Você escapou-me...

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Você escapou-me

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Você escapou-me...
Escapou-me como a água dos rios escapam dos dedos. Passou sem perceber pela esquina da minha vida e da janela onde eu estava, já não podia ver-te, sim, porque de mim já escapavas. Tu escapaste das tormentas dos beijos de amor. Escapou como ave que deixa a gaiola, das prisões das noites mal dormidas. Mal bebemos nosso cálice e tu já havias me escapado.
Você escapou-me...
Tentei pegar-te como fazem as mãos firmes, que por necessidade qualquer, agarram e não largam. Sempre doces sãos os seus amores e jamais se amargam. Tal qual a chuva escorre pelos boeiros, tal qual fogem as palavras da mente, com a rapidez com que bate o coração, tu escapou-me, amado meu, infelizmente.
Fui descuidada. Esperei-te a contemplar a natureza e por muito bela que fosse, escapou-me que tu passavas por mim. Deitada ao relento era eu... Os sonhos que vagavam, eram eu. As brechas das portas, os suspiros que rompem o silêncio. De nada polpou-me a vida, de nada a vida polpou-me. Porque tu, meu amado, porque tu escapou-me.

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