O Viúvo Da Minha Tia. [ DISPONÍVEL NA HINOVEL]

013

MELISSA

Aprendi da pior forma que existe um prazo de validade para cada ser desse planeta, e não faço ideia sobre qual dia do vencimento será o meu, então é melhor aproveitar.

Todos falam que sou uma boa garota, mas perdi pessoas demais para acatar todas as exigências que esse título exige. Não posso ser. Não me cabe. Não quero. 

Meninas boas não fariam o que ando fazendo, mas se alguém descobrir, dirá que é a forma que encontrei de aliviar a dor e o medo. Pobre garota. Traumatizada e indefesa. Só que não, busco pelo meu próprio prazer, porque posso e gosto. Eu não me arrependo do que fiz, principalmente não me arrependo do que estou prestes a fazer. Tocar Lorenzo me fez sentir a viva, é como ir ao céu com cada suspiro que ele me oferece.

O homem que me criou, o jovem viúvo da minha tia é também o homem dos meus sonhos. Lorenzo é meu único parente, embora não compartilhemos dna, ele é responsável legalmente por mim. Eu sempre o amei e posso afirmar que o amarei para o resto da minha vida sem pensar duas vezes, cogitar a ideia de que sofro algum tipo de dano psicológico e por isso ando agindo como uma "garota má", como ele mesmo disse, é um completo absurdo. Ok, nós passamos por momentos tortuosos nos últimos meses, fala sério, a nossa vida inteira foi difícil. No entanto, preciso fazê-lo entender que não sou uma garota traumatizado com algum tipo de fetiche.

— Minha pele ficará marcada. — comento, segurando seu olhar quando a segunda palmada queima contra meu bumbum. Uma olhada rápido para o chão e vejo pedaços do tecido transparente do que era minha calcinha. Ele mostra os dentes em um sorriso maldoso.Ah.

Santa virgem das boas garotas. Cutuquei o monstro errado.

— Mas essa é a parte boa, princesa. Sua bunda vermelha e dolorida. — tio Enzo agarra meu queixo, me impedindo de mover a cabeça e morde minha bochecha, passando a língua logo em seguida para acalmar a região. Minhas unhas rasgam a pele do seu ombro. — Assim, sempre que você sentar, lembrará o tipo de homem que eu sou.

Torço o nariz em desgosto, não aprovando seu tom.

— Você é o melhor homem que conheço. Meu homem. — falo, sem rodeios. Ele rosna e aperta minha garganta, seus olhos que sempre me fazem sentir segura, estão estreitos e malignos.

— Tio Enz... não consigo respirar. — agarro sua mão e tento, incansavelmente, afastá-la da minha tranqueia. Por um segundo, eu me torno invisível bem na sua frente e fico em pânico.— Enzo, por... f-favor. 

— Oh, porra. Me desculpa,princesa. Eu sinto muito. — ele pisca e larga meu pescoço, passando as mãos pelo cabelo e me olhando como se uma segunda cabeça tivesse nascido nos últimos segundos.

— O que aconteceu ? — pergunto enquanto tusso. Ele me olha com pena e culpa. Reviro os olhos. — Obviamente não era você, então para onde sua mente foi?