Aviso de agressão e assédio, quem quiser pula saiba que SPOILER: aaron é babaca, Luke está destruído e Michael entendeu tudo errado
—Aaron, não! -Implorou quando ele o acertou no mesmo lugar, mas dessa vez sua mão esbarrou no piercing e o gosto de ferro invadiu a boca de Luke; a intensidade lhe derrubando no chão.
—Nunca mais invente porra nenhuma sobre mim! 'Tá entendo? Seu viado de merda! -ralhou mais uma vez, subindo em cima do outro.
Dessa vez Luke teve tempo apenas para virar a parte machucada para o chão, evitando que ele o acertasse do mesmo lado de novo; seus olhos fechados esperando o próximo soco.
E a pancada veio. Fazendo sua cabeça quicar no chão. E outra, um gemido escapando dos seus lábios ensanguentados.
—Por fav-or -sussurrou engasgando. Arriscou abrir os olhos e encará-lo, os seus não eram mais azuis, agora estavam dilatados e quase negros de raiva. Viu o punho vindo em sua direção novamente e as lágrimas escorreram. Esse ralou sua maça do rosto e orelha, terminando desajeitado no chão.
A porta da garagem. Ben.
Se sentiu estúpido por ter desejado que o irmão não escutasse nada anteriormente. Porém, nunca imaginou que...
—Que merda Luke! Por que 'cê ficou falando essas viadagens por aí? De mim? Sério, imbecil? Espalhar isso de mim?
No jardim dos Hemmings, Michael arremessava seu skate com os próprios pés para qualquer canteiro. A casa parecia tranquila como sempre, o que lhe deu alguns segundo para recuperar o fôlego. Foi se ajeitando até a porta pronto para bater, mas vozes vindas pelo portão da garagem chamaram sua atenção. Não conseguiu escutar muito além de "imbecil" e tons severos que não eram possíveis de tradução, mas distinguiu a voz de Aaron -e isso era mais que suficiente para lhe tirar do sério.
Procurou alguma abertura no portão que pudesse lhe ajudar a puxá-lo por fora. Nada. Correu para a porta principal e com força a escancarou em sua primeira tentativa. Aberta. Seguiu o mais depressa possível para o acesso interno a garagem.
Seu coração estava disparado e já estava pronto para acabar com Aaron caso ele ferisse Luke.
—Eu sinto muito Aaron. Me perdoa. Por favor, me perdoa.
A voz manhosa de Luke ficava cada vez mais audível. Se apressou mais ainda, e se arrependeu tremendamente por isso.
Talvez não devesse estar preocupado, foi o que pensou tentando rir de si mesmo enquanto olhava os dois garotos no chão. Aaron tinha o rosto de Luke em suas mãos e sussurrava conta sua boca coisas do tipo:
—É isso que você quer?
E então um beijo. Era o primeiro? O segundo? Deus, quantos já tinham sido?
Com a garganta e estômago doendo, como se estivesse se levantando de um nocaute, o lilás saiu sem se quer ser notado ali.
Dois passos para fora da casa e seu corpo involuntariamente se curvou para frente. O vômito saiu ardente, lhe causando lágrimas nos olhos. Ou pelo menos disso que se convenceu.
Cambaleando para fora dali, Michael tentou manter certa dignidade. O que não era fácil com o coração caindo em pedaços.
Na garagem, as lágrimas de outra pessoa também escorriam. Luke sabia que estava chorando, que estava machucado, mas só conseguia sentir o pavor escorrendo pelos seus lábios, pressionados no do outro.
Óbvio que não queria aquilo, mas seu estado de choque, o pavor, o sangue... Como se afastaria? O que aconteceria a ele se tentasse se afastar? E se tentasse machucar o outro de volta? Seus músculos se quer o obedeciam para isso. Era como se pesasse seis toneladas e seus ossos continuasse do mesmo tamanho que são.
Não tinha chance.
—Minha fama 'tá feita então pelo menos vou fazer valer. Pra você aprender a não mentir mais, sua bixa. É isso que você queria? -perguntou agarrando Luke fortemente pelo pescoço, pressionando seus lábios de forma violenta mais uma vez- Era isso?
Um soluço gutural escapou dos lábios do loiro. A mão de Aaron vacilou em sua jugular e então Luke quase caiu para trás. Apoiado em um cotovelo e uma mão trêmula, se segurou como pôde; as lágrimas caindo em cascata pelo seu rosto vermelho de todos os tons.
O agressor se pôs de pé, olhando-o com falsa segurança. Não se arrependia, mas era nítido que estava assustado com o resultado daqueles últimos minutos de ira.
Desesperado, grunhiu alguma coisa sobre não se fazer de esperto e foi para o carro. Abrindo a garagem e saindo em disparada pelas ruas de Sidney. No caminho passou por Michael, acelerando o suficiente para que ele não tivesse tempo de vê-lo.
A adrenalina estava passando e, por mais que não quisesse admitir, estava com medo do que poderia lhe acontecer caso Luke abrisse a boca.
Batendo no volante diversas vezes, só se acalmou quando seus dedos -já machucados dos socos que deu- começaram a doer insuportavelmente. Como quem gira uma chave, se acalmou rapidamente e se concentrou no futuro. Em como iria lidar com isso.
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Hurts Like Heaven [muke]
FanfictionFilho de pais separados, Luke morava com sua mãe e passava as férias e feriados com o pai e irmãos em outra cidade. Sempre que voltava, o garoto corria para a rua de cima onde seu primo -e melhor amigo- Ashton morava. Porém, isso os afastou. E agora...