Conheci o amor ❤

7°

Domingueira, sol estalando lá fora e aqui eu acordei com uma febre mandada, sentido frio, mas ao mesmo tempo soando, garganta doendo, sem apetite nenhuma, meu corpo só pedia cama.
Com toda certeza do mundo foi aquele sereno que peguei de madrugada.

Minha vó pingou umas gotas de dipirona pra mim, tomei fazendo cara horrorosa, remédio horrível, credo.
Marília: Vê se agora aquieta o cu dentro de casa - falou colocando a mão na minha testa pra ver se tava quente.
Aline: Fecha a cortina, por favor - fechei os olhos.
Marília: Vou fazer um miojo, você não pode ficar sem comer não garota - Falou e saiu do quarto.

Tava muito fraca, minha vó precisou por uma cadeira no banheiro pra eu tomar banho. Comi o miojo que ela fez, mas não deu 15 minutos e voltei ele todo de novo.
Thaís apareceu e aí as duas começaram insistindo pra eu ir no hospital.

Aline: O que eu vou fazer lá? Tudo que o médico vai falar, é o que nós já sabemos - Revirei os olhos.
Thaís: Mas tu precisa pelo menos tomar um soro nessa veia, pra dar uma reagida, tá mesma coisa que morta - falou procurando um roupa pra eu vestir.
Marília: Vou me arrumar, quando voltar quero você pronta - Saiu.

Me arrumei na maior lerdeza, vestia uma peça, sentava na cama, vestia outra, sentava de novo. Contei os babados pra Thais, terminamos de se arrumar e fomos.

Upa como sempre, lotada, aquelas coisas. Morre dentro de casa, mas não caia na bobeira de ir pra emergência, é um sofrimento sem fim.
Minha vó fez minha ficha, Thais sentou no banco e eu me deitei e coloquei a cabeça apoiada nas pernas dela.
Tava morrendo de frio, mas acabei cochilando.

Acordei com minha vó me chamando pra ser atendida.
Fiz uns exames, mas não era nada demais, foi o que eu imaginei, devido ter pego aquele sereno na madruga. A médica receitou uns remédios e me colocou no soro porque eu tava muito abatida e fraca.

Me levaram pra um quarto que tinham mais umas três mil pessoas, deitei numa maca e colocaram o soro.
Marília: Vou tá sentada lá fora com a Thais, pra ela não ficar só - Minha vó alisou meu cabelo.
Aline: Pô, mais que eu saiba, quem tá  passando mal sou eu - Arqueei a sobrancelha.
Marília: Não se faz de doida em - Balançou a cabeça, entreguei meu celular pra ela e acabei dormindo de novo.

Acordei, o soro tava quase acabando e minha vó tava sentada do meu lado mexendo no celular dela.
Aline: Quero ir embora - Falei sonolenta.
Marília: Assim que acabar - Falou, mas foi interrompida pelo Henrique entrando no quarto.

Olhei pra ele totalmente sem reação e arregalei os olhos.
Marília: Vou te deixar aí com ela e vou tomar um café - Minha vó riu pra ele e saiu.
Não tava entendendo é nada.
Aline: Tá fazendo o que aqui cara?
Henrique: Te liguei, quem atendeu foi aquela sua amiga, falando que tu tava mal - Sentou do meu lado.

Balancei a cabeça e fiquei fitando o teto, morrendo de vergonha.
O soro acabou, a médica me deu alta e então fomos pra casa. Henrique tava de carro, deixou a Thais em casa e depois eu e minha vó, que como uma boa louca que é, convidou pra entrar.

Aline: Vó, ele tá cansado, eu tô cansada, tu também, todos estamos - Chamei a atenção dela, totalmente sem graça.
Henrique: Outra hora eu apareço aí - Deu um sorrisinho de lado, se despediu da gente, eu agradeci e ele foi embora.
Marília: Porque tu não falou que tava namorando ? - Perguntou enquanto trancava a porta.
Aline: Mas eu não tô - Dei de ombros.
Marília: Pois parecia namorado, até comprou os remédios - Ela falou e eu engasguei com minha própria saliva.
Aline: O QUE? - gritei. - Que vergonha Jesus.
Marília: Eu não queria, mas ele insistiu tanto que tava a ponto de tirar a receita da minha mão - Respondeu.

Fui pro quarto imaginando a situação e roxa de vergonha, cara, não acredito, quê isso.
Abri meu WhatsApp e mandei uma mensagem pra ele.

A.Soares👄: Não precisava ter comprado os remédios cr 🤦.
Hnrq: ih esquece isso filha 😎
A.Soares👄: Obg. Boa noite
Hnrq: Boa. Sua vó é maneira haha.
A.Soares👄: Ss, ela é.
                                 ✅✅