Capítulo 22 - Day 21- Did you miss my voice?

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*21 de Junho de 2016*


Ruggero Pasquarelli’s Point Of View

Eram oito da manhã quando meu celular despertou, meu despertador natural chamado Agustín.

- De novo?

- Olá amigo, achamos o Ernesto, posso matar ou te espero?

- Me espera, quero brincar com ele um pouco.

- Quem era? – Pulei ao ouvir a voz de Karol ao meu lado.

- Agustín, tenho que ir pro escritório.

- Posso ir junto?

- Não tenho certeza de que você vai querer ver o que vamos fazer. – Disse coçando minha nuca.

- Pra tudo tem uma primeira vez, não?

- A decisão é sua. Tem certeza que quer ir? – Ela assentiu com a cabeça. – Então vamos.

* * *

- Ele ta lá na sala e não abre a boca de jeito nenhum.

- Olha só, nos encontramos de novo. Vai simplificar as coisas e falar logo, ou vai ficar enrolando, eu tenho o dia todo.

- Eu não vou falar nada sobre o Piero, vocês não são bons o suficiente pra descobrir?

- Acho que você não faz as unhas né. – Ele fez que não com a cabeça totalmente confuso com minha pergunta. – Então, sem problemas você perde-las. – Agustín entendeu e começou a tirar unha por unha enquanto Ernesto gritava tentando segurar as lágrimas. – Vai continuar sendo cachorrinho dele? Unha cresce um pé talvez não. – Disse me aproximando, ficando cara a cara com ele.

- EU NÃO VOU FALAR. – Disse e cuspiu em meu rosto, peguei minha arma atirando 3 vezes em seu pé direito, seus gritos ecoavam pela sala e seu sangue escorria em direção aos meus sapatos. – VOCÊ É UM MONSTRO, DEVE SER PIOR QUE O DIABO.

- Fico muito agradecido pelo seu elogio, mas cansei de ficar brincando. – Disse arrancando seus dois dentes da frente. – É a última vez que pergunto, o que você sabe sobre os planos do Piero? – Disse arrancando mais três dentes.

- E-ele achou umas provas da morte do Henrique e mandou pro pai dela. – Disse com a voz falha e apontando pra Karol.

- Sabe, eu podia te deixar ir, mas você matou o cachorro do Agustín, cara não se mata cachorrinhos. – Disse e virei para Karol. – Quer fazer as honras?

- É-é e-eu? T-ta. – Pegou a arma da minha mão e mesmo tremendo um pouco acertou na cabeça do Ernesto.

- Mandou bem. - Disse sorrindo.

* * *

NARRADOR

Ruggero, Karol, Agustín e Andrew decidiram almoçar juntos, Andrew não sabia sobre o assassinato que ocorreu aquele dia mais cedo e nem poderia saber, Ruggero considerava ele uma pessoa muito confiável, mas tinha medo do lado “policial” dele falar mais alto.

- Tava pensando em ligar pro Robert.

- Pra que? – Perguntou Karol.

- Falar sobre o Andrew e dependendo do meu humor sobre o Piero também.

- Eu apoio, só não falar que estou do lado de vocês. – Falou Andrew e Ruggero assentiu com a cabeça.

- Vou colocar no viva voz. – Ruggero disse ligando para Robert, eles estavam em um beco qualquer para caso o número fosse rastreado não levasse até eles.

- Pasquarelli.

Você sentiu falta da minha voz? – Disse com seu perfeito tom de ironia.

- Por que ta me ligando?

- Quero saber porque esse seu amigo, um tal de Andrew ta dando em cima da minha namorada.

- Namorada. – Disse rindo. – Que piada, mas quanto Andrew, eu não mando até no pessoal dele, ele ta passando umas férias aí e eu vi com Karol para ela o apresentar a cidade, se ele se interessou não posso fazer nada.

- Ah claro, tenho certeza que não tem nada a ver com você isso, nós sabemos quem é mais esperto aqui, como você deixa provas sumirem assim? – O moreno riu cínico.

- Você vai pagar caro por isso Pasquarelli, você vai ver, cada minuto que eu perco com você vai ser recompensado com os dias que vou te ver na cadeia.

- Ta, ta, duvido muito mas vou deixar você se iludir mais um pouco.

- Você não perde por esperar.

- Sabe, eu to ficando um pouco sem tempo, me responde só mais uma coisa.

- Fala logo.

- Você ta tão desesperado assim pra aceitar trabalhar com o Piero? Que feio Robert, trabalhar com criminosos só pra descobrir mais coisa sobre mim?

- Como... Como você sabe disso.

- Eu também tenho minhas fontes, e a Roma é a MINHA cidade, você não é ninguém aqui, pode ficar tranquilo, eu não vou contar, ser bonzinho de vez em quando deve fazer bem.

- EU VOU ATRÁS DE VOCÊ ATÉ NO INFERNO.

- Hoje alguém me disse que eu devo ser pior que o diabo, toma cuidado Robert. – Disse irônico. – Ele desligou na minha cara. – Disse fingindo indignação. – Que falta de educação.

- Meu pai é assim até com a filha e a esposa, com você ele até ta sendo educado de mais. – Disse Karol revirando os olhos.

Depois de jogar o celular no lixo, os quatro voltaram para o escritório de Ruggero onde ele e Andrew ficaram conversando sobre negócios enquanto Karol e Agustín jogavam um jogo de tabuleiro que haviam achado na sala de Pasquarelli, Agustín também participava da conversa e das decisões mas para ele o jogo estava bem mais legal. Ficaram lá até a noite, quando Agustín deixou Andrew em seu hotel e cada um seguiu para sua casa.

Karol Sevilla’s Point Of View

Depois do jantar feito por Ruggero que ama cozinhar e faz isso muito bem, ficamos na sala vendo TV e conversando, falei um pouco com Valentina só para matar a saudade e falei um pouco com minha mãe também. Fomos dormir quase uma da manhã, eu já estava deitada e Ruggero estava saindo do banheiro quando comecei a imaginar como seria um encontro dele com meu pai.

- Rugge.

- Sim?

- Se você e meu pai se encontrassem, quem sairia morto?

- Ka, essa pergunta não é meio...

- Pesada? – Eu o interrompi e ele assentiu com a cabeça. – É mas eu tava pensando nisso, então quem sairia morto?

- Não querendo ser chato, nem parecer psicopata, eu iria querer que fosse ele, tipo, não é porque é ele mas porque eu não quero morrer tão cedo.

- Entendo.

- Agora para de pensar nisso e vamos dormir. – Disse deitando ao meu lado. – Boa noite pequena.

- Boa noite Rugge.

Cada dia que passa fico mais preocupada com esse encontro, e o pior é que tenha mais medo do Rugge morrer do que meu próprio pai, tenho medo de algo acontecer com ele e eu não ser a filha que chora loucamente pela morte do pai e que entrega o seu assassino. Eu to dividida entre eles e isso me assusta cada vez mais.

  

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