13° Capítulo

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Park Jisung

      Eu estava indo em direção ao corredor em que a maioria das salas de aulas ficam. Chenle ainda não havia chegado, iria espera-lo na porta de nossa sala. Mas Mark apareceu mudando meus planos.

      Ele não disse nada, não foi preciso, só pelo seu olhar e jeito tenso de andar, eu percebi que ele precisava falar comigo. Ele não parou de andar, apenas passou por mim, e eu fui caminhando atrás. Mark só parou de andar quando chegou na quadra da escola, que estava totalmente vazia.

    Se sentou no ponto mais alto da arquibancada, eu o segui, fazendo o mesmo. Estando mais perto dele agora, pude perceber seu cansaço. Seu rosto claro e bonito estava marcado com olheiras escuras, e seus olhos estavam vermelhos, como se tivesse passado a noite toda acordado e chorando.

     — É minha mãe, ela passou muito mal ontem a noite. – Ele respondeu, sem eu precisar perguntar. — Eu a levei no hospital de sempre, e ela foi tratada como sempre é, sem importância alguma, apenas a encheram de remédios pra dor, até que ela dormisse.

      Sua voz estava por um fio, ele falou tão baixo, que se eu não estivesse tão próximo, não teria entendido uma palavra. Sem ter o que dizer, eu apenas passei meu braço ao redor de seu corpo, fazendo um carinho leve em seu ombro.

    — Eu não queria ter que fazer isso com o Hyuck… ele é legal, eu meio que gosto dele. – Mark continuou, agora de cabeça baixa, eu conseguia ver claramente que ele se sentia culpado por fazer algo assim. — Mas eu preciso, não é? Eu não sou ruim, eu preciso.

    — Sim, você não é ruim, Mark. Você é a melhor pessoa que eu já tive o prazer de conhecer. – Eu disse com a voz mais calma que poderia, ele estava tão acabado, nunca tinha o visto assim antes. — Eu vou dar um jeito em tudo, tá bom? Você sabe que pode confiar em mim.

    — Eu confio em você mais do que em mim mesmo – Ele demorou para responder, parecia estar com os pensamentos à mil. – O que vamos fazer?

    — Vou falar com Donghyuck hoje, dizer que você está mal, e que precisa dele. – Falei sabendo que isso não era totalmente mentira, acho que Mark está começando a se apegar ao garoto. — Tudo que você tem que fazer é passar a tarde com ele. Eu cuido de todo o resto.

    — Mas Jisung, isso pode ser perigoso, e se-

    Eu o abracei antes que ele pudesse continuar falando, Mark pareceu surpreso, pois não retribuiu o contato de primeira. Afinal de contas, eu geralmente não demonstrava afeto dessa maneira.

     — Eu vou ficar bem, você só precisa sair com o garoto e não pensar em mim, okay? – Falei em um sussurro perto de seu ouvido.

     Ao invés de responder com palavras, ele apenas me abraçou de volta. Ficamos assim até ouvirmos o alarme indicando o início das aulas, foi quando me afastei dele.

    — Vem, vamos procurar um lugar para matar algumas aulas. – Eu disse me levantando e estendendo a mão para ele, que não se opôs e segurou rapidamente, se levantando também.

    — No vestiário, podemos ficar lá até o terceiro horário, já que as aulas de educação física sempre são feitas nos dois últimos horários.

    Fomos em silêncio para o local, assim que entramos vimos a parte dos chuveiros de um lado, e pias com espelhos na parede, no lado oposto. Mark foi andando sem pressa para o fundo do vestiário, onde ficavam os armários encostados à parede, e um grande banco no meio.

Garoto Problema - ChensungOnde histórias criam vida. Descubra agora