Capítulo 16 - Day 15- Hate every detail of it

387 25 0
                                    

*15 de Junho de 2016*


Ruggero Pasquarelli’s Point Of View

Acordei um pouco mais tarde que o dia anterior, por pura preguiça mesmo, depois de fazer minha higiene pessoal e me trocar fui em direção ao quarto da Karol para acordá-la mas como ouvi o barulho do chuveiro fui direto para cozinha.

- Bom dia flor do dia. – Disse vendo a pequena figura da Karol entrar na cozinha mais animada que ontem.

- Bom dia. O que tem pra comer? – Apontei pra mesa, e imediatamente ela sontou se servindo de bolo e um pedaço de sanduíche. – Vai ficar me olhando ou vai comer. – Ri e balancei a cabeça afastando os meus pensamentos.

- Não tenho ideia do que fazer hoje. – Disse tomando meu suco.

- Eu to com vontade de tomar sorvete, por algum motivo desconhecido, mas to.

- Fechado então, vou te levar em uma das melhores sorveterias dessa cidade. Gelateria della Palma.

- Se for ruim você ta perdido.

- Relaxa, é muito boa.

Ficamos jogando vídeo-game até a hora do almoço, descobri que jogar com a Karol é a melhor coisa, ela não sabe jogar, e sempre que erra fica brava com o controle e com ela mesma. Quando ficamos com fome fomos para um restaurante próximo a Gelateria, assim quando terminamos de comer fomos direto tomar o melhor sorvete da vida.

- É ele Rugge. – Karol disse com seu olhar assustado que eu infelizmente conhecia muito bem.

- Ele que... – Ia perguntar mas Lionel me interrompeu.

- Oi princesa. Sentiu minha falta? – Disse baixo na intenção de só ela escutar. Passei meu braço pelo seu pescoço e a trouxe para perto, pagando nossos sorvetes e indo em direção a saída o mais rápido possível. – Eu não vou desistir.

Entramos no carro e eu o tranquei em seguida, via o Lionel na porta com seu sorriso cínico de sempre, Karol também viu e se encolheu no banco em seguida, a abracei, sempre odiei abraços mas com ela já não sentia isso, eu precisava fazer aquilo, eu precisava provar pra ela o quanto estava segura comigo, eu precisava protege-la.

- Ta melhor? – Perguntei um pouco receoso.

- Sim, a gente pode ir pra casa? – Assenti com a cabeça. – Por que Ruggero? Por que essa perseguição comigo?

- Um ano atrás, o Lionel tava ficando com uma garota. Eles tavam bem sérios, quase namorando, e nessa época a gente bem era bem próximos. Um dia, em uma festa eu fiquei com ela, mas eu juro que não sabia do caso deles, se eu soubesse jamais teria feito isso, ele era meu amigo eu não o trairia. Depois disso a gente ficou outras vezes, e em um dia qualquer ela chegou no prédio que eu morava falando que me amava e que queria ficar sério comigo. Mas eu não era, ou não sou de relacionamentos sérios e eu disse isso pra ela, não deu dez minutos que ela tinha saído o Lionel apareceu me xingando de todos os nomes possíveis e nessa hora ele me deu um soco, um não, alguns, e a menina viu. Eles brigaram fora do prédio e alguns minutos depois o Lionel entrou de novo e naquela hora ele jurou que eu não seria feliz com ninguém, que sempre que eu estivesse com alguém ele faria o possível e o impossível para nos separar. Mas nunca aconteceu, eu nunca fiquei com ninguém do jeito que ele queria. E aí você apareceu, ficamos próximos, e agora ele quer colocar o juramento dele em prática. É por isso que eu te quero por perto, eu quero te proteger

- E-eu não sei o que falar, o que pensar.

- Não pensa em nada, só pensa que ta tudo bem e que chegamos em casa. – Peguei meu celular antes de descer do carro e vi que precisa resolver algumas coisas da máfia. – Karol, vou pro escritório, eu passo aqui pra te pegar pra gente jantar ok? – Ela respondeu um “sim” com um sorriso e saiu em direção ao elevador.

Dirigi depressa até meu escritório e fui para o fundo em direção ao escritório da máfia.

- Ele ta devendo doze mil euros. – Agustín disse assim que passei pela porta.

- Ora, ora. Bom te ver Thiago. Cadê meu dinheiro.

- Eu ainda não tenho, me dá mais uma semana.

- Eu já te dei várias. – Apontei seu peito, Enzo assentiu e enfiou uma faca ali mesmo, não o matando mas causando enorme dor. – Não tenho mais tempo.

- Minha família não vai conseguir esse dinheiro se você me matar.

- Sua dívida agora ta paga. – Apontei de novo, Agustín segurou o cabo da faca que estava no lado esquerdo do seu peito e o arrastou até o meio sem tirar de dentro dele.

- Acho que fomos fofos de mais. – Agustín falou entrando na minha sala fora do escritório da máfia.

- Também acho, ele merecia morrer de uma forma muito pior. Deveríamos ter pego mais pesado, uma faca arrastada é muito pouco.

Karol Sevilla’s Point Of View

Ruggero começou a demorar muito e eu já estava ficando com fome, me pedi um Uber e fui em direção ao seu escritório. Maria deixou eu entrar direto, fiquei sentada em uma de suas poltronas o esperando, ouvi vozes e ouvi o que eu sabia que era inevitável mas ainda assim temia.

- Também acho, ele merecia morrer de uma forma muito pior. Deveríamos ter pego mais pesado, uma faca arrastada é muito pouco. – O olhei assustada, Agustín que estava juntos, se despediu e saiu.

- Você matou alguém? – Minha voz saiu mais falha do que eu queria.

- Por que você ta aqui? Eu ia te buscar.

- Você matou alguém? – Respondi o ignorando.

- Matei, pronto. Matei.

- V-você destruiu uma família Ruggero.

- Karol, você sabe quem eu sou, você sabe que é isso que eu faço.

- Mas pra que matar? Você parece um louco sem coração fazendo isso, e eu sei que você não é.

- EU SOU ASSIM. A MÁFIA É ASSIM. VOCÊ CONHECE CADA DETALHE MEU, VOCÊ NÃO PODE ME CULPAR PELO QUE EU FIZ COM AQUELE CARA. É O MEU TRABALHO, É A PORRA DO MEU JEITO. EU NÃO VOU MUDAR, KAROL. Vou continuar sendo a mesma pessoa fria e calculista que eu era antes de você, eu não preciso me tornar um príncipe com os outros pra ser isso com você.

- EU ACEITEI FICAR COM VOCÊ PORQUE EU ME SENTI SEGURA, PORQUE EU SENTIA QUE PODIA CONFIAR EM VOCÊ. MAS VOCÊ É UM ASSASSINO. QUEM GARANTE QUE EU TO SEGURA COM VOCÊ?

Virei as costas e fui em direção à saída, pude ouvir ele chamar pelo meu nome com a voz levemente falha, choro? Talvez, mas não me importava. Voltei pro apartamento e me tranquei no quarto, não tinha mais onde ficar a não ser alí e me trancar era a única forma de não ter que encará-lo de novo.

Ruggero Pasquarelli’s Point Of View

Voltava para casa dirigindo muito mais devagar do que imaginava, eu não entendia o que tinha acontecido, ela sabia quem eu era, ela sabia que eu já tinha matada outras vezes, por que dessa vez a afetou tanto? Coloquei na minha cabeça que ela se assustou pela forma que nós falávamos do jeito usado para mata-lo. Cheguei em casa, passei pelo seu quarto e girei a maçaneta. Trancada. Esperei uns minutos e fui para o meu, eu sabia que ela não iria abrir. Me tranquei em meu quarto e a única coisa que pensava era em como arrumar toda essa bagunça.

Karol Sevilla’s Point Of View

Ouvi o som da maçaneta mas a ignorei, continuei deitada olhando para o teto.

Eu sabia que ele era assim. E eu o odeio por isso.

Odeio seu jeito seco de ser com todo mundo e com todos seus problemas. Odeio seu “trabalho”. Odeio seu jeito superior com os outros. Odeio o fato dele achar que estava imune a todas as leis. Odeio saber alguns de seus segredos. Odeio imaginar quantos outros ele ainda guardava. Odeio cada detalhe dele. Odeio o medo que sinto de ter que me afastar dele.

E o que mais odeio é essa sensação de achar que estou apaixonada por ele.

 CriminalOnde histórias criam vida. Descubra agora