Capítulo 14 - Capítulo 12

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– RUGGERO PASQUARELLI.

Ela não ouviu o telefone tocar, apenas a voz de Ruggero quando ele o atendeu.

– Malena Ratner está de plantão neste final de semana. Não, eu a vi, ela estava no hospital mais cedo. – Ela sentiu os lençóis se movendo, Ruggero levantando da cama, ouviu o som do chuveiro ligado antes que a conversa estivesse terminada, e dois minutos depois, Ruggero, ainda molhado do banho, estava ao lado dela, vestindo os jeans.

– Eu preciso ir ao hospital.

– Algum problema?

– Talvez; Malena não está atendendo às chamadas. – Ele a beijou e aquilo a confortou; mas de forma quase sincronizada, no momento em que ele saiu, as horas de sono dela terminaram, porque Sol acordou. Karol desceu as escadas e preparou uma mamadeira para a menina, e então a colocou na cama para alimentá-la. Foi a mamada noturna mais fácil da vida de Sol; a mamadeira estava vazia em poucos minutos, e ela adormeceu novamente. Sol merecia um abraço por ser uma menina tão boa, pensou Karol, e arrumou os travesseiros, aconchegando-se à filha e determinadamente ignorando a voz de sua mãe em sua cabeça, que lhe dizia que ela não deveria deitar-se na cama com o bebê.

E foi aquela cena que Ruggero encontrou quando voltou para casa. Depois de lidar com o problema no trabalho, ele passara no posto de gasolina, comprara suprimentos e estava pronto para cair na cama de novo. Durante o caminho de volta, tudo havia parecido lógico, e ele se sentira tão seguro. Ele havia ido até a casa de Malena. Certo de que ela estava em casa, ele havia esmurrado a porta, e sentira uma pontada de medo, o mesmo medo que sentira quando chegara à casa e encontrara Valu. A casa silenciosa, e uma sensação horrível de que algo estava errado.

– Malena! – ele gritara. – Eu vou chamar a polícia se você não abrir a porta.

– Desculpe! – A porta se abriu, e ele viu que os olhos dela estavam inchados de tanto chorar. – Eu não posso ir trabalhar.

– O que aconteceu? – ele perguntou, espantado.

– Você pode cobrir por mim hoje?

– Claro.

– Você pode ligar para a recepção do hospital e pedir a eles que avisem a você, se houver algum problema?

– Vou fazer isso agora – Ruggero disse, impedindo que ela fechasse a porta, quando ela tentou dispensá-lo. – Malena, o que está havendo?

– Infecção intestinal.

– Não me venha com essa! – ele exclamou.

– Por favor, Ruggero.

Não era da conta dele. Desde que ela estivesse bem, era o que importava, mas o coração dele ainda estava acelerado quando ele entrou em casa, o gosto metálico do medo permanecia em sua boca, e ele tomou um copo de água e mais outro antes de subir as escadas.

E então ele viu as duas na cama, enroscadas como duas gatinhas, dormindo tão tranquilamente, tão perfeitas e inocentes. Mas ele havia se reconectado com o passado naquela noite, havia sentido o gosto do medo novamente ao bater à porta de Malena; e talvez aquele, Ruggero decidiu, tivesse sido o sinal que ele pedira a Valu.

Talvez aquilo tivesse sido um aviso.

Karol se mexeu, acordou, e viu Ruggero sentado na beirada da cama.

– Como estão as coisas?

– Movimentadas. Eu tive que resolver algumas pendências, já que eles não conseguiram encontrar Malena.

– Isso não é típico dela – Karol comentou, franzindo a testa. – Você acha que ela está bem?

– Ela está bem – disse Ruggero. – Bem, não exatamente. Eu passei pelo apartamento dela no caminho de volta. Ela disse que está com infecção intestinal, mas eu acho que... – Ele não terminou. A vida pessoal de Malena só dizia respeito a ela, e não devia ser comentada. – Não importa.

Juntando Peças do Amor... (Ruggarol)Onde histórias criam vida. Descubra agora