Capítulo 24

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Tem que existir uma regra em algum lugar no mundo onde diga que as pessoas não devem acordar cedo numa sexta, especialmente se estiver frio. Tem que existir, é impossível eu ser a única pessoa que se recusa a deixar a quente e confortável cama. O ar frio que soprou no meu rosto contrasta a sensação de calor debaixo dos meus lençóis da cama.

Harry tinha feito o seu caminho do fundo do corredor do seu quarto e ficou á frente da minha porta. Os seus poderosos punhos batendo na porta de madeira numa obvia explosão de raiva e irritação. Assim que a porta estava aberta, a sua cara irritada apareceu na minha vista enquanto as suas reclamações da noite inundaram os meus ouvidos. Eu queria rir com o quão criança ele estava sendo. Se ele estivesse tão doente como ele está  dizendo, então ele poderia ter vindo aqui  me acordar ontem á noite, embora eu não ficasse muito feliz com isso, mas de qualquer maneira ele não o fez por isso a culpa é dele.

Desde o momento que eu saí do meu quarto, até ao segundo que nós chegamos á cozinha ele choramingou e reclamou com tudo que ele pensava que estava mal com ele. 'A cama estava desconfortável'. 'A minha cabeça dói'. 'A minha garganta arde'. Tudo o que ele pensava, saía da sua boca. Por alguma razão ele decidiu que podia simplesmente empilhar todos os seus sintomas, pensando que eu lhe dava alguma simpatia, mas agora eu estou pensando o oposto. Talvez ele esteja zoando e a sua gripe está acabando considerando que ele parece muito melhor do que ontem.

Seu rosto ganhou muito mais cor e o seu nariz está bom. O corpo fraco que ele tinha ontem parecia estar no fim tendo em conta as suas fortes batidas na minha porta. No geral ele parece muito melhor do que ontem, mais um dia e ele deve estar bom e fora desta casa.

Assim que ele finalmente sentiu que era hora de parar o seu discurso retórico, eu decidi pelo menos preparar o almoço. Por alguma estranha razão, eu não tinha fome e decidi saltar para o almoço esta manhã enquanto cozinhava para o Harry ovos mexidos e torradas. Ele me observou cozinhar a sua comida com olhos teimosos e manteve as suas mãos no seu celular.

"Aqui" eu disse lhe entregando o prato com a comida enquanto ele olhava para mim com olhos cansados. Ele deu uma dentada e deixou os seus ombros caírem em satisfação, ele olhou de volta para mim enquanto eu comecei a limpar o balcão.

"Está bom" ele disse empurrando outra garfada para a sua boca. Eu assenti e voltei a limpar enquanto silêncio caiu sobre nós. A usual tensão que está sempre entre nós dois foi lentamente desaparecendo agora que ele está doente e incapaz de me atirar com palavras ofensivas. Por uma vez á paz reinou mas eu sei, eu sei que não vai ficar assim.

"Quer algum comprimido para a sua dor de cabeça?" Eu perguntei observando as suas feições ficarem confusas antes de as suas sobrancelhas se levantarem. Ele assentiu rapidamente e voltou á sua comida no prato.

Eu andei até ao armário e peguei no Tylenol. Assim que duas caíram do tubo para a minha mão eu fechei a cápsula e coloquei de volta no armário. Eu peguei numa das cervejas da geladeira e em ambos os comprimidos colocando tudo á frente do Harry. Ele assentiu e engoliu os comprimidos sem nada me fazendo estremecer e sugar uma respiração rápida.

"Você não devia fazer isso" eu disse me afastando do balcão com um olhar de descontentamento na minha cara. O Harry olhou para mim com um pequeno sorriso e olhos divertidos. "E se fica preso ou algo assim. Quando está doente, a sua garganta está muito mais seca do que o normal por isso pode facilmente ficar preso sem nada para o tirar" eu disse recitando a mesma coisa que a minha mãe costumava dizer ao meu pai.

O seu sorriso aumentou na sua cara enquanto as suas sobrancelhas se ergueram. Ele lambeu os seus lábios e deixou os seus dentes morderem a sua língua. "Está preocupada comigo, Arabella?" Ele perguntou fazendo o meu maxilar cair. Não foi isso que quis dizer. Ele deixou sair uma pequena risada antes de abanar a sua cabeça. "Não se preocupe Ara, eu também me preocupo contigo" ele disse deixando pequenas risadas saírem dos seus lábios.

"Eu não quis dizer com esse sentido" eu disse observando-o a se levantar do seu lugar e a pegar no seu prato. Ele andou até á pia e colocou o prato nesta para eu lavar mais tarde. Quando eu olhei de volta para seu rosto, eu reparei que o seu corpo se virou para mim enquanto aquela sua sobrancelha estava erguida e a sua mão estava no balcão, perigosamente perto do meu corpo.

"Bom, o que quis dizer?" Ele perguntou enquanto aquele sorriso convencido se começou a se formar na sua cara. Eu odeio quando ele faz isso. Ele fica tão pretensioso e convencido, embora ele o seja, eu odeio quando ele é desagradável com isso. "Se não quis dizer com esse sentido, então que outro sentido é suposto eu interpretar isso" ele disse dando um passo mais próximo.

"Eu estava te dizendo" eu disse completamente consciente as minhas bochechas vermelhas. Nunca na minha vida eu estive tão constrangida com algo, exceto com o Harry. Qualquer pequena coisa que eu sou chamada, eu estou. "A verdadeira questão aqui é, você se preocupa comigo?" Eu perguntei tentando constrangê-lo tal como ele faz comigo, mas não o perturbou.

"Sim Ara, eu me preocupo contigo" ele disse encolhendo os ombros, nem uma pinta de constrangimento foi vista. Ele alcançou o outro lado do balcão para pegar a abandonada cerveja que começou toda esta conversa. Ele tirou a tampa da garrafa e atirou-a para o lixo antes de dar um gole. Eu observei a satisfação cair nas suas feições enquanto a sua amada cerveja estava na sua mão.

"Porque?" Eu perguntei fazendo o seu sorriso começar a desvanecer. Ele olhou para mim por um momento antes de colocar a cerveja no topo do balcão caro. O seu corpo arrastou-se para ficar á minha frente. A minha respiração presa na minha garganta enquanto eu estava encurralada entre o seu peito musculado e o balcão mais uma vez.

"Você não percebe o quanto é importante para mim" ele disse fazendo o meu coração começar a bater sem misericórdia no meu peito. Ele sorriu levemente e olhou para o teto antes de o seu olhar baixar de volta para o meu rosto chocada. O meu maxilar caiu e a minha respiração ficou irregular.

"Voc-cê gost-ta de mim?" Eu perguntei chocada. Os seus lábios se transformaram em gargalhadas. Ele estava a rindo, ao ponto de um par de lágrimas ameaçar cair dos seus olhos. As minhas sobrancelhas franziram em confusão. O que é que é tão engraçado? Eu perguntei uma simples questão. Não há nada de engraçado.

"Eu pensei que você era uma menina esperta. Você é determinada e fala muito bem, mas as minhas acusações da tua inteligência têm diminuído" ele disse fazendo as minhas sobrancelhas franzirem em confusão. "Não Arabella eu não gosto de você, a simples visão de você me enjoa. Mas você é a única pessoa que pode me ajudar no meu plano" ele disse fazendo o meu estômago cair. Constrangimento voou para o meu rosto com a sua dura confissão.

"Se me odeia tanto, então porque é que simplesmente não se livra de mim quando o plano acabar" eu disse fazendo-o rugir da parte de trás da sua garganta. Ele afastou os seus pés um pouco de mim, me dando suficiente espaço para respirar. Ele suspirou e olhou para mim.

"Isso é exatamente o que vou fazer Arabella, mas o plano mal começou" ele disse me fazendo lutar contra o impulso de rolar os olhos. Ele abanou a sua cabeça e lambeu os seus lábios. "Quanto mais rápido o outro fim do meu plano decidir cooperar, eu vou ser capaz de o acabar e você irá ser livre" ele disse com um sorriso.

"Quem são as outras pessoas? Qual é o teu plano?" Eu perguntei fazendo-o sorrir e abanar a sua cabeça. O seu braço alcançou a garrafa de cerveja no balcão. Ele presunçosamente deu um grande gole e lambeu o excesso de líquido dos seus lábios. Um sorriso se formou nos seus lábios enquanto a sua bebida alcoólica favorita desceu pela sua garganta.

"Eu nunca vou te dizer Arabella, nem por todo o dinheiro que tenho. Seria muito stress vindo de você. Isso é a última coisa que preciso especialmente considerando todo o stress que já me dá" ele riu passando os seus dedos pelos seus emaranhados caracóis. "Você já devia saber disso" ele me relembrou com um tom de gozo.

"Bom, a partir de agora eu não tenho lugar nesta sala se brincar com os meus sentimentos assim" eu disse fazendo-o encolher os ombros e erguer uma única sobrancelha. A minha cabeça abanou enquanto eu me exprimi para fora da sua extensa estrutura. Assim que eu estava saindo da cozinha, a sua voz grave foi ouvida atrás de mim.

"Arabella, nós vamos sair hoje pela primeira vez. Nós vamos ver as regras dos nossos passeios mais tarde mas eu pensei que devia te deixar saber agora." Ele disse me fazendo rolar os olhos, com as minhas costas viradas para ele, com o seu falhanço de me dizer cedo. "Se veste apropriadamente" ele gozou enquanto eu saía da cozinha.

Excessive h.s | Tradução (TERMINADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora