Sobre escrever...

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Eu fantasiei minhas obras e dei vida a gentes que jamais tiveram a intenção de existir

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Eu fantasiei minhas obras e dei vida a gentes que jamais tiveram a intenção de existir. Eu discursei poemas e falei de coisas belas, sem nem ao menos conhecê-las. Guei-me pelas mãos e luzes de cegos, que nada viam, que nada sabiam. Contemplei, então, com meus próprios olhos, experiências desgraçadas, de algumas vidas destroçadas, de pessoas inocentes.
Porque o ardor foi grande, enquanto queimava. Nos caminhos eu ouvi os pássaros cantando, mas os espinhos me bicavam, me atropelavam, me derrubavam. E foi assim então, que percebi, de uma vez por todas!, que meus poemas nada tinham que ver com a realidade e que o compromisso com a verdade nasce com você ou simplesmente não.
Quisera eu falar e escrever formalmente, tornar-me gente importante, exposição. Mas nada disso possuo em qualidade e tudo me foi negado. Porque eu sou isto e meus poemas mais que isto: são confusão.

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