eu já sei muito sobre você, e sei que fugir dos seus sentimentos não é uma escolha viável. Você pode fugir, mas uma hora ou outra você terá de enfrentá-los. E, vamos ser sinceros, um ano não é tempo suficiente para que você seja sincero consigo mesmo? Hyunjin e eu vamos fazer pipoca, o filme começa daqui a alguns minutos.
E dizendo isso ele saiu acompanhado de Hwang. Fiquei remexendo na caixinha por um longo tempo, até o momento que recebo uma ligação. A tela mostrava o nome de Felix e sorrio ao saber que era ele.
Mês que vem seria o nosso aniversário e seria a segunda vez que o comemoravamos um longe do outro.
- Oi, Lix, senti sua falta. - murmurei quando atendi a ligação. - Por que não ligou esses dias?
- Ah, a faculdade anda me consumindo num nível alarmante. - respondeu. - Tá foda aqui.
- Imagino. E ao que devo o prazer de sua ligação?
A linha ficou muda por alguns instantes. Logo mais escuto algumas vozes no fundo da ligação, era como se ocorresse uma discussão ou algo assim.
- Felix teve de sair por alguns minutos, logo mais ele volta. - a voz de minha mãe soa do outro lado da linha e eu estranho.
- Mãe? O que tá acontecendo?
Novamente o silêncio se faz presente e espero que ela diga algo. Demora mais tempo do que o silêncio de Felix, espero pacientemente que ela fale algo ou que eu tenha alguma resposta.
Eu não entendia nada. Não entendia o porquê dela estar com o telefone de meu amigo ou o porquê de Felix ter cedido seu aparelho eletrônico a ela.
Nada fazia sentido naquele momento.
- Tanto eu quanto Felix estamos no hospital. - um suspiro veio após a frase. - O Minho, ele... bom, ele sofreu um acidente e agora está no hospital.
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Your Kisses Addicted Me.
FanfictionEle lhe era como um vício, o pior deles, talvez. O instigava cada vez mais, eram doses maiores que o necessário e prendia seu coração a si. Era como um belo emaranhado de sensações e sentimentos. A causa de batidas erradas, de sorrisos involuntários...