Capítulo 12 - Capítulo 10

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ELE PROVAVELMENTE deveria ter ido visitá-la.

Tentado consertar as coisas.

Voltado ao ponto “apenas amigos”.

Mas era tarde demais para isso, agora.

O outono estava chegando. Todas as noites, o vento arrancava mais algumas pétalas dos girassóis. Chegando à casa do trabalho, quase uma semana depois, e cansado das lembranças constantes, Ruggero arrancou as flores do vaso e jogou-as no lixo reservado para material orgânico. Centenas de sementes se espalharam pelo jardim quando ele fez isso, e Ruggero rangeu os dentes. Que jeito ótimo de esquecer! Se ele não apanhasse as sementes, ele precisaria de uma foice no ano seguinte, só para chegar à porta da frente!

Ela estava em toda parte.

Em sua cabeça, em seus sonhos, e enquanto ele entrava em casa e subia as escadas para trocar de roupa, seus olhos se dirigiram para a praia, para onde ele havia visto Karol pela primeira vez, e não para a fotografia de Valu na mesinha de cabeceira.

“O que eu devo fazer?” Ele apanhou o porta-retratos de prata e olhou para os olhos claros de sua esposa, e desejou ter apenas mais dois minutos com ela.

Dois minutos dos conselhos lógicos e práticos dela, o que era uma coisa idiota de se desejar; como se ele pudesse perguntar a Valu como agir com Karol!

Ele queria que ela lhe mandasse um sinal, um pequeno sinal, mas nem sequer sabia o que estava pedindo. E então ele olhou para a fotografia inteira, e não apenas para o rosto de Valu. Ruggero correu o dedo sobre a barriga dela, onde o bebê deles vivera; tocou-a através do vidro, tocou o que nunca, nunca pudera segurar nem por uma única vez. Mas não havia tempo para lamentações. Ele tivera visitas naquela noite, o que já havia sido difícil, e depois ele fora chamado ao hospital para lidar com uma emergência às dez horas da noite. Ele pôde ouvir a música muito alta que tocava na casa dos vizinhos de Karol quando passou pela unidade dela, e, apesar de suas melhores intenções, aquilo foi difícil de ignorar. Contudo, ele continuou a dirigir com determinação, esperando que a festa acabasse logo, ou que ela tivesse levado Sol para a casa dos pais. Certamente, uma festa na casa ao lado era a última coisa de que uma mãe recente precisava, poucos dias depois de trazer o bebê para casa.

Mesmo assim, não era problema dele agora.

– Eu sinto muito! – Malena olhou para ele em meio ao setor de ressuscitação lotado, enquanto Ruggero abria caminho. – Eu acabei de lhe enviar uma mensagem dizendo que não estamos mais precisando de você.

– Você tem certeza? – Ruggero perguntou, porque o lugar estava movimentadíssimo.

– Nós recebemos um aviso de dois traumas múltiplos – Malena explicou – além dessa montanha de pacientes, e eu pensei que podíamos chamar alguma ajuda extra, embora você não esteja de prontidão.

– Onde estão as vítimas de trauma?

– Uma morreu a caminho, e a outra não está seriamente ferida. Eu vou ligar para os pais; quem quer ter filhos adolescentes? Talvez eu devesse ter esperado antes de chamar você.

– É sempre melhor não esperar para ver. – Ruggero realmente não se importava de ser chamado; aquilo era parte de seu trabalho. – Eu vou te ajudar, agora que estou aqui.

– Não, não vai – Malena retrucou, examinando alguns raios-X no computador. – Vá dormir um pouco; esta é apenas uma noite normal de sexta-feira.

– Eu realmente não me importo – ele insistiu.

– Mas eu me importo – Malena disse. – Você vai me substituir amanhã, lembra?

Juntando Peças do Amor... (Ruggarol)Onde histórias criam vida. Descubra agora