23º Capítulo: A Gata e o Rato.

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POV Cait

Tudo não passou de um susto, tudo não passou de um susto, era isso que tentava fazer entrar na minha cabeça enquanto via tirarem o Sam do apartamento direto para a ambulância. Ainda sentia as lágrimas molhando o meu rosto, minhas mãos sujas com o sangue dele, meu Deus! Fiquei desesperada e me levantei rapidamente, corri para onde estavam o levando, ele não podia ficar sozinho. Tentava correr, mas minhas pernas não me obedeciam, o pânico que tinha tomado conta de mim minutos antes, parecia ainda estar ali.

Quando saí do prédio, vi que alguns carros da polícia estavam parados ali junto com várias pessoas curiosas para saberem o que estava acontecendo. De relance vi os cabelos loiros de Mackenzie entrando em uma das viaturas, mas ela não me interessava mais, lidaria com isso depois, só queria saber para onde estavam levando o Sam. Na porta da ambulância avistei um rosto conhecido que me trouxe um alívio:

- César!! – gritei seu nome enquanto corria para abraça-lo, nunca fomos amigos muito íntimos, mas um abraço era o que eu precisava aquela hora e ele não hesitou em me confortar.

- Eu sabia que tinha alguma coisa errada com aquela moça! Voltei pra agência e fui conferir algumas das coisas que estávamos investigando e sem pensar liguei pra polícia, pelo jeito não fui rápido o bastante.

- Não, você foi perfeito, se a polícia não tivesse entrado aquela hora eu nem sei o que...o Sam... – minhas palavras não faziam sentido entre as lágrimas, não conseguia imaginar o que aquela louca poderia ter feito com o Sam.

- Shiuuu.. – ele tentava me acalmar enquanto me abraçava forte. – Vai ficar tudo bem, estava conversando com os médicos e o tiro não pegou nenhuma veia importante, provavelmente só vai ter que ficar um tempo de molho. E tenho certeza que você será a pessoa perfeita para aguentar o mal humor dele sem trabalhar por algumas semanas!

Não consegui conter a risada, sim, Sam era uma pessoa que não tinha nascido para ficar quieto, sem fazer nada em casa, ele tinha que estar trabalhando ou praticando algum esporte. Como pude me apaixonar por uma pessoa tão oposta a mim?

- Vamos para o hospital? Tenho certeza que ele vai querer te ver depois de acordar, precisaram dar uns remédios pra ele se acalmar, ele só conseguia falar seu nome quando entrou na ambulância! – e piscando, me puxou para onde estava seu carro.

Claro que antes de conseguirmos sair da cena do "crime", a polícia nos intimou a depor contra os três, Donal, Tony e Mackenzie. Iriam mais tarde para o hospital pegar o depoimento do Sam e falei que seríamos totalmente colaborativos. Não gostava de pensar na ideia de ter que olhar para aquelas três pessoas novamente, mas eles teriam que pagar pelo que fizeram e para isso ajudaria com o que precisasse.

Chegamos no hospital e corri para saber onde Sam estava, claro que eles iriam dificultar nosso encontro, eu não era da família e não queriam me deixar vê-lo, pelo menos não enquanto o médico não liberasse. Tentei ser paciente e esperar, mas paciência nunca foi o meu forte e acabei convencendo o César a usar seu jeito francês conquistador para convencer a enfermeira de falar o número do quarto em que Sam estava. Claro que funcionou e eu apenas sorri triunfante a caminho do corredor que levava para os quartos.

Quando finalmente cheguei ao meu destino, respirei fundo antes de entrar, eu estava um caos, meu cabelo bagunçado, maquiagem borrada depois de tanto choro, minha roupa ainda suja do sangue do Sam, mas mesmo assim quando ele me viu entrando no quarto, abriu um sorriso como se eu fosse a mulher mais linda do mundo:

- Minha morena, como é bom ver você! – ele falou com a voz rouca.

Eu sorri ao mesmo tempo que sentia uma lágrima escorrer pelo meu rosto, meu Deus, eu ainda tinha lágrimas pra chorar? Por que isso não conseguia parar? Mas agora sabia que as lágrimas eram de felicidade, tudo estava bem, Sam estava ali comigo e nada, nem ninguém iria nos separar:

A Gata e o RatoOnde histórias criam vida. Descubra agora