"Vou te proteger."

823 62 12
                                    

"Estamos indo."

"Já?" falou Thiago assim que todos se despediram.

"Tá tarde, amanhã tem aula." falou Geovanna sorrindo pra nós "Se precisar sempre estarei aqui, eu te amo."

"Também te amo, amiga."

Eles foram embora logo após despedirem de mim, eles me ajudaram a esquecer por algumas horas.

"Acho que vou dormir, estou cansado." falou Thiago.

"Pode ir, Thi. Tô bem."

"Certeza?" assenti, ele veio, me deu um beijo na testa, logo em seguida, fez um toque com Léo e depois subiu para o quarto.

"E você, vai dormir agora?"

"Você que sabe."

"Anda, decide Maria Júlia."

"Tanto faz, Léo."

"Vamos dormir então." eu ri pra ele que me pegou no colo e saiu me levando para o quarto.

"Você é idiota, me põe no chão."

"Não." ele começou a girar no corredor até entrar no quarto e me jogar na cama.

"Otário."

"Linda." falou me olhando mas logo tirou seu olhar.

"Vou trocar de roupa." ele assentiu e assim fui pro closet colocando uma roupa confortável e me deitando na cama junto a ele.

"Deita aqui." falou me puxando pro seu peito. Me aconcheguei ao seu corpo e ele desligou o abajur colocando a mão em meu cabelo enquanto mexia no mesmo "Faço tudo de novo se quiser voltar."

"Essas idas e vindas, espero o dia que cê vai ficar." completei o refrão, ele começou a cantar a música que cantamos com o pessoal enquanto eu fechava meus olhos escutando.

"Eu tô esperando cê voltar, vivendo a vida sem um amanhã, mas amanhã, te quero." ele respirou fundo assim que cantou essa parte "Deixa ela viver a vida dela sei que algum dia vamo se encontrar, também vou viver minha vida, quem sabe te encontro nas idas e vindas."

"Também vou viver minha vida, quem sabe te encontro nas idas e vindas." repeti completando e dessa vez foi eu quem respirei fundo.

"Já tinha um tempo bom que não te escutava cantar."

"Ah, eu parei de postar vídeos e nós não estávamos conversando."

"Por que parou?"

"Falta de tempo."

"É sua paixão."

"Eu sei." suspirei enquanto me aconchegava ainda mais em seus braços.

Começamos a atualizar nossas vidas até o sono bater e eu acabar apagando.

Ele me encontrou, ele me achou e me estuprou de novo.

Mais uma vez, sendo um objeto, sendo um nada. Eu fui usada.

Ele vai me matar, ele está me enforcando enquanto ri, ele acha engraçado.

Ele vai me matar, pare de me matar, pare de me bater, PARA!

Eu não tenho mais forças, eu vou morrer, eu vou parar de respirar em segundos, em segundos.

Até que ele para de me enforcar, eu acho que vou viver, acho que alguém veio me salvar. Mas ele volta a me estuprar, enquanto distribui chutes e tapas por todo meu corpo.

Caio, não aguento mais ficar em pé. Eu estou cansada, eu estou machucada, meu corpo sangra, estou cheia de roxos e ele não se cansa.

Ele não se cansa de me machucar, não cansa de me estuprar, eu quero morrer, acaba logo com isso, acaba.

"PARA." gritei enquanto chorava, chorava desesperadamente, eu soluçava sem parar.

"O que foi, Maria Júlia? Você tá se debatendo na cama."

"Ele vai me matar, eu não aguento mais, PARA, PARA." continuei gritando enquanto a cena se repetia em minha mente.

"FICA CALMA MAJU, EU TÔ AQUI."

"Ele vai me matar, ele vai me matar." sussurrei enquanto chorava.

"Ele não vai te matar, eu tô aqui." ele me abraçava enquanto tentava me acalmar "Eu tô aqui com você, calma, não vai te acontecer nada, eu não vou deixar, eu prometo. Fica calma, fica calma."

"Me desculpa." falei o abraçando enquanto chorava "É tão verdadeiro o sonho, parece ser realidade."

"Mas não é, vou te proteger, eu prometo. Nada de mal vai te acontecer." relaxei meu corpo enquanto ele me abraçava forte.

O Acaso - Leozin MCOnde histórias criam vida. Descubra agora