– RUGGERO PASQUARELLI.
Ela não ouviu o telefone tocar, apenas a voz de Ruggero quando ele o atendeu.
– Malena Ratner está de plantão neste final de semana. Não, eu a vi, ela estava no hospital mais cedo. – Ela sentiu os lençóis se movendo, Ruggero levantando da cama, ouviu o som do chuveiro ligado antes que a conversa estivesse terminada, e dois minutos depois, Ruggero, ainda molhado do banho, estava ao lado dela, vestindo os jeans.
– Eu preciso ir ao hospital.
– Algum problema?
– Talvez; Malena não está atendendo às chamadas. – Ele a beijou e aquilo a confortou; mas de forma quase sincronizada, no momento em que ele saiu, as horas de sono dela terminaram, porque Sol acordou. Karol desceu as escadas e preparou uma mamadeira para a menina, e então a colocou na cama para alimentá-la. Foi a mamada noturna mais fácil da vida de Sol; a mamadeira estava vazia em poucos minutos, e ela adormeceu novamente. Sol merecia um abraço por ser uma menina tão boa, pensou Karol, e arrumou os travesseiros, aconchegando-se à filha e determinadamente ignorando a voz de sua mãe em sua cabeça, que lhe dizia que ela não deveria deitar-se na cama com o bebê.
E foi aquela cena que Ruggero encontrou quando voltou para casa. Depois de lidar com o problema no trabalho, ele passara no posto de gasolina, comprara suprimentos e estava pronto para cair na cama de novo. Durante o caminho de volta, tudo havia parecido lógico, e ele se sentira tão seguro. Ele havia ido até a casa de Malena. Certo de que ela estava em casa, ele havia esmurrado a porta, e sentira uma pontada de medo, o mesmo medo que sentira quando chegara à casa e encontrara Valu. A casa silenciosa, e uma sensação horrível de que algo estava errado.
– Malena! – ele gritara. – Eu vou chamar a polícia se você não abrir a porta.
– Desculpe! – A porta se abriu, e ele viu que os olhos dela estavam inchados de tanto chorar. – Eu não posso ir trabalhar.
– O que aconteceu? – ele perguntou, espantado.
– Você pode cobrir por mim hoje?
– Claro.
– Você pode ligar para a recepção do hospital e pedir a eles que avisem a você, se houver algum problema?
– Vou fazer isso agora – Ruggero disse, impedindo que ela fechasse a porta, quando ela tentou dispensá-lo. – Malena, o que está havendo?
– Infecção intestinal.
– Não me venha com essa! – ele exclamou.
– Por favor, Ruggero.
Não era da conta dele. Desde que ela estivesse bem, era o que importava, mas o coração dele ainda estava acelerado quando ele entrou em casa, o gosto metálico do medo permanecia em sua boca, e ele tomou um copo de água e mais outro antes de subir as escadas.
E então ele viu as duas na cama, enroscadas como duas gatinhas, dormindo tão tranquilamente, tão perfeitas e inocentes. Mas ele havia se reconectado com o passado naquela noite, havia sentido o gosto do medo novamente ao bater à porta de Malena; e talvez aquele, Ruggero decidiu, tivesse sido o sinal que ele pedira a Valu.
Talvez aquilo tivesse sido um aviso.
Karol se mexeu, acordou, e viu Ruggero sentado na beirada da cama.
– Como estão as coisas?
– Movimentadas. Eu tive que resolver algumas pendências, já que eles não conseguiram encontrar Malena.
– Isso não é típico dela – Karol comentou, franzindo a testa. – Você acha que ela está bem?
– Ela está bem – disse Ruggero. – Bem, não exatamente. Eu passei pelo apartamento dela no caminho de volta. Ela disse que está com infecção intestinal, mas eu acho que... – Ele não terminou. A vida pessoal de Malena só dizia respeito a ela, e não devia ser comentada. – Não importa.
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Juntando Peças do Amor... (Ruggarol)
RomanceKarol é uma jovem enfermeira, está grávida e solitária sem contar com o apoio familiar e muito menos com o pai de seu bebê, um homem mas velho que a iludiu com promessas que jamais cumpriria. Já Ruggero é médico e está sem rumo desde que uma tragédi...